18/11/2020 - Redação / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
Você já parou para pensar porque algumas tradições existem? No mundo automotivo poucas tradições são tão levadas a sério como uma pequena mas charmosa característica de todo Porsche: a ignição do lado esquerdo no painel.
Pode ser o mais antigo esportivo 911, o mais recente SUV Porsche Cayenne ou até mesmo o novo Taycan, carro 100% elétrico – cujo controle de largada nós testamos recentemente no autódromo Velocitta, no interior de São Paulo.
+ Eletricidade pura: o controle de largada do Porsche Taycan
Mesmo com a ignição evoluindo de formas tão impressionantes (seja com a velha girada de chave ao entrar no carro até os botões de start-stop), o que não muda é a posição: sempre ao alcance da mão esquerdo do motorista.
E para entender esta tradição é preciso ir para um pequeno pedaço abençoado de terra na França que é responsável por boa parte da evolução de todos os automóveis que hoje conhecemos: as estradas do circuito de La Sarthe, onde é disputada a mais tradicional prova de longa duração do mundo, as 24 Horas de Le Mans.
Quem gosta de corrida já deve ouvir esta história: a largada da prova sempre foi, até os anos 1970, um “charme” a parte: os pilotos saiam correndo em direção ao carro, abriam a porta, sentavam no cockpit, ligavam o carro e já arrancavam para “o mais longo dos dias", como é chamada a prova em Le Mans.
Hoje, em nome da segurança, esta prática foi abandonada, mas a “largada Le Mans" ainda é adotada em provas como as 500 Milhas de Kart, a prova de longa duração mais importante do Brasil.
Como se sabe, é preciso caprichar nos detalhes para vencer uma corrida, ainda mais esta que, junto com o GP de Mônaco da F1 e as 500 Milhas de Indianápolis, é uma das três mais importantes do mundo.
E já nos primeiros anos da prova, ainda na década de 1920, os pilotos percebiam que era bem mais fácil já ligar o carro com a mão esquerda enquanto a direita já fazia a troca de marcha para arrancar forte.
Parece pouco, mas ganhar segundos preciosos no começo da prova ajudava os pilotos a se posicionar com carros mais rápidos e assim ganhar boa vantagem mesmo para uma prova tão longa – hoje, os carros percorrem mais de 5.300 quilômetros em 24 horas, o suficiente para sair de São Paulo e ir de carro até Recife… e voltar .
+ Tudo sobre as 24 horas de Le Mans
Assim, quando criou seus carros de corrida, a Porsche levou este conceito a Le Mans: os primeiros modelos a correr as 24 Horas com a chave na esquerda foram o Porsche 550 Coupé e um 356 SL 1953, que disputaram a prova de 1953.
No site oficial da marca alemã, esta tradição é exaltada: “a tradição da Porsche em décadas de automobilismo sempre formou uma parte intrínseca da marca. A mão esquerda liga o motor: já em 1925 o posicionamento do interruptor de ignição à esquerda da direção permitiu que os pilotos ligassem seus motores mesmo quando ainda estavam terminando de entrar no carro na largada em Le Mans. E quando algo funciona bem, nós mantemos daquele jeito", diz o site.
Mais germânico, impossível. Afinal, se funciona bem, de fato a tradição não precisa ser abandonada – e acaba sendo um detalhe que mostra porque a marca Porsche é reconhecida por tantas décadas como sinônimo de esportividade. E, caso você esqueça, você lembra disso antes mesmo de ligar seu Porsche usando sua mão esquerda.
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