Conheça a autopeças que nunca fecha as portas

Lojas que funcionam 24 horas podem ser solução para quem não tempo ou precisa de socorro na madrugada

03/08/2012 - Texto e fotos: Rafael Mandelli / Fonte: iCarros

Filial da Barra Funda conta com área de 3 mil m²

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Em média 60 funcionários fazem o turno da madrugada entre caixas, vendedores, segurança e instaladores de acessórios

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Departamento de som automotivo chama a atenção de quem gosta de carro

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Sexta-feira é o dia em que a loja fica mais lotada. 20% do faturamento vem do horário da madrugada

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Em uma capital como São Paulo, conhecida como a cidade que nunca dorme, é normal encontrar estabelecimentos que nunca fecham. Postos de gasolina, bares e lanchonetes que ficam abertos noite e dia são comuns, mas e para quem precisa de um socorro na madrugada ou simplesmente não tem tempo para consertar o carro durante o dia? O iCarros foi até o bairro da Barra Funda, na zona oeste da cidade, para descobrir como funciona o MercadoCar, um verdadeiro hipermercado de autopeças, que nunca fecha.

O gerente de acessórios, Ozami Costa, explica um dos motivos para a loja ficar aberta em período integral. "Muitos optam por vir de madrugada porque não tem fila nem trânsito. Mas, a maioria dos clientes que vem nesse horário (das 22h até as 7h da manhã) é porque não tem tempo para vir durante o dia". Segundo Costa, o retorno da abertura na madrugada justifica o investimento, já que representa 20% do total do faturamento da filial Barra Funda que, além de peças para reposição e para funilaria, conta com um espaço dedicado a equipamentos de som.

O gerente explica que, por falta de mão de obra qualificada no mercado, é quase impossível manter bons mecânicos à disposição do cliente o tempo todo, e por isso, a rede optou por oferecer apenas técnicos para serviços mais simples, como instalação de equipamentos e troca de peças que, na maior parte das vezes, são para troca de óleo e filtros.

"De sexta para sábado é o melhor período", comenta o gerente, enquanto mostra o interior do local, que tem 2.000 m² de área destinada à loja e 1.000 m² de estoque. Dos oito anos de vida desta filial, já são cinco anos sem fechar as portas. "O público é bem variado", explica Costa, "Tem muita molecada que vem, porque gosta de ver as novidades; os taxistas estão sempre por aqui também. Mas o que tem mesmo é gente passeando. As pessoas falam - 'Ah, não tem shopping aberto essa hora, vamos ao MercadoCar dar uma volta".

Na hora da emergência é para lá que eles correm

À primeira vista, quando o taxista Luiz Antonio dos Santos entrou com seu Chevrolet Meriva no estacionamento do MercadoCar, parecia uma visita programada, mesmo com os ponteiros do relógio marcando 2h30 da madrugada. Mas, Santos, que trabalha na "praça" desde 1976, contou calmamente que, na verdade, era mesmo uma tremenda emergência.

"Eu estava passando por uma 'blitz' policial no centro da cidade, quando fui parado". O taxista explicou que já havia passado algumas vezes pelo local, mas que essa foi sua hora de azar. Quando o policial o abordou e disse, "se você passar aqui de novo com as lanternas queimadas, eu vou te multar", explicou.

Assim como Luiz, outros motoristas em apuros procuram os serviços da loja. É como conta Samuel dos Santos, coordenador técnico de instalações, que comanda as operações do estacionamento, onde ficam instalados os boxes de atendimento rápido. "Já aconteceu mais de uma vez de um jovem sair da balada e ralar o carro. Como não querem que o pai fique sabendo do 'acidente' correm para cá e arrumam o carro". "Certa vez, umas garotas que estavam em um bar na Pompéia deixaram o carro na rua enquanto curtiam a noite. Quando voltaram, as quatro rodas estavam no chão, porque os pneus foram rasgados pelos flanelinhas que tomavam conta dos carros do local. Elas chegaram aqui desesperadas. Colocamos pneus novos e elas voltaram para casa".

Pioneira, mas não está sozinha - apesar de ser considerada a primeira loja de peças para autos aberta 24 horas por dia, o MercadoCar não está sozinho. Em São Paulo, existem outros lugares do mesmo segmento, como em Barueri, na Grande São Paulo. "Alguns bairros têm lojas no mesmo estilo, mas são menores", conta Costa.

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