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As inesquecíveis peruas brasileiras: VW Variant

A Variant era confiável, econômica, espaçosa e conquistou as famílias e o mercado

06/06/2021 - Alexandre Kacelnik / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros

Ao comprar a DKW-Vemag e acabar com a marca – e consequentemente com a Vemaguet – a Volkswagen criou um hiato no mercado brasileiro de peruas em 1967. Curto hiato que ela mesma encerraria no fim de 1969, com o lançamento da Variant.  

Com motor boxer traseiro 1.6 refrigerado a ar e tração traseira, a primeira Variant tinha dois grandes faróis retangulares, que na versão seguinte já eram quatro redondos.  

Baseada no projeto alemão Typ 3 – a família Typ 1 era o Fusca e esportivo Karmann-Ghia e a Typ 2 a Kombi – a Variant era antiquada em relação à sua principal concorrente, lançada um ano depois, a Belina, versão perua do Corcel, que tinha motor e tração dianteiros refrigerados a água. 

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Mas levava algumas vantagens na decisão de compra das famílias brasileiras. Primeiramente tinha a mecânica muito parecida com a do amado Fusca e em tese era tão confiável quanto ele, enquanto os motores a água muitas vezes superaqueciam e deixavam a tal família no meio da estrada.  

Numa época em que celular só existia no desenho animado futurista dos Jetsons, esperar por socorro poderia ser uma experiência nada agradável.  

Para aliviar - principalmente para a galera do banco de trás - a ausência do ar-condicionado, um superluxo no século passado, a Variant, que só foi fabricada em versão duas portas, tinha um quebra-ventos antecedendo o vidrão inteiriço. 

A Variant era econômica e tinha bom espaço para bagagem, 500 litros esquentando em cima do motor bem rebaixado, na traseira, e mais 140 litros na frente, onde os outros carros levavam o motor.  

Os vinte e pouco segundos que levava para chegar a 100km/h pareciam não incomodar, até porque não havia nenhuma perua-foguete na concorrência até o lançamento da GM Caravan 4.1, em 1974, mas essa, além de desempenho, tinha o preço em outro patamar.  

E dentro de um mercado amplamente dominado pela Volkswagen – que no início dos anos 1970 produzia cerca de 70% dos carros brasileiros -, o 1.6 que segundo a propaganda rendia 65 cavalos e entregava 12 kgfm de torque era bem forte perto do que o povo estava acostumado, primeiramente com o 1.2 e na época com os motores 1.3 e 1.5 do Fusca.     

Dos três modelos da família VW 1600 – que além da perua tinha o sedã apelidado de Zé do Caixão, lançado um ano antes e o fastback TL, lançado um ano depois – a Variant foi o de maior sucesso: quando saiu de linha, no fim de 1977, para dar lugar à Variant II, haviam sido fabricadas 256 mil unidades, um número bastante expressivo para a época. 

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