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Fusca, Kombi, Maverick, Opala: carros emblemáticos no Brasil

Lembramos os modelos que marcaram época ou que chegaram e revolucionaram de alguma forma o mercado automotivo no país

21/12/2017 - Anamaria Rinaldi e Thiago Moreno / Fotos: Divulgação e iCarros / Fonte: iCarros

Alguns modelos deixaram uma legião de fãs no Brasil quando saíram de linha. E ainda hoje são venerados quando passam na rua. Vai dizer que você não vira o pescoço quando vê um Fusca ou um Opala? Se estiverem bem cuidados então eles chegam a parar o trânsito.

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A história do automóvel no Brasil começou na década de 1890, quando o primeiro carro desembarcou no país importado pela família de Santos Dumont. Tratava-se de um Peugeot Type 3, um modelo ainda movido a vapor. E de lá para cá tanta coisa mudou. Hoje colecionamos carros que foram emblemáticos para nossa história e são eles que o iCarros lista a seguir. 

VW Fusca
Sonho de consumo de muitos colecionadores, hoje já é difícil encontrar um Fusca em bom estado por um preço acessível. Ele marcou época e chegou até a ganhar uma versão moderna. O motivo de seu sucesso está na origem: ele nasceu para ser um carro de baixo custo. O Fusca foi vendido em várias partes do mundo com diferentes nomes e apelidos, como Kafër, Carocha, Beetle, Maggiolino, Coccinelle, Escarabajo, Bug e Beetle. 

Aqui, chegou inicialmente importado em 1950 pela Brasmotor, passando a ser montado no país pela Volkswagen em 1953 - ainda era conhecido como Volkswagen Sedan, sendo que o nome Fusca só foi adotado em 1983. A fabricação no Brasil foi oficializada no dia 20 de janeiro de 1959 e durou até 1986. Após sete anos fora do mercado, ele voltou a ser produzido em 1993 a pedido do então presidente Itamar Franco e durou até 1996. Fez tanto sucesso que originou um derivado também conhecido dos brasileiros: o Brasília.
Assista a um vídeo do Fusca

VW Kombi
A Velha Senhora também fez muito sucesso pelo custo/benefício. Ela surgiu para ser um veículo de passageiros ou carga por um preço acessível, receita que nunca mais se repetiu no país. Gerações de crianças foram para a escola de Kombi. E gerações de trabalhadores se locomoviam diariamente em uma Kombi no transporte público. 

As últimas unidades foram vendidas em 2013, pois, em 2014, ela não conseguia mais atender à exigência de airbags frontais e ABS. Mas se despediu em grande estilo, com uma série especial batizada de Last Edition - que teve tanta procura que precisou ganhar um segundo lote de unidades. 
Assista a um vídeo da Kombi e a outro clicando aqui

Ford Maverick
Um dos poucos esportivos V8 do Brasil, o Maverick arrasava corações com o visual de muscle car. Ele foi fabricado no Brasil na década de 1970 e se destacou pelo desempenho - com um ronco de parar o trânsito - com luxo e conforto a bordo. Só perdia pontos com o porta-malas pequeno. 

Uma das versões com motor V8 era a emblemática GT, que trazia as faixas laterais com a inscrição "302 V8", fazendo menção à capacidade cúbica em polegadas do motor (5.0 L). O Maverick era oferecido como um modelo ágil para jovens e casais sem filhos. Havia outras versões com motor de seis cilindros emprestado do Jeep Willys e, mais tarde, foi oferecido com um moderno (para a época) 2.3 de quatro cilindros com comando no cabeçote. O sucesso nas ruas se repetia nas pistas, onde o Maverick ganhou diversas provas em competições nacionais de automobilismo. 
Assista a um vídeo do Maverick

Chevrolet Opala
Rival direto do Maverick, o Opala tem uma história tão longa no Brasil quanto a sua fama. Ele foi vendido por mais de 20 anos no país, ganhando ao longo desse período versões e derivados como a perua Caravan, o esportivo SS ou os luxuosos Comodoro e Diplomata. 

Nos seus primórdios, trazia banco inteiriço, sendo considerado um dos automóveis mais luxuosos em sua época. Benefícios como bom desempenho - chegou a ser um dos mais rápidos de seu tempo -, confiabilidade, fácil manutenção, baixo consumo e espaço interno generoso garantiram ao Opala sucesso não só entre os consumidores, como em frotas da polícia ou até carro oficial da Presidência da República. 
Assista a um vídeo do Opala

Chevrolet Monza
O Monza ficou famoso pelo luxo, sendo um carro aspiracional para a época. Fabricado entre as décadas de 1980 e 1990, ele estreou como um hatch de duas portas. Mais adiante, ganhou opção sedã e até modelos com nomes de famosos: teve homenagem ao piloto Emerson Fittipaldi e até ao Clodovil. Chegou a ser cogitada uma versão perua, que nunca saiu do papel. Ao menos não oficialmente, já que a Envemo chegou a transformar algumas unidades do sedã em perua.

Além disso, o Monza marcou época ao adotar injeção eletrônica (exatamente na série Fittipaldi) e freios ABS. Ele inclusive conviveu pacificamente com o Vectra por alguns anos, sendo substituído por ele. Ainda hoje é conhecido pelo bom desempenho, aliado a um acabamento refinado, conforto na cabine e bom espaço interno. O sucesso foi tanto que o Monza chegou a ser o carro mais vendido no país por três anos, superando tanto o Fusca quanto o Gol.

Chevrolet Corsa 
Se hoje o estilo mais arredondado dos carros é padrão, ele começou na década de 1990 no Brasil com o Corsa. Substituto do Chevette, ele fez ainda mais sucesso que seu antecessor, aparecendo até os dias atuais entre os usados mais vendidos no país. Ele tinha motorizações 1.0, 1.4 e 1.6. Ainda hoje está entre os modelos mais vendidos da Chevrolet no Brasil em toda a história da marca. O Corsa ganhou versões sedã - depois rebatizada de Classic -, picape e até uma perua Wagon. Houve também uma série especial Piquet em homenagem ao piloto brasileiro e a esportiva GSI, que tinha motor 1.6 16V com injeção eletrônica e até teto solar, um luxo para aqueles tempos.

Lada Laika
Embora o primeiro carro a desembarcar no Brasil após a liberação das importações na era Collor tenha sido um Mercedes-Benz Classe E, foi o Lada Laika que se firmou como símbolo da abertura. O modelo foi vendido no país nas carrocerias sedã e perua. Seu sucesso se deu pelo preço acessível, comparável a um Gol básico na época. Infelizmente, a vida da Lada no Brasil não durou muito e a marca russa abandonou o mercado brasileiro no final da década de 1990. O nome, aliás, veio do nome da cadela que os soviéticos enviaram ao espaço no Sputnik II em 1957.

Volkswagen Gol
Queridinho dos brasileiros e modelo mais vendido no país por 27 anos seguidos, o Gol não poderia ficar fora dessa lista. Ainda hoje é o usado mais comercializado por aqui. Mas a história do Gol é emblemática para o país, já que ele inovou em diversos momentos. Ele foi lançado aqui em 1980, sendo totalmente projetado e desenvolvido no Brasil. 

Teve ainda o esportivo GTI, o primeiro automóvel brasileiro com injeção eletrônica, além de ser o primeiro carro do país equipado com motor 1.0 16V, o primeiro com motor 1.0 Turbo e o primeiro com motor flex. Ficaram muito conhecidas também a segunda geração, apelidada de “Bolinha”, e a versão GTS. 
Assista a um vídeo do Gol

Romi-Isetta / DKW Vemaguet
O carrinho para duas pessoas e porta que se abria para a frente foi oficialmente o primeiro carro fabricado no Brasil. No entanto, não foi reconhecido como tal por conta da porta única, mesmo tendo quatro rodas. Uma das vantagens dessa configuração era que você podia estacionar o modelo de frente para a calçada, prática proibida atualmente no país. Assim, coube à perua fabricada pela DKW-Vemag o título de primeiro automóvel fabricado no Brasil. Chamada posteriormente de Vemaguet, ela teve a produção aqui iniciada no final da década de 1950.

JAC J3
Embora a JAC não seja a primeira marca chinesa a chegar ao Brasil, foi a que mais se popularizou. Aliás, o hatch J3 e seu sedã J3 Turin causaram furor quando chegaram, oferecendo uma lista de equipamentos recheada por preços mais em conta que os concorrentes "pelados". E teve ainda a avalanche das propagandas com o apresentador Faustão. Como resultado, hoje temos carros de entrada cada vez mais equipados e o público exige cada vez mais.

Puma GT
Esportivo muito desejado pelos jovens da época, o Puma GT nasceu da primeira marca genuinamente nacional. Ela surgiu no final da década de 1960, antes mesmo da Gurgel. Pequeno, ágil e com desenho arrojado, o Puma GT era um sonho de consumo. O modelo começou com mecânica DKW. Quando a VW assumiu a operação da última por aqui, a Puma passou a utilizar como base a mecânica dos modelos Volkswagen. O Puma teve até versão conversível. A marca abandonou os veículos na década de 1990, mas promete retornar em breve com o Puma GT Lumimari - serão apenas 10 unidades vendidas por R$ 150 mil. 
Assista a um vídeo sobre os carros nacionais

 

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