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Carro muito pouco rodado é sempre melhor compra?

A quilometragem rodada é uma das coisas que influenciam o valor dos usados, mas nem sempre o pouco uso é uma vantagem

10/05/2024 - Por Henrique Koifman - RF1 / Fonte: iCarros

Você está procurando um carro usado para comprar e se depara com dois deles, idênticos: mesmo modelo, ano e até a cor; só que um tem no hodômetro um número surpreendentemente baixo, e o outro, algumas dezenas de milhares a mais. Melhor comprar o que rodou menos, né? Nem sempre.

Diferentemente do que muita gente pensa, carro muito pouco rodado pode apresentar mais problemas – e ser uma pior opção de compra – que outro, mais rodado, porém bem cuidado e com a manutenção em ordem.

É claro que várias peças e componentes do automóvel vão sofrer algum tipo de desgaste depois de dezenas de milhares de quilômetros rodados. Mas aí estamos falando da vida útil estimada para um carro, e que geralmente é medida em centenas de milhares de quilômetros.

Ou seja, um modelo de uns cinco anos com, digamos 60 mil km rodados, que foi bem tratado, submetido a todas as revisões previstas e usado dentro dos parâmetros para os quais foi projetado, provavelmente estará melhor “de saúde” que outro, da mesma idade, com apenas 10 mil km percorridos, mas sem ter recebido a devida atenção.

Carro não é urso, não deve hibernar

Não por acaso, o carro permanecer parado por longos períodos é justamente um dos tipos de rotina classificadas como “condição severa de uso” por especialistas e no manual da maioria dos modelos.

Quando o veículo fica muito tempo sem ser ligado, as partes internas do motor podem ficar ressecadas e até oxidar. E outros componentes, como mangueiras e correias também acabam ressecando e estragando, os fluidos se estragam e há formação de depósitos de resíduos nos reservatórios – como o cárter do motor, onde se acumula o óleo lubrificante, por exemplo.

O mesmo acontece com a borracha dos pneus, que tende a perder sua elasticidade e resistência. Além disso, ao longo do tempo, os pneus vão perdendo lentamente a pressão de ar e murcham, com a parte que fica apoiada no chão sendo sobrecarregada e, até no médio prazo, perdendo a sua forma original.

Com isso, mesmo depois de devidamente calibrado, o pneu não recupera seu formato apropriado e pode provocar vibrações e até perda de estabilidade no carro. O longo repouso também prejudica a suspensão, incluindo amortecedores, buchas e molas; e os freios, entre outros componentes.

 

E não podemos nos esquecer do interior do carro que, passando por longos períodos de hibernação no escuro de uma garagem, fica muito mais sujeito a se transformar em abrigo para pragas e ao surgimento de mofo – que além de desagradável, pode fazer um tremendo mal à saúde.

Carro de cidade X carro de estrada

Sabe aquela conhecidíssima lenda da velhinha, que só dirigia para ir à missa aos domingos, pertinho de casa, daí o carro dela ser antigo, mas estar novinho? Tem grandes chances de ser “fake news”. Isso porque usar o veículo habitualmente em trajetos muito curtos é outras das condições consideradas uso severo.

Nesses trajetos curtos e breves, o motor do carro não tem tempo de atingir sua temperatura ideal de funcionamento e o esforço e o desgaste impostos ao motor e à transmissão são maiores.

Um dos componentes que costumam se estragar mais rapidamente nesse caso é o sistema de escapamento. Isso porque, com o motor funcionando abaixo da temperatura ideal, o combustível pode não ser queimado completamente e resíduos líquidos são expelidos junto com os gases.

Se todo o sistema se aquecesse corretamente, esse líquido – boa parte dele água – evaporaria dos canos, silenciosos etc. Mas, como a temperatura não chega a se elevar, pode se acumular no escapamento, provocando corrosão e estragos.

Outro tipo de uso considerado severo para o carro é andar mais com ele em engarrafamentos pesados. No para e anda do trânsito, a refrigeração do motor é menos eficiente e, tanto nos carros manuais como nos automáticos, a tendência também é desgastar mais transmissão e freios.

“Mas isso é o que a maioria de motoristas, como nós faz, todo dia…”, você pode estar (corretamente) concluindo. Sim, é isso mesmo.

E os campeões dessa categoria de uso em condições severas são os profissionais que dirigem táxis, carros de aplicativo, ambulâncias, carros de polícia e demais veículos de serviço – automóveis que não por acaso, costumam ser desvalorizados no mercado de usados.

Por essas e por outras, carros que rodam mais em estrada que cidade, mesmo com quilometragem maior, também tendem a estragar menos que os exclusivamente “urbanos”. Eles funcionam mais próximo das chamadas condições ideais para que foram projetados, ou seja, a sua condição normal de uso.

Isso, claro, se a estrada for bem pavimentada e o motorista guiar direitinho. Caminhos muito acidentados, de terra, com muita poeira e buraco estão entre as tais condições severas de uso. Tentar bater recordes de velocidade ou de arrancada, também.

O que é mais importante para a saúde do carro usado

Independentemente de ter rodado mais em estradas livres ou cidades congestionadas, o critério mais importante para escolher um carro usado é a manutenção que recebeu ao longo de sua vida.

Um plano de revisões cumprido à risca e devidamente documentado, etiqueta com a data da última troca de óleo e filtro mostrando que estão em dia, pneus em bom estado e dentro do prazo de validade e todos os fluidos no nível certo e com boa aparência são os melhores cartões de visitas para um candidato a sua garagem.

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