15/06/2022 - Fernando Calmon / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
De acordo com recente relatório anual do Sindipeças sobre a frota circulante, em 2021 havia 46.581.912 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus no Brasil.
O crescimento sobre 2020 foi de apenas 0,7%, mesmo percentual de variação no período 2019/2020. Dependendo do desempenho de vendas em 2022, a frota pode encarar o primeiro encolhimento em décadas. A idade média de oito anos e cinco meses em 2013 subiu para dez anos e três meses em 2021. É a frota mais antiga dos últimos 25 anos.
Tanto do ponto de vista de segurança quanto ambiental esses dados preocupam. Nos últimos 10 anos as exigências introduzidas por leis de emissões e de segurança ativa e passiva seguiram em constante evolução.
A frota de automóveis representa quase 80% do total, mas cresceu apenas 0,2% entre 2021 e 2020. Veículos comerciais leves (picapes e furgões) e caminhões apresentaram desempenho melhor no mesmo período: mais 3,5% e mais 2,9%, respectivamente. Os ônibus em circulação encolheram 0,9%.
O rejuvenescimento da frota circulante só acontecerá quando houver crescimento robusto nas vendas de modelos novos. E isso vai demorar. Países de renda maior do Hemisfério Norte implantaram planos de renovação por meio de estímulos financeiros aos motoristas, mas a situação fiscal brasileira limita bastante ações nesse sentido.
O Governo Federal teve uma iniciativa modesta este ano em relação aos caminhões que representam a frota mais envelhecida (11 anos e 11 meses). Pelo menos é um ponto de partida.
Ao incluir as motos (12.870.983) a frota total de veículos atinge 59.425.895 de unidades, segundo o estudo do Sindipeças. A entidade não revela a taxa de sucateamento anual, mas pelos padrões internacionais varia entre 4% e 5%, além de 0,5% em perdas totais em acidentes e 0,5% desmanchados legalmente.
Esse número contrasta fortemente com os 111.446.870 informados em 2021 pela Senatran, que são irreais, apesar de contabilizar cerca de 3 milhões de semirreboques e reboques para caminhões. O problema é a grande dificuldade de dar baixa em veículos registrados em termos burocráticos e financeiros. Carros ao fim de vida são em geral abandonados em desmanches clandestinos e poucos ficam com colecionadores.
Uma resolução do Contran, de 1998, previa a baixa automática de veículos com mais de 25 anos de registro e documentação atrasada há mais de 10 anos. Era uma tentativa de “limpar” o cadastro que só tem certidões de nascimento (Renavam) e muito pouco de “óbitos”. Acabou revogada pela deliberação 225, de 25 de março último.
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