20/03/2019 - Rodrigo França, de Melbourne / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros
O Brasil pode não ter representantes no grid da F1, mas a segunda maior vencedora da história da categoria conta com um brasileiro na direção esportiva: Gil de Ferran, dirigente da McLaren, que conversou com exclusividade com iCarros na véspera do GP da Austrália de F1.
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Como piloto, o brasileiro tem um dos currículos mais impressionantes de sua geração: título da F3 Inglesa (o mesmo conquistado por Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna antes de estrear na F1) e o da Indy, categoria na qual faturou também a tradicional 500 Milhas de Indianápolis.
Agora, como diretor esportivo da McLaren, tenta reconduzir o time aos tempos áureos de Senna, Prost e Lewis Hamilton – campeão pela equipe em 2008. Confira os principais trechos da entrevista.
Gil, é uma memória e associação muito grande para os brasileiros McLaren e Ayrton Senna. E você teve também a oportunidade de ganhar as 500 Milhas, representar o Brasil. Como era para você ver o Ayrton ganhando e também ter a possibilidade de ver ele nas pistas?
Olha, eu acho que para a grande maioria dos pilotos - não só brasileiros, mas pilotos da minha geração e, de certa maneira, para jovens também, não só pilotos – eu acho que o Ayrton foi uma grande inspiração. Não só pelos, obviamente, grandes resultados que ele teve nas pistas, mas por quem ele era. Pela atitude que ele tinha, como ele vivia a vida dele, como ele enfrentava os desafios da vida, no trabalho. Ele realmente nos inspirou muito, principalmente pelo lado da dedicação e do trabalho. Ele me inspirou muito nesse sentido.
E você foi campeão de Fórmula 3 Inglesa, um titulo que ele também conquistou antes de ir para a Fórmula 1. Como é que, na época, foi para você atingir esse mesmo recorde que ele?
Fantástico. Na época, principalmente, o título da F-3 era de muito prestígio. Para te falar a verdade, foi uma das coisas mais importantes que aconteceu na minha carreira, que ajudou a lançar minha carreira de piloto no cenário internacional. Foi um momento muito importante na minha vida.
O Ayrton ainda inspira as pessoas da McLaren? Você encontra pessoas que trabalharam com o Ayrton, que viveram essa história?
Encontra e eu acho que o Ayrton foi uma das figuras que fez a McLaren o que ela é hoje. Acho que várias grandes pessoas e personalidades contribuíram para a história da McLaren e ele realmente é uma das pessoas que ajudou a construir a história. Ele está sempre presente no MTC (McLaren Technology Center). Todo dia que eu chego lá, no Boulevard, os carros dele estão lá e passo por eles antes de ir para o meu escritório.
Agora tem até uma estátua lá que foi feita para ele. Além de muitas fotografias e memórias da carreira dele. Ele sempre estará presente. Para aqueles da minha geração, eu me lembro como se fosse ontem do Senna correndo. Lembro dele fazendo testes em Silverstone com a McLaren em 1988, eu ainda era menino. Fui andando até chegar na pista porque eu não tinha carro na época. É muito fácil você se emocionar com a história do Ayrton
Essa herança brasileira está presente em você, na Petrobras e no Sérgio Sette Câmara. Como é essa participação brasileira na McLaren?
Para mim é uma honra estar na posição que eu estou dentro da McLaren. É um trabalho que eu adoro e tem muito a ver com a minha experiência dentro do automobilismo e meus interesses pessoas e intelectuais. Eu estou me divertindo, e estar com a Petrobras no carro é fantástico: é uma empresa brasileira de peso global. E o Sérgio é um piloto jovem com bastante talento. Ele está despontando como um piloto promissor e estamos tentando dar o melhor suporte possível para ele. Ele está embarcando em mais uma temporada de Fórmula 2 e estamos na torcida por ele.
O que é mais difícil: pilotar ou gerenciar uma equipe?
Tem similaridades e diferenças. Quando você está dentro do cocpkit, existem algumas diferenças. Dentro do cockpit é o seu mundo, você está controlando o carro e muitas coisas. Mas o trabalho fora do cockpit tem muita similaridade, ainda como piloto, com o que eu faço hoje. Quando você é piloto você também tem uma responsabilidade de liderar a equipe, de acertar o foco do time e ser agregador de pessoas.
É muito do que eu faço hoje no meu dia-a-dia. Eu ajudo a determinar prioridades e preciso sempre entender a dinâmica das pessoas. Mesmo quando eu era piloto, eu sempre fui atento com organização e com todos esses processos. Você rapidamente entende que sozinho você não vai conseguir nada. Com o foco certo, engajada e motivada, a equipe será competitiva. E o piloto tem um certo papel a cumprir nessa fonte.
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