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Voyage 1.6 cumpre o que promete, mas entrega a idade | Teste

Sedã do Gol ganhou nova dianteira para esconder as rugas e unificou as versões para não fazer sombra ao Virtus

02/07/2018 - João Brigato / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Lançado no Brasil em setembro de 2008, o Voyage completa neste ano 10 anos de mercado em sua segunda geração. Ao longo da década, ele teve sua dianteira alterada três vezes e passou também por mudanças mecânicas. Agora, o sedã veterano adotou a política de versão única recheada de equipamentos, duas motorizações e poucos opcionais para abrir espaço para o novo Virtus.

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Com todas as mudanças promovidas pela Volkswagen, o Voyage ainda tem fôlego para encarar os rivais e não ser ameaçado pelo novo irmão? Colocamos à prova a versão 1.6 (que começa em R$ 56.640) recheada de opcionais.

Carinha de Saveiro, interior de Gol

A última reestilização do Voyage deu ao sedã com a mesma dianteira da Saveiro. Os faróis maiores, a grade dianteira mais grossa e o para-choque mais robusto deixaram o sedã visualmente mais refinado que o modelo pré-facelift. Apesar disso, para ter o mesmo estilo do modelo das fotos, é preciso apelar para o kit Urban de R$ 2.417 que adiciona faróis com dupla parábola, luzes de neblina, maçanetas e retrovisores pintados e rodas de liga leve de 15 polegadas, além de outros equipamentos.

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A traseira mudou apenas uma vez nos dez anos de vida do Voyage, quando o modelo foi reestilizado pela primeira vez em 2012. O visual não é tão harmônico quanto o da dianteira e revela uma das falhas do Voyage: para abrir o porta-malas de 480 litros é preciso usar a chave no miolo de abertura ou, se estiver equipado com o kit Urban, por meio do botão da chave canivete que ainda faz o alarme disparar em dois toques.

Já a cabine permanece a mesma da reestilização de 2016. Os materiais são bem encaixados e os plásticos tem boa aparência – o visual até lembra o do Golf, guardadas as devidas proporções. Há bastante espaço para dividir as tralhas do dia-a-dia em práticos porta-objetos. Um dos destaques é o suporte para smartphone que permite rotacionar o aparelho e ainda conta com uma entrada USB na parte traseira para carregamento. Nunca mais será preciso apelar para os suportes vendidos no camelô ou no sinal.

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Apesar da boa aparência geral, ergonomia exemplar para categoria e da qualidade dos plásticos usados, as portas são as mesmas do lançamento de dez anos atrás. Elas foram desenhadas com linhas curvadas e os plásticos têm qualidade perceptivelmente inferior a do restante do painel, que, por sua vez, tem visual mais retilíneo e moderno.

Enquanto seus rivais Fiat Grand Siena e Toyota Etios Sedan têm entre-eixos alongado em relação ao hatch que derivam, o Voyage permanece com os mesmos 2,46 m do Gol. Isso se traduz em falta de espaço na segunda fileira de bancos, especialmente quando o motorista é alto. Apesar de ser uma falha comum na categoria, a ausência de cinto de três pontos, encosto de cabeça para o passageiro central e Isofix vão contra a proposta familiar do sedã.

Nos bancos dianteiros, falta suporte para lombar, o que torna viagens longas cansativas. A regulagem de altura ajusta apenas a parte traseira do assento, dificultando encontrar uma boa posição para sentar. O up!, que é um modelo mais barato que o Voyage, tem bancos mais confortáveis. Não há bancos bipartidos nem como opcional.

Diversão ao volante

Este é o resumo do que há de melhor no Voyage: a dirigibilidade. Todos os carros da Volkswagen são conhecidos por levar a experiência ao volante como prioridade e isso não foi esquecido no sedã do Gol. Ele ficou mais confortável ao longo dos anos, adotando uma suspensão mais macia, só que ainda assim ele é firminho. O Voyage se mantém bastante estável em curvas feitas com mais vontade, instigando o motorista a levá-lo ao seu limite e tirando alguns sorrisos do rosto.

O motor é o velho conhecido 1.6 VHT de 104 cv e 15,6 kgfm de torque. O que chama atenção nesse conjunto é a oferta de torque em baixas rotações. Isso se traduz em esperteza na cidade e bastante vivacidade. A transmissão manual de cinco marchas com relações bastante curtas nas duas primeiras ajuda também nessa sensação de agilidade urbana. Já na estrada, o Voyage precisa de um pouco mais de pé embaixo para fazer uma ultrapassagem rápida – algo que já não é tão visto no motor 1.6 MSI usado no Polo e, até pouco tempo atrás, no Fox.

Confira aqui a ficha técnica completa do Voyage

Um dos pontos nos quais o Voyage mais entrega sua idade é no tipo de assistência usada em sua direção. A maioria dos rivais, e de boa parte dos modelos da Volkswagen, usa direção elétrica, enquanto o Voyage ainda vem equipado com sistema hidráulico. Em manobras o volante é pesado, mas isso tem uma vantagem: na estrada, onde modelos com mesmo conjunto têm a direção vaga e flutuante, o Volks se mantém firme e transmite segurança.

Com 4,21 m de comprimento, 1,46 m de altura e 1,65 m de largura, o Voyage é um dos menores sedãs do mercado. O peso abaixo dos 1.000 kg aliado às medidas compactas faz com que o Volkswagen se beneficie em termos dinâmicos, sendo fácil estacioná-lo e também conduzir em circuito urbano.

Equipamentos e opcionais

De série, todo Volkswagen Voyage vem equipado com ar-condicionado, direção hidráulica com ajuste de altura, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas e banco com regulagem de altura. Para ficar como o nosso sedã testado, é preciso adicionar os R$ 2.417 do kit Urban que, além dos aparatos visuais, traz retrovisor com ajuste elétrico, regulagem de profundidade do volante, vidro elétrico traseiro, sensor de ré, chave canivete e alarme.

Sistema de som não vem de série em nenhuma configuração do Voyage, seja com motor 1.6 ou 1.0. A Volkswagen oferece duas opções, sendo a mais barata o sistema de som de R$ 858 que vem com MP3, Bluetooth e rádio. A opção mais interessante é a central multimídia Discover Media de R$ 2.655 que, além da prática e rápida navegação, vem equipada com Android Auto, Apple CarPlay e Mirror Link.

Conclusão

Com uma boa lista de equipamentos, o Voyage se vale do custo-benefício e da diversão ao volante para encantar os consumidores. Ele é mais caro que seus rivais parelhos e menos espaçoso, mas traz boa lista de equipamentos e foco na dirigibilidade que não é replicado por eles. Nossa versão recomendada é a 1.6 somente com central multimídia opcional. Com ele, o Voyage já traz tudo o que precisa e o preço não passa dos R$ 60 mil.

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