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Renault Captur Bose: experiência audiovisual | Avaliação

Testamos o Captur Bose, o Renault mais caro do Brasil (quando desconsiderado o elétrico Zoe que tem vendas limitadas)

11/12/2019 - João Brigato / Foto: João Brigato / Fonte: iCarros

Ir ao cinema é uma experiência audiovisual, onde o espectador se encanta com belas imagens em altíssima definição e um som de qualidade. Só que se isenta da ação que ocorre nas telas ao desfrutar de poltronas confortáveis. Com certeza não teria muita gente disposta a participar de uma guerra ou fugir de zumbis. Mas o que isso tem a ver com o Renault Captur Bose?

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Em resumo, as maiores qualidades do SUV compacto da Renault estão onde os olhos veem e no que os ouvidos apreciam. A partir do momento em que outros sentidos são usados para desfrutar do Captur, a experiência pode não ser tão agradável assim.

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É inegável a beleza desse SUV. Ele tem porte avantajado provido pela plataforma do Duster, que deixou ele maior que a versão europeia. São 4,32 m de comprimento, 1,61 m de altura, 1,81 m de largura e entre-eixos de 2,67 m.

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A carroceria com vincos discretos é marcada por volumes que deixam o Captur com porte musculoso. Vale destacar a discreta, mas elegante, combinação de cores com carroceria Cinza Cassiopée com teto Prata Etollie, exclusiva da série especial Bose. O SUV ainda tem belas rodas diamantadas de 17 polegadas que fecham o conjunto.

Por dentro, o visual agrada, porém começa a mostrar sinais de idade ao não seguir a tendência de horizontalização. Na Europa, o novo Captur tem central multimídia estilo tablet e alguns elementos mais modernos, como um painel de instrumentos mais completo.

Basta começar a tocar nos plásticos para entender onde a Renault pecou no Captur. Os plásticos são duros e de aspecto barato, evidenciando que se tornarão fonte de barulho com alguns quilômetros rodados. Não há uma única superfície macia como em rivais como Nissan Kicks, Honda HR-V e Jeep Renegade.

Há problemas também na ergonomia, como a instalação dos botões Eco e de controle do piloto automático logo abaixo da alavanca de freio – esse layout torna quase impossível o seu uso em movimento sem desviar o olhar do motorista.

Ao menos o Captur tem bancos bastante confortáveis e com boa amplitude de regulagem. Ele tende a deixar o motorista mais alto que o necessário para auxiliar na sensação de SUV, mas nada que atrapalhe. Destaque também para o volante emprestado do Sandero RS que tem ótima empunhadura e visual agradável.

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O espaço interno também é farto, com direito a muita área para joelhos e cabeça para quem senta atrás. O porta-malas de 437 litros é outro destaque, sendo capaz de levar bastante carga sem sacrifícios. O piso plano em relação à tampa do porta-malas ajuda na hora de carregar coisas mais pesadas.

Som assinado

A maior virtude interna do Captur Bose está justamente em seu nome: o sistema de som Bose. Equipado com subwoofer no porta-malas e caixas de som de elite, ele traz experiência sonora digna de carros de categoria superior. A entrega de som é cristalina e sem distorções notáveis, mesmo em volumes mais altos.

Para controlar todo esse sistema está a nova central multimídia Media NAV Evolution que agora traz Android Auto e Apple CarPlay. A central é uma das mais fáceis e práticas de serem utilizadas, tem tela com definição boa e é relativamente rápida. Até mesmo o fato de ter comandos físicos para o som ajuda bastante na operação.

A única ressalva fica por conta do posicionamento da entrada USB, logo acima da tela. Isso obriga o motorista a ficar com cabos pendurados quando usa o Android Auto. Há um prático porta-objetos na parte superior do painel que pode abrigar o celular sem atrapalhar a visualização do que se passa na central.

Versão topo de linha, ele traz ainda LEDs diurnos, ar-condicionado automático, bancos revestidos de couro, retrovisor com rebatimento elétrico, vidros elétricos nas quatro portas, chave presencial em um interessantíssimo formato de cartão, luzes traseiras de LED, câmera de ré e sensor de ré.

Plot-twist

Esqueça a versão 2.0 com câmbio automático de quatro marchas oferecida para o Captur Bose por R$ 96.990 . Ele é fraco, gastão e antiquado. Por isso, a melhor pedida é o 1.6 CVT de R$ 95.990. Não é ainda o motor ideal para o Captur, mas é bem mais moderno e tem pouquíssima diferença de potência para o 2.0.

São 120 cv e 16,2 kgfm de torque dispostos a empurrar 1.350 kg. Em âmbito urbano o Captur se da bem e da conta do recado, mas sente a falta de fôlego na estrada, especialmente em retomadas. O motor demora a encher e a falta de força fica nítida, mesmo com a transmissão CVT mantendo as rotações altas.

O câmbio trabalha com suavidade extrema, se fazendo pouco perceptível e evitando que o Captur faça gritarias desnecessárias quando sai do sinal, como alguns carros com motor pequeno e câmbio CVT fazem. No entanto, a transmissão da leves patinadas e vaciladas na hora de sair mais rápido de um sinal ou retomar.

Há simulação de seis marchas por meio da alavanca. Outra possibilidade de realizar trocas de marcha se da no momento de aceleração máxima, onde o Captur simula as seis marchas ao atingir a faixa vermelha.

Como resultado de seu comportamento, o Captur registra 6,2 km/l na cidade com etanol e não passa de 11 km/l na estrada mesmo com gasolina. Em nossos testes ele manteve essa média pouco animadora. O tão aguardado motor 1.3 TCe turbo já usado no Mercedes-Benz Classe A faria maravilhas pelo SUV - algo que deve ficar somente para a próxima geração.

Outro sinal de idade mecânica no Captur está na sua direção eletro-hidráulica. Ela é pesada em todas as situações: bom para a estrada, onde o Renault se mantém firme e no lugar, mas ruim na hora de uma manobra apertada. Ao chegar próximo ao fim do curso da direção, ela tende a tremer.

Já a suspensão é uma grata surpresa: entrega robustez e conforto em medidas semelhantes. O Captur não vacila em buraqueira ou pisos ruins, mantendo a carroceria no lugar. Assim como na estrada, onde mesmo com sua carroceria alta, não é atrapalhado pelo vento. Não está no mesmo nível do Jeep Renegade, mas é um ótimo conjunto para o que se propõe.

Conclusão

Bonito de ver e de ouvir, o Renault Captur Bose se destaca por atributos emocionais. O sistema de som foi uma ótima adição ao SUV compacto, mas não suficiente para mascarar o acabamento ruim e o desempenho aquém do esperado. Racionalmente pensando, a não ser que faça questão do visual e do som, um Renault Duster cumpre com tudo que o Captur se propõe e é mais barato.

A grande questão do Renault Captur é estar em uma categoria onde os rivais jogam com muita força: acabamento no nível de hatches médios, tecnologias exclusivas e motores mais modernos e econômicos (bem, em alguns casos). Em suma, o Captur não é um SUV ruim, o seu maior problema é ter rivais que já estão alguns passos além custando exatamente o mesmo.

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