Ford Fusion: o EcoSport minivan que desistiu de ser SUV

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Ford Fusion europeu era um EcoSport minivan

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Única peça visual compartilhada entre os irmãos era o para-lama dianteiro

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Repare no perfil mais alto do Fusion por conta das janelas gigantescas

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No EcoSport, uma faixa de metal diminuía a área do vidro

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Tampa traseira lisa e lanternas espichadas deram ar de Fiestão para o Fusion

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EcoSport trazia a moda do estepe pendurado na tampa

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Interior do Fusion era parecido com o do Eco, mas tinha acabamento mais caprichado

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Modelo nacional foi criticado pelo uso de plástico pobre

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Reestilização de meia vida tentou dar um ar mais aventureiro para a minivan

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Lanternas eram novamente replicadas do Fiesta

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Interior melhorou muito em acabamento na reestilização, com direito a superfície macia ao toque

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Versão aventureira Calero durou dois anos e tentava replicar o EcoSport

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Hoje um produto global vendido na Europa, EUA, Ásia e Brasil, o Ford EcoSport nasceu de uma ideia brasileira, praticamente criou o segmento de SUVs compactos no mundo e ditou regras por muito tempo. Só que na Europa o modelo seguiu um caminho muito diferente em sua primeira geração. Tão diferente que ele, na realidade, era uma minivan e se chamava Fusion. Conheça agora essa curiosa história.

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Quando o desenvolvimento da quinta geração do Fiesta foi encerrado, a Ford deu início aos trabalhos dos derivados do modelo. Foi assim que surgiu a ideia de criar um modelo mais alto, espaçoso e mais caro que o Fiesta, porém utilizando base e diversos componentes do hatch. O embrião do projeto era tocado pela divisão brasileira e europeia da Ford, já que o próprio Fiesta tinha diferenças cruciais para cada região.

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Em 2002, época em que o Fusion foi lançado, a Europa era invadida pela moda das minivans. Modelos emblemáticos como Renault Scénic, Opel/Vauxhall/Chevrolet Zafira e Meriva, Citroën Xsara Picasso e tantos outros modelos reinavam. Até os hatches e sedãs foram influenciados pelas minivans, como ficou evidente em carros como Nissan Sentra, Peugeot 307 e o próprio Fiesta.

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Em contrapartida, no Brasil a moda era ditada pelos aventureiros urbanos. Os modelos Adventure da Fiat, na época apenas a perua Palio Weekend e a picape Strada, eram populares nas ruas. Nessa época, todas as marcas queriam seus próprios aventureiros, fazendo surgir modelos como Volkswagen CrossFox, por exemplo. E foi justamente aí que o projeto Fusion/EcoSport se desmembrou.

A Ford europeia decidiu apostar no segmento de minivans, aproveitando da imagem do Fiesta, enquanto a divisão brasileira queria um aventureiro para acabar com o reinado dos Fiat Adventure. A história provou qual das duas estava certa: o EcoSport virou global e está em sua segunda geração. Já o Fusion foi substituído em 2012 pela B-Max, outra minivan a qual, ano passado, foi descontinuada em favor de adivinhe quem? Sim, ele mesmo, o EcoSport. 

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Além da plataforma, a única peça compartilhada por Fusion e EcoSport era o para-lama dianteiro, de resto ambos eram completamente diferentes. Nas medidas, a similaridade era clara: o Fusion tinha 4,02 m de comprimento, 1,71 m de largura e 1,50 m de altura – já o EcoSport batia 4,22 m de comprimento, 1,73 m de largura e 1,62 m de altura. Nosso SUV só era maior por conta do estepe na traseira, dos retrovisores gigantescos e da suspensão elevada.

EcoSport e Fusion possuíam praticamente o mesmo desenho dos faróis, mas o modelo nacional adotava peças mais simples, com refletores redondos e máscara negra. O para-choque mais robusto e os discretos alargadores do para-lama ajudavam a dar uma cara mais robusta para o SUV. Uma diferença de corte de custos sofrida pelo EcoSport em relação ao Fusion (feita também no Fiesta) estava nas janelas laterais: na Europa, o vidro se esticava até o final da porta, enquanto no Brasil, havia uma grossa faixa de metal, diminuindo o tamanho da janela. Apesar de ser uma solução para baixar custos, tirou o ar de minivan do Eco.

A traseira era o ponto de maior diferenciação entre os irmãos. O Fusion seguia o estilo Fiestão, com lanternas na coluna traseira praticamente idênticas às do hatch e uma grande tampa traseira com generosa área com metal liso. Já o nosso EcoSport trazia estepe pendurado na tampa traseira e lanternas inspiradas nas picapes da marca. Até a terceira janela lateral entrou na mudança: no modelo brasileiro ela é conectada ao vidro traseiro, enquanto no europeu é como no Fiesta.

O interior, por outro lado, era bastante semelhante entre os irmãos, apesar da discrepância quanto à qualidade dos materiais (item bastante criticado nos primeiros EcoSport). A reestilização do modelo brasileiro deixou o visual interno mais robusto, enquanto as mudanças feitas no Fusion deram a ele mais sofisticação e superfícies emborrachadas.

Apesar de dividirem a mesma plataforma e diversos componentes, a mecânica de Fusion e EcoSport nunca foi a mesma. O Fusion trazia motores 1.4 e 1.6 quatro cilindros diesel ou gasolina, já o EcoSport foi oferecido com 1.0 Supercharger, 1.6 e 2.0 gasolina (depois devidamente flex). As opções de transmissão para o Fusion foram mais amplas: manual de cinco marchas, automática de quatro marchas e automatizada de cinco marchas. O EcoSport oferecia somente as duas primeiras, sendo o automático apenas para os modelos 2.0. Tração 4x4 jamais foi vendida no Fusion, diferentemente do Eco.

Fusion dos EUA e caso Focus

O nome Fusion para os brasileiros nada tem a ver com um EcoSport europeu minivan. Na verdade, ele representa um sedã grande vendido por aqui desde sua primeira geração, lançada nos EUA em 2005. Fusion europeu e Fusion americano conviveram por alguns anos juntos, porém quando a Ford decidiu unificar seus modelos globalmente e vender o Fusion sedã na Europa, preferiu chamá-lo de Mondeo, nome até então usado por lá em um sedã de porte similar.

Só que essa não foi a primeira vez em que o nome Fusion foi motivo de confusão na Ford. O Focus lançado em 1999 havia sido anunciado pela marca como Fusion. Todo material de divulgação usava esse nome, mas no acender das luzes, minutos antes da apresentação do carro, o nome foi mudado para Focus. Tanto que ele foi o primeiro carro da marca apresentado com uma placa com o logotipo da Ford, não seu nome de batismo, como era feito até então.

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