25/02/2016 - Thiago Moreno / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
Com o lançamento da linha 2017, o Gol já se encaminha para o 36º ano de mercado. Apresentado em 1980 com a difícil missão de substituir o Fusca, o hatch da Volkswagen foi pioneiro em tecnologias e até mesmo em design. Confira um pouco mais da história do ex-líder de vendas do mercado brasileiro.
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Tinha motor de Fusca, mas inspiração europeia
Quando o Gol foi apresentado em 1980, trazia inspirações estéticas trazidas da Europa. Um pouco do Polo, uma pitada de Scirocco e um “quê” de Audi 50. Em termos de suspensão, foi um dos pioneiros no uso de amortecedores do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, esquema que é praticamente padrão até hoje nos hatches populares.
Apesar da modernidade, sob o capô vinha o arcaico, mas confiável, motor 1.300 do Fusca com arrefecimento a ar e carburação simples se movido a gasolina ou dupla se movido com etanol – álcool na época. A potência não passava muito dos 45 cv.
Em 1982 a cilindrada aumentou para 1.600, mas ainda era o motor a ar do Fusca. Apenas em 1984 os motores refrigerados a água chegaram ao Gol, herdados do Passat. Logo após chegaram os motores AP, primeiro 1.6 e depois 1.8 e até 2.0.
Não se perca nas gerações
G5, 6 ou 7? Apesar dos nomes, o Gol teve apenas três gerações até agora. Veja qual é qual na nomenclatura popular:
Primeira geração G1 – Faz referência à primeira geração do carro, que foi fabricada entre 1980 e 1996. Nesse período, recebeu mudanças significativas de visual em 1984, 1987 e 1990.
Segunda geração G2 – Também conhecido como “bolinha” pelas formas bem mais arredondadas, a segunda geração do Gol foi fabricada entre 1994 e 2003
Segunda geração G3 – Agora começa a confusão. O modelo chamado de G3, apresentado em 1999 e fabricado até 2005, na verdade é uma reestilização profunda da segunda geração, não um carro totalmente novo como ocorreu em 1994.
Segunda geração G4 – Em 2005 a VW lançou a versão que seria conhecida como G4, porém, ainda usando como base a segunda geração de 1994. Com essa carroceria o hatch foi produzido até 2014, tendo convivido com as duas próximas.
Terceira geração G5 – Apenas em 2008 foi apresentada de fato a terceira geração do modelo, que ficou em produção sem nenhuma alteração até 2012. Foi também uma das mais modernas, usando plataforma global da VW PQ 24, usada no Polo.
Terceira geração G6 – Com alterações visuais, a VW apresentou a primeira atualização da terceira geração em 2012 e o modelo foi mantido até a linha 2016.
Terceira geração G7 – Apresentada em 2016 como linha 2017, a segunda modificação da terceira geração trouxe a aposentadoria do motor 1.0 de quatro cilindros em favor do tricilíndrico do up!. Porém, ainda não é uma mudança de geração.
Pioneirismo
Mesmo sendo um carro projetado para as massas desde o início, o Gol foi pioneiro em diversas tecnologias no Brasil. Em 1988, por exemplo, foi apresentada a versão esportiva GTi, que trazia o primeiro motor com injeção eletrônica de série no País.
Em 1997, foi o primeiro carro popular a usar um cabeçote de quatro válvulas por cilindro, fato inaugurado pela versão 1.0 16V. Em 2003, o Gol foi o primeiro carro nacional com tecnologia flex, capaz de rodar com etanol, gasolina ou qualquer proporção entre os dois combustíveis.
Séries especiais memoráveis e esportivos de verdade
Além das versões convencionais, o Gol gerou diversas edições especiais que ficaram gravadas na memória do público. Uma delas foi o Gol Copa, de 1994, que trazia elementos visuais do esportivo GTi e alusões ao esporte favorito dos brasileiros.
Mas não era apenas futebol que motivava as séries especiais. Em 1996, já na segunda geração, era lançado o Gol Atlanta, com inspiração nos Jogos Olímpicos daquele ano, sediados em Atlanta (EUA).
A música também serviu de inspiração para o Gol em ao menos duas oportunidades. A primeira foi o Gol Rolling Stones, em homenagem à turnê da banda britânica de rock no Brasil. Desde 2011, um Gol Rock in Rio é quase certeza de existir quando o festival de música acontece em terras tupiniquins. Também naquele ano era apresentado o Gol Vintage, com apenas 30 unidades fabricadas e que trazia uma guitarra customizada com o mesmo visual da série especial do hatch.
Desde 1984 o Gol ofereceu versões esportivas de verdade. Primeiro com o GT. Ele trazia o motor 1.8 do Santana e oferecia 99 cv (declarados) de potência, tornando-o um esportivo de verdade. Depois vieram os GTS e GTI, que chegaram até 120 cv (também declarados) de potência. Todos traziam também acabamento exclusivo com bancos da marca Recaro. Foi assim até 1994, quando a segunda geração trouxe o motor 2.0 16V do Golf alemão para o Gol GTi, que, com esse propulsor, ficou caracterizado pela bolha no capô feita especificamente para acomodar o motor mais alto e que gerava 141 cv. Esse bloco foi usado ate o Gol G3, mas, nessa encarnação, o visual já era bem mais discreto. Para quem não queria tanto desempenho assim, na segunda geração houve o Gol TSI 1.8, vendido na época como “o esportivo mais econômico do País”.
Ascensão e queda do líder
Desde o lançamento em 1980 a Volkswagen aguardou o Gol chegar à liderança de vendas entre os carros no mercado brasileiro. O objetivo só foi alcançado em 1987, quando o hatch desbancou o veterano Fusca. Mas isso ocorreu mais porque o “besouro” havia deixado de ser fabricado do que pela preferência dos consumidores pelo carro mais moderno da VW.
Porém, desde a apresentação da segunda geração, em 1994, a marca continuou a fabricar a carroceria antiga como forma de oferecer um Gol mais em conta. Então o G1 conviveu com o G2, o G2 com G3 e assim por diante, até o G6 e o G4. Em 2014, o Gol G4 deixou de ser oferecido e assim começou a queda do líder, pois as vendas não poderiam ser mais somadas, uma vez que o up! assumiu o papel de carro de entrada da VW. Esse foi o começo da queda do Gol.
Fatos curiosos do Gol
Mesmo tendo introduzido uma série de novas tecnologias no mercado brasileiro, o Gol acabou rodando o mundo. E para isso recebeu algumas alterações específicas. Por exemplo, na Rússia e no México, o carro se chama Pointer. Para os mercados da Argentina, Uruguai e Paraguai a VW chegou a oferecer entre 2000 e 2008 um motor 1.9 turbodiesel baseado no antigo 1.8 AP a gasolina. Falando em Argentina, se no Brasil o Gol perdeu a liderança, no país dos “hermanos” o hatch fechou 2015 como o carro mais vendido por lá.
Números do Gol
7,8 milhões de unidades do Gol fabricadas até hoje
3,2 milhões foi o número de unidades fabricadas do Gol para ultrapassar a marca histórica do Fusca como o carro mais produzido da VW no Brasil
1,3 milhões de unidades do Gol foram exportadas
2003 foi o ano em que o Gol passou o Fusca em unidades produzidas
66 é o número de países em que o Gol chegou por exportação ou por construção com peças importadas do Brasil (CKD)
- 60º C é a temperatura que o Gol enfrentou para ser homologado na Rússia
26 é o número de anos em que o Gol ficou na liderança entre os carros mais vendidos do Brasil
4 é o total de membros da família Gol, que além do hatch inclui o sedã Voyage, a picape Saveiro e a finada perua Parati
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