17/05/2021 - Henrique Koifman / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
De autoria do vereador Camilo Cristófaro (PSB), a nova legislação estabelece que a energia consumida nessas recargas deve ser medida e cobrada individualmente a cada um dos proprietários dos automóveis. E exclui da obrigatoriedade unidades de projetos habitacionais públicos ou que tenham subsídios públicos.
Embora a frota de carros elétricos ou híbridos do tipo plug-in – que podem ter suas baterias recarregadas na tomada – ainda seja pequena no Brasil, a tendência é de que ela cresça substancialmente nos próximos anos, como já ocorre em muitos países.
Um dos obstáculos para que esse aumento do número de veículos eletrificados nas cidades brasileiras é justamente o receio que – justificadamente – os consumidores têm de encontrar dificuldades para abastecerem os carros, tanto em casa, quanto no trabalho ou em viagens.
Por isso, embora pareça um pouco precipitada em relação à demanda atual, a nova legislação vai servir na prática também para estimular mais gente a trocar seu carro movido apenas com motor a explosão por outro, híbrido ou movido exclusivamente pela eletricidade, reduzindo suas emissões.
É claro que o altíssimo preço cobrado hoje no Brasil pelos modelos elétricos é um obstáculo até maior que o mencionado acima. Mas, novamente, com uma infraestrutura mais favorável, a tendência é que a oferta desses veículos aumente e, com isso, seu custo caia progressivamente.
Em uma pesquisa recente feita em todo o País pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS), em 2020, 71% dos entrevistados afirmaram que, se pudessem escolher, teriam um carro elétrico. Como comparação, em 2017 esse percentual era de apenas 46% dos consultados.
Globalmente, praticamente todas as maiores montadoras de automóveis já manifestaram claramente sua intenção de migrar seus modelos do petróleo para os elétrons dentro dos próximos 15 anos. E, aqui no Brasil, a previsão é de que até 2030 tenhamos um milhão de veículos elétricos nas ruas.
Vagas verdes
Segundo a lei, os novos edifícios podem oferecer um ponto de recarga por vaga ou somente um ou mais pontos específicos, as “vagas verdes”, que podem funcionar de forma rotativa, atendendo a vários condôminos/usuários.
A estimativa é de que, neste momento, a mudança de regras já atinja mais de mil novas construções. E, embora, ainda não sejam tão comuns, a procura por locais em que há oferta de pontos de recarga e, também, por equipamentos desse tipo para venda, tem sido crescente na cidade, especialmente pelo público das classes A e AB.
Clientes de empreendimentos mais caros, consumidores dessas faixas provavelmente darão preferência a imóveis – e centros comerciais – em que possam eventualmente abastecer as baterias de seus automóveis.
Afinal, geralmente são essas pessoas as primeiras a adquirirem produtos de uma nova geração, com novas tecnologias e a tendência é que a presença desses equipamentos valorize os imóveis, da mesma forma que uma academia, piscina ou salão de festas.
A ideia é que, em breve, seja em seu condomínio, no estacionamento de um shopping ou centro empresarial, você possa recarregar o seu carro, controlando a quantidade e o custo da energia por meio de um aplicativo do celular, e fazendo o pagamento pelo serviço da mesma forma virtual.
Em termos de instalações, a principal modificação necessária nesses novos projetos é o dimensionamento das instalações elétricas, para que sejam compatíveis com o que esses equipamentos consomem. Além disso, para que se possa quantificar a despesa individualmente, será necessário instalar medidores exclusivos.
Para se ter uma ideia, hoje, um carregador para carro elétrico custa algo entre R$ 6 mil e R$ 10 mil, dependendo de sua capacidade (e velocidade) de fornecimento. E já em São Paulo empresas que alugam esses equipamentos, por algo como R$ 200 mensais cada um.
A eletrificação dos automóveis já começou a acontecer e será irreversível. A nova lei é apenas mais uma prova disso e vem em boa hora.
Se, lá no começo dos anos 1960, quando os automóveis começaram a se popularizar no Brasil, uma antecipação semelhante houvesse ocorrido em relação às vagas de garagem (algo que só viria em meados dos anos 1970), no mínimo muita dor de cabeça – e brigas nas reuniões de condomínio – teriam sido evitadas.
Acompanhe as novidades do mundo automotivo pelo iCarros no:
Facebook (facebook.com/iCarros)
Instagram (instagram.com/icarros_oficial)
YouTube (youtube.com/icarros)
Veja o resultado na hora e compare os preços e benefícios sem sair de casa.
cotar seguro