30/11/2012 - Mauro Cassane/MM Editorial / Fonte: iCarros
Enquanto um é projetado para puxar até 74 toneladas de carga com extremo conforto e baixíssimo consumo de combustível, o outro é preparado para andar a quase 220 km/h, fazer curvas em alta velocidade e vencer provas automobilísticas. O primeiro exemplo trata-se do modelo estradeiro Iveco Stralis, enquanto o segundo é o seu “primo feroz” Stralis SI-12 (de “Scuderia Iveco 2012”), o caminhão de corrida da marca na Fórmula Truck. E para chegar a estas diferenças, a engenharia da fabricante realizou uma série de mudanças no “DNA” do veículo.
Tudo começa pela potência do motor. Enquanto no Stralis o motor Iveco-FPT Cursor 13 desenvolve mais de 400 cavalos (picos de potência variam de acordo com o modelo), no Stralis SI-12 a potência sobe para cerca de 1.200 cavalos. Esse incrível aumento de potência se dá com uma preparação única, que começa com um sistema de injeção combustível/ar totalmente diferente, um turbo de maior capacidade e uma central eletrônica feita para atender as características de uma corrida e que privilegia o desempenho esportivo. As unidades injetoras e os bicos também são feitos sob medida. A cilindrada do motor também é maior: passa de 12,8 litros para 13,5 litros, com o uso de pistões e camisas especiais.
Outro diferencial é o peso. Um cavalo mecânico Stralis chega a pesar mais de 7,5 toneladas. Já o SI-12 pesa 4,5 toneladas. Eliminam-se cerca de três toneladas com diversas medidas. O chassi é cortado para reduzir o entreeixos e eliminam-se algumas travessas. O cardan fica menor. A caixa de câmbio de seis marchas de corrida pesa 300 quilos a menos que a normal de 16 marchas automatizada. No eixo traseiro, somam-se 300 quilos com carcaça do diferencial em alumínio, semi-eixos e cubos aliviados, e freios a disco no lugar de tambores. Todo o interior da cabine é descartado (painel, forração, vidros laterais, bancos, etc.). E a bateria de corrida pesa 10 quilos, contra 80 das duas baterias do Stralis normal.
E como um caminhão de corrida tem de acelerar e não carregar peso, a suspensão traseira tem que acompanhar essa necessidade sendo muito aliviada. Só de molas parabólicas deixam de existir 400 quilos, pois a maior parte do trabalho é feita por amortecedores especiais de competição, que permitem regulagem de curso e pressão e cuja missão é manter as rodas traseiras no chão para transformar toda a potência do motor em velocidade. Ainda falando em suspensão, o ângulo de abertura frontal das rodas dianteiras é regulável.
A estabilidade, claro, é fundamental num veículo de corrida. Isso exige mudanças, como na parte aerodinâmica. Na estrada, o Stralis costuma ter teto alto, para maior espaço e conforto interno. Já no Stralis SI-12 o teto é baixo, o pára-choque quase encosta no chão, há um aerofólio superior, a cabine tem extensões laterais para o direcionamento do ar, uma carenagem cobre o espaço entre as rodas e os pára-lamas traseiros tem spoilers incluídos.
Outras modificações relacionadas ao aumento de estabilidade do Stralis SI-12 são o rebaixamento do centro de gravidade. O motor fica a 10 cm do solo contra 30 cm de um caminhão normal. E o conjunto motor-transmissão é deslocado mais de 50 cm para trás de seu posicionamento original para melhorar a distribuição de peso entre os eixos. Os pneus são lixados para ganhar maior aderência.
Com todas estas alterações específicas, o Iveco Stralis SI-12 da Scuderia Iveco tem como missão andar o mais rápido possível, levando seus 4.500 quilos de peso a cerca de 220 km/h. Os freios também são especiais: disco duplo, com refrigeração a água. É possível até ver o vapor saindo das rodas nas frenagens mais duras. E a última oportunidade de ver este bólido em ação em 2012 será no dia 09 de dezembro, quando será encerrada a atual temporada de Fórmula Truck.
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