25/07/2021 - Alexandre Kacelnik /RF1 / Fonte: iCarros
As peruas brasileiras derivadas de carros de sucesso quase sempre tiveram nomes próprios: Caravan, Panorama, Belina, Elba, Ipanema. Não foi o caso da versão station wagon do Ford Escort, que se chamou apenas...SW.
Esse é somente um detalhe na história cheia de obstáculos desse muito bom carro, que por circunstâncias de mercado e até de contexto histórico teve vida bem mais curta que merecia – ou que o consumidor brasileiro merecia.
O Ford Escort foi lançado em 1983 para substituir o esgotado Corcel em sua geração II. Bastante moderno em relação ao antecessor, fez muito sucesso, tendo sua versão esportiva - mais no visual que no motor – o XR3, se tornado o principal sonho de consumo dos jovens (ou carro de playboy), da década. E nada de lançar uma versão perua.
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A segunda geração do Escort veio no modelo 1993, quando Ford e Volkswagen já operavam no Brasil a joint venture chamada Autolatina, que levou as concorrentes globais e terem, juntas, perto de 60% do mercado brasileiro.
O famoso AP 2000 da VW passou a equipar o XR3, e o modelo de primeira geração continuou sendo fabricado e atendeu à necessidade criada por incentivos governamentais de ser ter a prateleira um carro 1.0, recebendo o propulsor do Gol 1000.
E nada de versão perua, apesar de a Ford ter colocado em catálogo na Era Autolatina a Versailles Royale, um clone da VW Santana Quantum, também equipada com AP 2000.
Quando a Autolatina foi dissolvida e Ford e VW tomaram rumos totalmente independentes no Brasil, em 1996, o Escort ganhou uma terceira geração, talvez a melhor delas, com motor Zetec 1.8 16v de 115 cavalos fabricado na Inglaterra, e aí veio a perua.
Com ela, a versão de que não fora lançada antes por um acordo da criação da Autolatina para não canibalizar o sucesso da VW Parati.
Pode-se dizer que a Escort SW foi boa enquanto durou.
Considerada a melhor perua entre as derivadas de médios e pequenos do país, não era perfeita, mas tinha o suficiente em desenho, performance, confiabilidade, conforto e tecnologia (direção hidráulica, ar condicionado, cintos de três pontos no banco traseiro e travas elétricas) para enfrentar com galhardia Parati, Palio Weekend e Corsa Wagon.
A perua vendeu até mais que o Escort comum (já que nunca ouve consenso se era um sedã ou um hatch) em alguns meses.
Mas chegou num momento em que as importações já estavam abertas, o próprio projeto do Escort já estava envelhecendo – o próximo carro mundial da Ford, o Focus, foi lançado no Brasil em 1998 -, e principalmente o cenário estava se desenhando para ‘as famílias brasileiras’ começarem a substituir as peruas pelos SUVs.
A SW parou de ser fabricada em 2003, mesmo ano de lançamento do Ford EcoSport.
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