04/07/2021 - Alexandre Kacelnik/ RF1 / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
A Volkswagen parou de produzir a Variant II no fim de 1980, e deixou o reino das peruas todinho para as concorrentes: Ford Belina e Chevrolet Caravan, maiores e mais antigas, e as novas Fiat Panorama e Chevrolet Marajó, versões station wagon dos pequenos 147 e Chevette, que estrearam no mesmo 1980.
Vale lembrar que com proibição da importação de automóveis estabelecida pelo regime militar em 1976, as quatro grandes montadoras da parte aí de cima dividiam o mercado, e não estar presente em algum segmento era perder dinheiro na certa.
Esse problema foi resolvido em 1982, com o lançamento da Parati. Veio completar a família Gol, que tinha ainda o sedan Voyage e a picape Saveiro. A Parati chegou já sem o motor 1.3 refrigerado a ar que freou o sucesso absoluto do Gol em seu primeiro ano de existência.
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Veio com o 1.5 de 76 cavalos, refrigerado a água, do Passat. No mesmo ano veio o 1.6 de 81 cavalos e mais torque, também do Passat. Na plataforma do Gol, com algumas modificações na suspensão, esse conjunto fazia a perua de menos de uma tonelada ser a mais invocada do seu segmento.
Consciente de que não tinha a perua mais econômica ou a com maior espaço para carga, mas tinha um carro gostoso de guiar, a Volkswagen desvinculou, ou pelo menos não priorizou na publicidade da Parati, o conceito predominante de carro da família brasileira.
E isso foi uma constante ao longo dos 30 anos em que a Parati foi fabricada, o que pode ser comprovado pelos nomes que receberam as séries especiais – Surf, Track & Field, Sun, Summer e Sunset são apenas alguns – e principalmente pela proposta de alguns modelos.
O primeiro motor turbo 1.0 que rodou pelo Brasil, com 112 cv, foi o da Parati de segunda geração fabricado entre 2001 e 2003. Antes disso, em 1999, foi lançada uma raríssima versão GTI 2.0 de incríveis 153 cv.
Em seus 30 anos de produção a Parati acompanhou as reestilizações do Gol, foi exportada para Estados Unidos e Canadá com o nome Fox, teve motores mais apimentados e mais sem graça – o 1.0 de 69 cv de 1977 foi o mais modesto -, e seus mais de 900 mil exemplares serviram como carro de família, de playboy, de surfista, de trabalho, enfim, teve o reconhecimento de todas as tribos.
Em 2012, quando deixou de ser fabricada, a Parati já estava perdendo espaço para a Fiat Palio Weekend. Em seu lugar, na Volkswagen, ficou a SpaceFox, que para os puristas não é perua. Na verdade, nem era para a Volkswagen, que a classificou no lançamento com sportvan. Algo híbrido entre uma perua a os SUVs que viriam a dominar o mercado.
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