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Toro e Oroch se enfrentam na briga das intermediárias

Fiat aposta no visual e no câmbio automático, enquanto a Renault apela para a robustez e o custo/benefício. Quem ganha?

09/05/2016 - Anamaria Rinaldi / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Um novo segmento surgiu no Brasil com o lançamento da picape Renault Duster Oroch no final do ano passado, com tamanho intermediário entre as compactas e médias. Cinco meses depois, surgiu a concorrência: a Fiat Toro, cujo apelo está no visual mais inovador e num catálogo mais versátil que a rival com opções 4x4, motor a diesel e câmbio automático – todas inexistentes, ao menos por enquanto, na Oroch. Para não perder espaço – a Toro já é a quinta colocada em vendas no acumulado do ano frente ao oitavo lugar da Duster Oroch -, a Renault prometeu versões automáticas e 4x4 ainda em 2016.

Mas enquanto elas brigam somente nas configurações flex 4x2, o iCarros colocou a Toro de entrada Freedom 1.8 (R$ 77.800) contra a Duster Oroch topo de linha Dynamique 2.0 (R$ 72.400). Lembrando que a Toro tem versões até R$ 118.480, ao passo que a Oroch tem opções a partir de R$ 63.990.

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Dimensões, interior e espaço interno

A Toro mede 4,91 m de comprimento, 1,84 m de largura, 1,73 m de altura e 2,99 m de entre-eixos, com capacidade para 650 kg ou 820 litros. Já a Oroch é um pouco menor, com 4,69 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,69 m de altura e 2,82 m de entre-eixos, levando 650 kg ou 683 litros na caçamba.

Por fora, o visual mais chamativo da picape da Fiat é um de seus principais atributos. Foi difícil quem não virasse o pescoço para conferir melhor alguns detalhes do modelo. Do Renegade, com quem compartilha diversos componentes, o interior é a herança mais visível, lembrando que os dois modelos são feitos em Goiana (PE). A Oroch, por sua vez, é mais sóbria e exibe a mesma frente já vista no SUV Duster, de quem deriva e com quem compartilha a plataforma – ambos são feitos em São José dos Pinhais (PR). Por outro lado, ela passa uma sensação de robustez inexistente na rival.

O interior da Toro é mais elegante, com bom acabamento e escolha de materiais mais agradáveis que no modelo da Renault. Há alguns itens novos, como os puxadores internos das portas dianteiras. A Oroch tem o mesmo interior do Duster, com materiais mais duros e desenho mais simples - o destaque fica por conta do acabamento em preto brilhante ao redor do rádio. A picape exibe também os mesmos problemas ergonômicos do SUV, como o ajustes dos retrovisores elétricos posicionados embaixo da alavanca do freio de mão. O volante também poderia oferecer melhor empunhadura.

Ambas picapes são vendidas apenas com cabine dupla, mas o espaço no banco traseiro é nitidamente maior na Fiat, que tem entre-eixos 17 cm mais longo. O modelo da Fiat das fotos traz ainda tomada 12V, entrada USB, apoio de braço e porta-copo para quem vai atrás – itens que fazem parte de um pacote opcional de R$ 1.702. Um problema notado nos dois modelos é que o encosto do banco traseiro é muito vertical, reduzindo o conforto de quem vai atrás. Um pouco mais de inclinação viria bem. Pontos para os cintos de segurança de três pontos e os encostos de cabeça para todos os cinco ocupantes nas duas picapes.

E já que são picapes, vamos falar da caçamba. A capacidade de carga em quilos é igual nas duas, mas, no volume, são 137 litros a mais na Toro, que ainda tem a vantagem da porta dividida. Ela facilita o acesso, mas acaba não sendo tão prática no dia a dia, já que são precisos dois movimentos para destravar cada uma das portas.

Equipamentos de série

As duas picapes vêm de série nas versões avaliadas com ar-condicionado, direção assistida (elétrica na Toro e hidráulica na Oroch), banco do motorista e volante com ajuste de altura (e de profundidade na Toro), computador de bordo, vidros (nas quatro portas) e travas elétricas, rodas de liga leve aro 16, piloto automático (controlador de velocidade) e sensor de estacionamento traseiro.

A Toro, que cobra R$ 5.400 a mais, traz de fábrica ainda controle de estabilidade, assistente de partida em rampa e sistema isofix para cadeiras infantis. Todos itens inexistentes na rival. O rádio é mais simples, com Bluetooth, função streaming de áudio, entrada USB e comandos no volante. A tela não é sensível ao toque nesse modelo. Faltou também o travamento automático das portas com o veículo em movimento. E ela conta apenas com um revestimento de caçamba. São opcionais: barras de teto (R$ 425), kit com faróis de neblina, retrovisores elétricos e capota marítima (R$ 2.019) e kit com ar-condicionado dual zone, volante de couro, câmera de ré, GPS e central multimídia com tela sensível ao toque (R$ 4.777), entre outros.

Já a Oroch, lembrando ser a versão topo de linha, inclui de série protetor de caçamba, santantônio, barras no teto, retrovisores elétricos, alarme, faróis de neblina e central multimídia com tela de 7” sensível ao toque com USB, Bluetooth e GPS. Ela perde pontos pelo volante ter apenas regulagem de altura e por ele ainda cair no colo do motorista quando a trava é solta. O modelo que aparece nas fotos está equipado com o pacote opcional Outsider (R$ 3.190), que inclui proteção frontal, alargador de para-lama, capota marítima, faróis adicionais e grade de proteção do vidro traseiro.

Veja a ficha técnica completa da Toro
Veja a ficha técnica completa da Duster Oroch

Motorização e desempenho

O motor 1.8 16V flex da Fiat entrega 135 cv e 18,8 kgfm com gasolina ou 139 cv e 19,3 kgfm com etanol a 3.750 rpm. Na Oroch está um 2.0 16V flex de 143 cv e 20,2 kgfm com gasolina ou 148 cv e 20,9 kgfm com etanol a 4.000 rpm. Em função do motor maior e do peso menor – são 1.346 kg contra 1.619 kg -, a picape da Renault anda mais. Muito mais. Ela cumpre a aceleração de 0 a 100 km/h em 9,7 segundos e chega à velocidade máxima de 186 km/h com etanol. Na rival, os números são 12,2 segundos e 175 km/h.

Outra diferença importante está na transmissão. A Toro flex só é vendida com câmbio automático de seis marchas, uma vez que o manual de seis velocidades está disponível apenas nas configurações a diesel. Já a Duster Oroch possui somente opção de câmbio manual, que tem seis velocidades com o motor 2.0 – são cinco marchas com o 1.6.

Falando primeiro do automático, ele não casa bem com o motor 1.8 na picape da Fiat, deixando as respostas lentas. O carro parece só acordar depois das 2.500 rpm. A vantagem é que ele funciona de modo suave, sem trancos mesmo em reduções. Mais “esperta”, a Oroch também ganha em agilidade com a transmissão manual, que oferece bons engates, embora seja verdade que eles poderiam ser um pouco mais precisos. E a sexta marcha é muito vantajosa na estrada, reduzindo o consumo de combustível.

A Toro bebeu muito mais que a rival, com média de 4,6 km/l na cidade. Em um congestionamento e com o ar-condicionado ligado, chegou ao menor número de 3 km/l com etanol no tanque. A Oroch foi um pouco melhor, com média de 6 km/l com etanol em uso urbano. Segundo dados do Inmetro, a Toro faz 5,8 km/l na cidade e 7,4 km/l na estrada com etanol, enquanto a Oroch roda 6,4 km/l e 7,3 km/l, respectivamente, com o mesmo combustível. E a Renault conta ainda com a função Eco acionada por um botão escondido no console central, indicador de trocas de marcha e gráficos exibidos na tela da central multimídia que representam o desempenho do condutor, tudo colaborando para adotar uma direção mais econômica.

Em questão de dirigibilidade, porém, a Toro se sai melhor, com suspensão mais confortável, filtrando melhor o piso. A Oroch parece macia demais e não “segura” tanto a carroceria em curvas. Vale destacar que ambas têm suspensão independente do tipo Multilink no eixo traseiro. Os freios são a disco na frente e a tambor atrás nos dois modelos, com a mesma medida de 215/65 R16 nos pneus. A altura livre do solo também é igual: 20,6 cm. Para manobrar, a Toro é melhor em função da direção elétrica, mais leve, que oferece mais conforto. Contudo, a Oroch dá o troco com um raio de giro menor – são 10,7 m contra 12,2 m. Isso significa que ela esterça mais e precisa de menos espaço e menos manobras para entrar em uma vaga.

Pensando no pós-venda? Ambas as picapes possuem três anos da garantia e revisões programadas com preço fechado. Elas somam R$ 3.144 na Toro e R$ 2.589 na Duster Oroch até os 50 mil quilômetros.

Escolha de Anamaria Rinaldi – Ambas as picapes têm a proposta de oferecer a dirigibilidade de SUV com a versatilidade da caçamba. E ambas conseguiram. Você só lembra que está em uma picape quando olha no retrovisor ou quando abusa um pouco mais em uma curva. Em preço e em desempenho, a Oroch dá um banho. Mas a Toro faz valer o investimento extra com mais equipamentos, mais espaço interno, melhor acabamento e dirigibilidade mais acertada. Por isso, ela leva esse comparativo.

 

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