25/12/2020 - Redação / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
Do seu lançamento, em 1976, no X Salão do Automóvel, até 1992, quando o mercado brasileiro já estava aberto aos importados, o Miura foi não apenas um sucesso de vendas – foram cerca de 10 mil unidades vendidas – e o sonho de consumo de muita gente, mas um carro inovador.
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Com nome de um Lamborghini e desenho inspirado em outro – o Urraco -, o Miura pertencia à empresa gaúcha Besson, Gobbi S.A., e era distribuído pela Aldo Auto Capas, empresa do grupo.
Como o concorrente Bianco, lançado no mesmo Salão, e tantos outros, o primeiro modelo foi montado sobre a plataforma do VW Brasília, e era empurrado pelo seu motor a ar de 65 cavalos.
Algumas de suas soluções – como faróis retangulares escamoteáveis, limpadores de para-brisas escondidos sob o capô, pedais com regulagem de distância, tampa do motor com amortecedores a gás, volante com regulagem elétrica de altura, entre muitas outras – eram novidades na época.
Em 1979 chegou ao mercado o modelo MTS, equipado com o 1.6 refrigerado a água e 96 cv do Passat TS. Junto do motor vieram alguns aperfeiçoamentos aerodinâmicos. Os dois primeiros modelos do Miura venderam quase mil unidades em quatro anos, algumas exportadas para Portugal e Kuwait.
No XII Salão do Automóvel, em 1982, foi apresentado Targa, 2+2 com teto rígido removível de fibra de vidro, com motor e tração dianteiros e mecânica do Passat GTS, montados sobre um chassi tubular.
Tinha trava e vidros elétricos, encosto dos bancos com regulagem contínua, estofamento de couro ventilado e computador de bordo com onze funções.
Com várias inovações - retrovisores anti-ofuscantes e abertura elétrica do porta-malas foram algumas - e versões - como uma com teto rígido e teto solar, e uma conversível – o Miura Targa foi fabricado até 1988.
Com o Miura Saga, fabricado entre 1984 e 1988, veio o auge. Era um dos carros mais caros do país e o fora de série mais vendido.
O computador de bordo com sete mensagens e sintetizador de voz, lembrando o motorista de apertar cintos, soltar o freio de mão, trancar as portas e abastecer, foi a inovação que mais chamou atenção, mas havia outras, como TV no painel, rádio com equalizador gráfico, célula fotoelétrica para o acendimento dos faróis, abertura das portas por controle remoto e bar refrigerado no banco traseiro.
Sua última versão já trazia um dos motores que viria a se tornar um dos mais amados do Brasil, o AP-2000 do Santana.
No seu canto do cisne, XVI Salão do Automóvel, em 1990, a empresa apresentou o modelo X11, e mais importante que isso, passou a oferecer como opcionais os freios ABS, que não haviam chegado ao Brasil, injeção eletrônica do Gol GTi, piloto automático e amortecedores reguláveis.
As vendas começaram a despencar com a liberação das importações e a fabricação do Miura parou em 1992. A Besson, Gobbi ainda se aventurou por alguns anos no mercado de carros transformados com a picape BG, feita a partir da Chevrolet D-20, e por fim deixou de fazer carros.
Aldo Besson morreu em 2011 e Itelmar Gobbi em 2020. O Miura continua vivo em dezenas de fã-clubes e em valorizados modelos que ainda desfilam pelas ruas.
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