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Acidentes no Brasil custam R$ 52 bilhões por ano

Balanço reflete tragédia humana: 32.000 mortos e 230.000 pessoas com sequelas

30/09/2022 - Fernando Calmon / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros

Os números sobre acidentes de trânsito no Brasil têm grande impacto não apenas da grande dor provocada por mortos e feridos, mas também pelo custo financeiro. Na realidade esse é um problema mundial, pois 1,35 milhão de pessoas morrem por ano em 178 países. Incluindo 50 milhões de sobreviventes com sequelas, o custo financeiro anual atinge US$ 500 bilhões (R$ 2,5 trilhões).

Assunto tão grave levou a Organização das Nações Unidas (ONU), sustentada por informações da Organização Mundial de Saúde, a criar a Década de Ações para a Segurança no Trânsito com o objetivo de diminuir em 50% as mortes.

A primeira foi de 2011 a 2020 e poucos países cumpriram a meta. A ONU renovou o desafio e espera resultados mais promissores com a segunda década entre 2021 e 2030.  

Nosso País não se saiu tão mal porque conseguiu reduzir em 25% o número de mortos. Mas isso é insuficiente. O avanço deveu-se em grande parte pela lei de tolerância zero ao consumo de álcool antes de dirigir e ao aumento da fiscalização.

Segundo estudos feitos pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado ao ministério da Economia, o Brasil perde R$ 50 bilhões por ano com os acidentes.

Já o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) avalia as perdas em R$ 52 bilhões no ano passado. Resultado decorrente de 32.000 mortes e 230.000 pessoas com sequelas graves, inclusive invalidez permanente.

As indenizações pagas por meio do DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres, ou por sua Carga, a Pessoas Transportadas ou Não), um nome tão extenso quanto a gravidade do problema, apontam que os acidentes fatais atingem de forma desigual os atores do trânsito.

Motociclistas, 47%; usuários de automóveis e veículos pesados, 26%; pedestres, 22% e ciclistas 5%. Rodovias responderam por 80% das mortes e 20% as áreas urbanas.

Entre as diversas causas destes números negativos chama a atenção os 5% dos motoristas que têm hábitos de agressividade ao volante. Dirigir e falar ao celular é outro comportamento de risco, apesar da multa de R$ 293,47 e sete pontos no prontuário por infração gravíssima.

No ano passado houve 256.000 apenados em todo o País, porém os números reais dessa infração são muito maiores. Um comportamento ainda mais perigoso é teclar mensagem enquanto se dirige.

Há uma tendência de ampliação do sistema viva-voz à medida que mais modelos contem com espelhamento do celular para as centrais multimídias.

Isso melhora o nível de segurança, embora o correto seja encostar o veículo em um lugar permitido quando se tratar de uma ligação telefônica urgente. Vale lembrar que o acostamento em estradas é uma parada emergencial como pane mecânica ou pneu furado e só deve se usar para esta finalidade.

Semana Nacional de Trânsito

Criada por lei em 1997, juntamente com o atual Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a Semana Nacional de Trânsito deste ano aconteceu de 18 a 25 de setembro. Iniciativas educacionais formam o tripé clássico por um trânsito mais seguro juntamente com a fiscalização e os conceitos de engenharia aplicados ao sistema viário.

O CTB tornou obrigatória a inclusão, desde a sua instituição como lei, a disciplina de segurança viária da préescola até os ensinos fundamental, médio e superior. Mas isso praticamente se transformou em letra morta, o que também explica o fato de o Brasil ter dificuldades para alcançar níveis superiores de redução de mortos e feridos.

O Observatório Nacional de Segurança Viária realizou, pela primeira vez, uma campanha educativa para a Semana Nacional de Trânsito, em parceria com a Senatran (Ministério da Infraestrutura) e a CNT Sest/Senat. Disponibilizou para toda a sociedade as peças institucionais sem custos para qualquer empresa ou entidade que quisesse colaborar, lembrando da importância da Semana para um trânsito mais seguro. O filme está no YouTube em https://youtu.be/xK0zRg6lw2o .

"Para nós, é um orgulho poder ter dado uma grande visibilidade à Semana Nacional de Trânsito a públicos bastante heterogêneos. Pela primeira vez, conseguimos levar o trabalho de conscientização para além dos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito. Com isso, o Observatório cumpre sua missão de ser um catalisador da sociedade em temas que envolvem a mobilidade segura, humana e sustentável", afirma Paulo Guimarães, CEO do ONSV.

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