O nome por trás da marca: Enzo Ferrari

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Nos últimos anos, a Ferrari tem encabeçado a lista das marcas mais poderosas do mundo em pesquisa da consultoria Brand Finance (não confundir com marcas mais valiosas). Além de outras montadoras, entram nessa disputa marcas como Coca-Cola, Disney e Google, apenas para citar algumas.  

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Muito desse fascínio do mundo pela marca italiana que poucos podem comprar – a produção anual gira em torno de dez mil unidades – tem a ver com a trajetória e a personalidade de seu criador. 

Enzo Anselmo Giuseppe Maria Ferrari nasceu em 1898 em Modena. Em 1908, o pai, engenheiro, fabricante de componentes de metal para ferrovias, levou Enzo para assistir uma corrida de automóveis em Bolonha. Ali estava traçado seu destino. 

Trabalhava como mecânico de automóveis quando foi convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial. Foi dispensado com a gripe espanhola que matou milhões em toda a Europa, entre eles seu pai e irmão. 

Recuperado da doença, continuou trabalhando como mecânico, depois piloto de testes e piloto de competição. Chegou a vencer corridas pela Alfa Romeo, mas seu maior talento estava na construção e preparação de carros.  

Fundou a Scuderia Ferrari em 1925. O primeiro carro com o nome Ferrari, contudo, só saiu da fábrica de Maranello em 1947, já no pós-Segunda Guerra. O modelo 125S era um carro de corrida de dois lugares, com motor V12 de 1,5 litro e 118 HP, tração traseira e 650 kg, e teve apenas dois exemplares produzidos  

Enzo Ferrari foi um dos primeiros a aderir ao campeonato de Fórmula 1, criado em 1950. Seus dois carros estrearam na segunda etapa da temporada, o GP de Mônaco.  A primeira vitória veio em 1951, em Silverstone, e o primeiro título já em 1952, com Alberto Ascari.  

Paralelamente ao sucesso na Fórmula 1 – a Scuderia Ferrari é a maior vencedora da história da categoria, com 15 títulos de pilotos – os carros de rua sempre tiveram, até em seus nomes e símbolos, ligação com a vida pessoal de Enzo Ferrari, contribuindo para a construção do mito em torno da marca. 

O símbolo do cavalinho rampante veio de um pedido da mãe de Francisco Baracca, maior ás da aviação italiana (aviador militar reconhecido por derrubar inimigos), morto em combate em 1918, durante a Primeira Grande Guerra. Baracca usava o símbolo de um cavalo negro em sua fuselagem.  

Da maior tristeza da vida pessoal de Enzo, a morte de seu filho Dino, em 1956, com distrofia muscular progressiva, aos 24 anos, veio o hábito de usar óculos escuros em qualquer ambiente, que o acompanhou até os últimos dias.

E uma homenagem na Ferrari Dino, produzida entre 1968 e 1973 com um motor V6, ideia que vinha sendo desenvolvida pelo filho.  

Até as derrotas como aquelas das 24 Horas de Le Mans retratadas pelo filme Ford vs Ferrari serviram para aumentar a lenda em torno do Comendador, que morreu em 1988.

O último carro que ele aprovou foi a Ferrari F40, sobre a qual proferiu a seguinte frase: “Se Deus fosse um carro, seria uma F40”. Em 2002, o Comendador ganhou, ele mesmo, uma homenagem sobre rodas, a espetacular Ferrari Enzo, produzida até 2004. 

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