O modelo europeu recebeu algumas atualizações visuais, de segurança e de equipamentos
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A versão européia chega ao Velho Continente em 2011
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Painel central, um único limpador de para-brisas: tudo em nome da economia
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O interior é pequeno, mas leva quatro passageiros
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O Tata Nano foi criado para ser o carro mais barato do mundo. Custa cerca de US$ 2.500 (R$ 5.583). Quando a Tata Motors fez o anúncio de que o modelo seria de fato construído, em janeiro de 2008, o globo inteiro voltou seus olhos para um diminuto e desengonçado carrinho amarelo com rodas de 12 polegadas. Mais que uma solução barata para os caóticos centros urbanos, o Nano é uma resposta às novas direções da indústria automotiva.
Por que o Nano?
Quem reclama de motociclistas circulando por entre os carros nos grandes centros brasileiros não sabe o que são as ruas asiáticas. As motos predominam e, de longe, parecem um enxame. Na Índia, a restrição orçamentária, mais que a agilidade do veículo, faz famílias inteiras andarem numa motocicleta. Às vezes quatro, cinco pessoas, entre adultos, crianças e até animais, se equilibram sobre duas rodas por estradas esburacadas, faça sol ou chuva. Ao imaginar o Nano, Ratan Tata, chefe da Grupo Tata, não pensava em desempenho ou conforto. Ele queria um automóvel tão viável e mais seguro que as motocicletas para tais famílias. Por isso, o empenho no desenvolvimento do carro foi em função do preço.
Corta fora!
João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, falecido fundador da Gurgel Motores, foi questionado pela extrema simplicidade em seus modelos, como o compacto BR-800. O engenheiro respondeu: O que não tem, não quebra. Faz sentido, ainda mais num carro como o Nano, que terá de enfrentar condições ruins na estrada e toda sorte de situações no transporte das famílias indianas.
Além disso, o que não tem, não dá custo também. Em nome da economia, itens básicos foram deixados de lado. Há apenas um limpador de para-brisa na frente. Porta-luvas? Nem pensar. Reentrâncias no painel dão conta de guardar objetos. O velocímetro e outras informações ficaram no centro do console para economizar na hora de adaptar o carro a mercados em que o motorista fica do lado esquerdo, ao contrário do que ocorre na Índia. Os vidros laterais do Nano são planos para cortar custos. Tampa no porta-malas? Em nome da economia, é melhor se contentar apenas com o banco traseiro deslizante para acessar o compartimento que, aliás, é minúsculo.
O Tata Nano tem previsão de chegar à Europa em 2011, mas, para poder ser vendido por lá, vai receber algumas alterações. Luzes de neblina, airbags, sistemas para diminuir a emissão de poluentes, novo visual e até a finada tampa do porta-malas, terão de ser oferecidas. Não tanto por uma questão de legislação, mas para atender a demanda dos europeus por veículos de melhor qualidade e mais seguros.
Raio-X
Apesar de pequeno, o Nano não é de brinquedo e, em alguns aspectos, está à frente de alguns modelos brasileiros. Um desses aspectos é o motor fabricado em alumínio, que aumenta a eficiência do propulsor. Por aqui, a maioria dos carros nacionais utiliza a peça em ferro fundido.
O que empurra o Nano é um bloco a gasolina de dois cilindros e 624 cm³ de capacidade cúbica alimentado por injeção eletrônica, alocado na parte traseira. São 35 cv de potência e 4,9 kgf/m de torque. Parece pouco, mas o carro pesa apenas 600 quilos. Para efeito de comparação, o Fiat Mille Economy de duas portas pesa 810 quilos. A Tata promete que seu carrinho é capaz de fazer 23,6 km/l.