24/08/2020 - Luiza Martinelli Rossi / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
Por que não pode deixar o cachorro sozinho no carro?
Assim como os seres humanos, animais domésticos são suscetíveis às alterações climáticas. Se ficam presos dentro do carro, os cães podem sofrer uma condição chamada intermação – elevação de temperatura corporal decorrente da exposição excessiva ao calor.
Além da intermação, os animais podem se assustar com barulhos externos e acabar se machucando dentro do veículo ou até mastigar os acessórios internos por ansiedade, correndo o risco de engasgar-se ou de sofrer intoxicação por alguma peça engolida. Sem contar o prejuízo material e financeiro que causará para o dono.
Há, ainda, a possibilidade de o veículo ser roubado ou furtado se estiver estacionado na rua, colocando em risco o bem-estar e segurança do cão. Por isso, mesmo se não estiver quente lá fora, deixar seu bichinho sozinho dentro do carro não é uma boa ideia.
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Quais são os sintomas de cachorros com temperatura corporal elevada?
Segundo o médico veterinário da ONG Aliança com a Vida, Rafael Vieira, cães com temperatura elevada vão respirar mais rápido e de boca aberta.
“Vale lembrar que cães não suam, então toda a troca de calor é feita inspirando ar resfriado e expirando ar frio, ou procurando se encostar em superfícies frias. Ambas as formas são ausentes dentro de um carro”, diz.
O que fazer? Posso quebrar o vidro do carro para salvar o cachorro?
Animais trancados em ambiente que os exponha a risco de vida ou à sua saúde equivale a crime de maus tratos aos animais, de acordo com o artigo 32 da Lei 9.605/1998. Assim, qualquer cidadão pode agir, fotografando a ocorrência e a placa do carro e ligando para a polícia, pois essa situação é um flagrante de crime de maus tratos.
Se o tutor demorar para voltar e o animal estiver com os sintomas descritos acima, é permitido quebrar o vidro para salvar sua vida. Mas atenção, é muito importante registrar todo o processo e acionar o serviço de segurança ou policial mais próximos, bem como filmar a condição do animal antes e após a retirada, como conta Maíra Vélez, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB SP.
“Chame uma testemunha e troque contato. Peça para alguém gravar tudo. Posteriormente anote o endereço, data, hora, placa e registre a ocorrência na delegacia, apresentando vídeos e fotos durante o processo. Sem o registro de maus tratos você não comprova que agiu para salvar o animal”, explica.
Após a retirada do animal, preste os primeiros socorros antes de encaminhá-lo a um veterinário. Leve-o para o local mais fresco possível, ofereça água e molhe-o. Se ele estiver desmaiado, não tente forçar a ingestão.
Mesmo se o cão parecer bem após alguns minutos, leve-o ao veterinário para uma avaliação minuciosa de seu estado de saúde, pois os órgãos internos podem ter sido afetados.
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