O modelo europeu recebeu algumas atualizações visuais, de segurança e de equipamentos
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A versão européia chega ao Velho Continente em 2011
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Painel central, um único limpador de para-brisas: tudo em nome da economia
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O interior é pequeno, mas leva quatro passageiros
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Nas dimensões, o modelo tem 3,1 metros de comprimento, 1,5 metro de largura, 1,65 metro de altura e 2,2 metros de entre-eixos. O vão livre em relação ao solo é de 18 cm. Com estas dimensões, o Nano leva até quatro passageiros, incluindo o motorista, ou 300 kg de carga.
Para parar o conjunto, o carro usa quatro freios a tambor, um em cada roda, assim como os VW Fusca antigos. Retrocesso? Não, com o peso reduzido, o sistema dá conta de brecar o Nano com eficiência e os tambores têm manutenção em prazos mais longos e mais barata que o sistema com discos de freio.
O câmbio é de quatro marchas sincronizadas à frente e uma reversa. As suspensões são independentes do tipo McPherson nas duas rodas dianteiras e independentes com braço semi-arrastado na traseira. Rodas, aliás, que são de 12 polegadas e calçadas por pneus 135/70 na frente e 155/65 atrás. O tanque de combustível tem 15 litros e, pela média de consumo informada pela Tata, provém uma autonomia de 345 km.
Preços e versões - na Índia, o Nano é oferecido nas versões básica, CX e LX. A diferença entre elas está no acabamento e nos opcionais, que podem incluir vidros elétricos e ar-condionado. Os preços variam entre 123.361 rúpias indianas (R$ 5.458) pelo modelo de entrada e vão até 172.360 rúpias (R$ 7.729) pela versão top de linha LX. Preços similares ao de uma moto de 150 cm³ aqui no Brasil. O modelo europeu, com todas as alterações para aquele mercado, custará cinco mil euros (R$ 14,4 mil).
A Tata informa que já foram encomendados mais de 500 mil Nano em um mês. Só entre colaboradores do próprio Grupo Tata, o sucesso é tão grande que serão necessários cinco bancos diferentes para fazer o financiamento do carro.
Reinventando a roda? Não
A ideia de melhorar o acesso da população aos carros não é exatamente nova. Henry Ford fez isso com seu modelo T no início do século XX e Ferndinand Porsche também deu sua contribuição ao apresentar ao mundo o Fusca, em 1939. Em comum ao Nano, esses carros foram feitos para serem fáceis e baratos de se comprar e de se manter.
No Brasil, já houve uma tentativa da antiga Gurgel Motores, com o BR-800, usando a mesma fórmula que o Tata Nano utiliza: carro pequeno, de quatro lugares e econômico. O modelo brasileiro tinha chassi de aço e carroceria que misturava fibra de vidro e plástico.
A diferença entre o indiano e seus 'antecessores' é que o mundo do Nano não é mais o mesmo que era na época de Ford, Porsche e Gurgel: a população mundial já está amplamente motorizada e, em alguns lugares do globo, o modelo vai surfar na onda verde de carros compactos e eficientes que, ao consumirem pouco combustível, poluem menos e não agridem tanto o meio ambiente. Porém, o carro inaugura um novo nicho para o mercado automobilísitco: o dos carros 'ultra-baratos'.
Sem previsões para o Brasil
Para quem vê um carro de menos de 15 mil reais, a pergunta mais lógica é quando ele vem pra cá?. Por enquanto, não há previsões. Houve rumores de uma possível aliança entre a Tata Motors e a Fiat para a comercialização do Nano em mercados onde a marca indiana não atua, como no caso do Brasil. Porém, a montadora italiana não confirmou nenhum acordo. Não se deve esperar nada antes de 2011, ano em que o modelo deve chegar à Europa. Cabe um raciocínio, porém: se, com os carros nacionais custando mais de R$ 20 mil, o trânsito já é complicado, com carros mais baratos, o tráfego tenderia a piorar.
Fernando Pedroso, repórter e colunista do
iCarros abordou o tema.