27/06/2021 - Alexandre Kacelnik / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros
A Fiat desembarcou no Brasil tardiamente, em 1976. Pelo menos em relação a Volkswagen, Ford, Chevrolet e Chrysler, que dominavam o mercado quando a marca italiana resolveu se instalar em Betim, Minas Gerais, diferentemente das demais concorrentes e os fornecedores de autopeças, estabelecidos no ABC paulista.
A missão da Fiat era ainda mais dura: bater de frente com o Fusca, que, ultrapassado ou não, era o Namoradinho do Brasil. Para isso, foi criado o Fiat 147, uma versão tropicalizada do 127 italiano – mais resistente às duras condições das ruas e estradas brasileiras e com motor mais potente.
Confira outras peruas inesquecíveis:
+ Ford Belina
+ VW Variant
+ Simca Jangada
+ DKW Vemaguet
Quando a versão perua do 147 estreou, em 1980, seu pai já era sucesso absoluto e vendia mais do que Fusca e Chevette. A Panorama ganhou a reestilizada frente Europa, e até a coluna central era idêntica ao 147.
Daí para trás, era uma criação brasileira. Bem-criada por sinal, porque apesar de não ser uma obra de arte em termos estéticos, tinha várias características que agradaram em cheio ao seu público-alvo, a família brasileira urbana de classe média.
Tinha apenas 3,9 metros, pelo menos meio metro menor que as concorrentes – com exceção da também curtinha VW Brasília, que não chegava a ser uma perua – e 840 kg.
Mas não perdia em conforto nem em tamanho do bagageiro – levava cerca de 770 litros, o dobro com os bancos rebatidos - e ainda era mais econômica, o que particularmente naquele momento pós-milagre econômico contava muitos pontos.
Em estrada e com uma tocada familiar, o motor 1.3 de 61 cavalos fazia o carrinho rodar mais de 650 km com o tanque de 52 litros.
Alguns itens poderiam ter sido melhores aproveitados:
1 - o fato de ser vendida apenas na versão duas portas – o que na época não era um defeito, já que todas as peruas tinham apenas duas portas, e diz-se que isso se deve ao fato de que a tal família brasileira achava mais fácil e seguro controlar os filhos se não houvesse portas na parte de trás do carro.
2 - O câmbio, que exigia prática, força e paciência – na época não se usava a palavra resiliência – para fazer entrarem as quatro marchas, mais a ré.
3 - Nos dias de grandes chuvas era comum ver os 147 parados nas ruas, mais que os outros carros.
Em 1983 a Panorama ganhou a frente Spazio, uma quinta marcha e um monte de plásticos na carroceria, talvez como uma resposta à VW Parati, lançada em 1982.
Em 1986 saiu de cena, naturalmente, para dar lugar a Elba, versão perua do Fiat Uno. Houve uma versão da Panorama com motor 1.3 a diesel, exportada para a Europa.
Embora tenha sido projetada para o Brasil, a Panorama fez sucesso no mundo. Das 115.986 unidades produzidas, segundo a fábrica, 58.413 foram vendidas no Brasil, e o restante, quase a metade, exportado para a Europa e América Latina.
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