05/06/2021 - Redação / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
Na maioria dos casos, porém, tanto as baterias quanto a geração da energia que usam deixam pegadas de carbono pelo caminho.
Quando falamos em carros elétricos, geralmente a imagem que vem à cabeça é a de um veículo silencioso, moderno e, principalmente, limpo – no sentido ambiental da palavra. Afinal, ele não precisa queimar nenhum combustível para se mover e, assim, também não despeja nenhum tipo de gás na atmosfera.
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Na prática, porém, essa teoria ainda não é comprovada. Se nas ruas os elétricos efetivamente não emitem mesmo gases poluentes, para que possam rodar assim, limpinhos e pimpões, toda uma cadeia de produção de componentes e de geração de energia, que não é “limpa”, precisa entrar na conta.
A despeito de falarmos de carros aqui, a melhor maneira de explicar tudo isso quase não inclui quilometragem, mas sim pegadas, as famosas pegadas de carbono – medidas em toneladas de GEE, os Gases do Efeito Estufa, convertidos para seu equivalente em gás carbônico, o CO2 nosso de cada respiração.
As baterias e suas pegadas de carbono
E essas pegadas, por enquanto, são muitas e bem grandes, por exemplo, em todo o processo que envolve a produção das baterias usadas nos veículos.
A começar pela extração dos metais raros, como o lítio – e, por mais que seja necessária, a mineração é quase sempre extremamente danosa ao meio ambiente e causa danos irreversíveis.
Segundo um relatório do Instituto Sueco de Pesquisas Ambientais – IVL, de 2017, mesmo sem queimar uma gotinha de combustível, um Tesla Model S já nasce com uma emissão equivalente a oito anos de uso de um automóvel movido a gasolina – somados todos os processos envolvidos na produção de seus componentes, especialmente as baterias.
Ou seja, seria preciso que esse carro fosse usado durante oito anos para “zerar” a pegada de carbono de sua fabricação em relação ao uso de outro modelo, com motor a combustão. É claro que a produção desses outros modelos também gera impactos, mas a comparação impressiona.
Energia não renovável
A questão da sustentabilidade, no entanto, não se limita à produção dos veículos, mas também ao seu abastecimento.
Se aqui no Brasil – e nisso (ainda) estamos bem na fita – mais de 80% da eletricidade vem de fontes renováveis, especialmente hidrelétricas, no resto do mundo, essa média cai para modestíssimos 25%. Ou seja, três quartos da energia global têm origem insustentável.
Isso quer dizer que, para carregar as baterias dos carros limpos, na maioria das vezes é necessário produzir eletricidade queimando algum tipo de combustível, seja ele gás, óleo ou carvão – mineral que, acredite, ainda é uma das principais fontes energéticas de países como a Alemanha.
Descarte complexo
Por último, vale voltar às baterias para lembrar que elas têm durabilidade limitada, hoje estimada entre quatro e sete anos. O custo de substituí-las nos carros é alto e, seguindo o raciocínio ali de cima, traz para bordo mais alguns anos de carbono a serem descontados.
Mais grave ainda é o descarte dos componentes exauridos. A indústria tem avançado nesse sentido, mas até aqui, a grande maioria das baterias não podem ser recicladas, ou têm boa parte de seus componentes não aproveitados depois do descarte, e não podem ser deixados em qualquer lugar.
Depois de toda essa ducha de água fria (e poluída), você deve estar achando que o futuro elétrico do automóvel não será dos mais auspiciosos para a humanidade.
Mas vale lembrar que a tecnologia tem avançado em alta velocidade e que, a cada dia, novos materiais e processos, mais limpos, estão sendo descobertos e implementados.
Baterias mais limpas, eficientes e recicláveis já estão em desenvolvimento. E os parques eólicos (vento) e solares para geração de energia têm crescido bastante em boa parte do mundo. A tendência é que a própria legislação dos países do Primeiro Mundo, cada vez mais restritiva, empurre a indústria na direção da sustentabilidade.
E aí, quem sabe daqui mais uns oito ou dez anos, quando você falar em um carro elétrico silencioso, moderno e, principalmente, limpo, estará simplesmente refletindo a realidade.
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