09/11/2015 - Anamaria Rinaldi / Foto: Gabriel Aguiar e Aline França / Fonte: iCarros
A oferta de modelos esportivos está aumentando no mercado brasileiro. No final de julho, houve o lançamento do Volkswagen up! TSI e, há dois meses, foi a vez de a Renault apresentar o tão aguardado Sandero RS. Desenvolvido pela Renault Sport, divisão da marca francesa criada em 1976 e voltada para modelos esportivos e de corrida, o Sandero RS faz parte da linhagem RS, a mais agressiva. Com dimensões maiores que as do up! TSI, o hatch da Renault tem como rivais diretos no Brasil o Suzuki Swift Sport e o Punto T-Jet, este último seu concorrente também neste comparativo. Veja quem sai na frente!
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Renault Sandero RS: foguetinho por R$ 58.880
Feito em São José dos Pinhais (PR), o Sandero RS foi lançado no Brasil há cerca de dois meses, sendo o primeiro modelo da linha esportiva RS a ser fabricado fora da França. Ele é oferecido em versão única de acabamento por R$ 58.880 e já vem de fábrica com ar-condicionado automático, direção eletro-hidráulica, rádio com tela de sete polegadas sensível ao toque, GPS, Bluetooth e USB, volante e banco do motorista com regulagem de altura, trio elétrico (nas quatro portas), computador de bordo, controlador de velocidade, sensor de estacionamento traseiro, luzes diurnas de LED, rodas de liga leve aro 16, alarme, controle de tração e de estabilidade, assistente de partida em rampa e freios a disco nas quatro rodas (inexistente nas outras versões do Sandero).
O apelo esportivo fica evidente nos adesivos da carroceria, na saída dupla de escapamento, nos bancos esportivos, nos detalhes em preto no exterior e em vermelho no interior e no emblema RS na base do volante. O único opcional são as rodas aro 17, que elevam o valor do carro para R$ 59.880. O resultado ficou muito bonito e chamou a atenção nas ruas durante a avaliação do iCarros.
Motor e desempenho
Enquanto a linha do Sandero tem motor 1.0 (80 cv com etanol) ou 1.6 (106 cv com etanol), ambos flex, o esportivo RS faz uso de um 2.0 16V flex que rende 145 cv com gasolina e 150 cv com etanol. O torque máximo é de 20,2 kgfm e 20,9 kgfm, respectivamente, alcançado a 4.000 rpm. É o motor do SUV Duster, porém, modificado para entregar um desempenho superior. O câmbio manual de seis marchas oferece engates suaves e relações bastante curtas, dando muita agilidade ao hatch. Há ainda indicador de troca de marcha no painel.
Veja a ficha técnica completa do Sandero RS
A união do motor 2.0 aprimorado com a transmissão de relações curtas e o peso de 1.161 kg deixa o Sandero RS muito instigante ao volante. Basta pisar um pouco no pedal do acelerador para o giro subir rapidamente e o carro ganhar velocidade. E o belo ronco desse propulsor é ainda mais animador. Segundo a fabricante, o hatch vai de 0 a 100 km/h em oito segundos e atinge a velocidade máxima de 202 km/h com etanol no tanque. Com gasolina, os números são 8,4 segundos e 200 km/h, respectivamente.
Some a tudo isso uma direção bastante precisa e uma suspensão esportiva (26 mm mais baixa que o hatch convencional) com molas mais firmes e amortecedores exclusivos que oferece ótima estabilidade em curvas sem prejudicar muito o conforto nas ruas brasileiras. É essa a receita do sucesso do Sandero RS. Nem mesmo os pneus de perfil mais baixo – 195/55 contra as medidas 185/65 das versões “normais” 1.0 e 1.6 - fazem com que seja incômodo passar por ruas com piso irregular.
O contraponto é o consumo, que registrou média de 6 km/l com etanol rodando a maior parte do tempo em trânsito pesado e com o ar-condicionado sempre desligado. Mas tudo bem, afinal, trata-se de um legítimo esportivo. Aliás, por isso mesmo o Sandero RS possui três modos de condução (Standard, Sport e Sport+) que podem ser selecionados por meio de um botão no console central. No modo Standard, o hatch se comporta muito bem para uso no dia a dia, enquanto o Sport deixa o carro mais “esperto” e o Sport+ é indicado para pistas; desligando o controle de estabilidade.
Vida a bordo
O interior do Sandero RS passa a sensação de esportividade em diversos detalhes, como os bancos do tipo concha que oferecem ótimo apoio para o corpo, os pedaleiras de alumínio e as costuras em vermelho no volante e na manopla do câmbio. No mais, ele continua sendo um Sandero, por exemplo, com os botões dos vidros traseiros no console central e os comandos de áudio posicionados numa alavanca na coluna de direção.
Com 2,59 m de entre-eixos, o espaço interno – um dos pontos altos dos modelos da Renault – é muito bom e o assoalho quase plano permite que três adultos se acomodem bem no banco traseiro. As medidas da versão RS são iguais às demais configurações, exceto pela altura 26 mm menor. O porta-malas também se mantém o mesmo, com capacidade para 320 litros, número acima da média para um hatch compacto.
Fiat Punto T-Jet: diversão turbinada por R$ 69.310
Veterano no País, o Punto T-Jet foi lançado aqui em 2009 e já foi o carro turbo mais barato do Brasil. Hoje, ele cobra caros R$ 69.310. São quase R$ 13.000 a mais que a versão Sporting, com a diferença que a T-Jet adota mais do que apliques para se tornar esportiva. Ela traz saída dupla de escapamento, adesivos laterais, bancos esportivos, volante com base achatada e pedaleiras de alumínio.
Entre os itens de série estão ar-condicionado, direção hidráulica, chave canivete, trio elétrico (inclusive nos vidros traseiros), farol de neblina, rodas de liga leve aro 17, controlador de velocidade, sensor de estacionamento traseiro e alarme, além da nova central multimídia com tela de cinco polegadas sensível ao toque com Bluetooth, USB, função streaming de áudio e comandos por voz e no volante.
Ar-condicionado automático, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis e retrovisor interno eletrocrômico (antiofuscante) fazem parte de um pacote opcional de R$ 2.230. O teto solar elétrico cobra mais R$ 5.525, a câmera de ré outros R$ 546 e os airbags laterais e de cortina somam mais R$ 3.566. E quem quiser GPS integrado à central multimídia desembolsa outros R$ 1.639. Completo, o Punto T-Jet chega a R$ 82.816.
Motor e desempenho
O motor 1.4 16V turbo a gasolina do Punto oferece 152 cv de potência e 21,1 kgfm de torque disponível a 2.250 rpm e está acoplado a câmbio manual de cinco marchas. Esse belo conjunto é capaz de oferecer desempenho de gente grande, com aceleração de 0 a 100 km/h em 8,3 segundos e velocidade máxima de 203 km/h. Apesar do turbo, ele não demora muito a responder aos comandos do motorista. O “lag” (tempo para a turbina encher) é mais perceptível em baixas rotações, ou seja, mantenha o motor trabalhando acima de 1.500 rpm e você terá um carro ainda mais prazeroso de guiar.
Veja a ficha técnica completa do Punto T-Jet
Assim como o Sandero RS, o Punto T-Jet possui três modos de condução (Normal, Autonomy e Dynamic), que podem ser alterados por meio de um belo botão seletor no console central. O modo Autonomy, como o nome diz, privilegia o consumo de combustível e traz indicador de troca de marcha no painel, enquanto o Dynamic mostra no quadro de instrumentos informações da turbina e aumenta a abertura da borboleta deixando o carro mais ágil. Rodando no Autonomy, o consumo médio foi de 7,5 km/l na cidade com etanol, baixando pouco e indo a 6,7 km/l no Normal, ambas as medições com tráfego intenso e ar-condicionado desligado.
A direção hidráulica tem boa precisão, mas ela poderia ser atualizada para uma com assistência elétrica para melhorar a dirigibilidade. Por falar nisso, o câmbio também poderia ter engates mais diretos. Mesmo com esses pontos negativos, o T-Jet ainda é uma ótima opção para quem gosta de acelerar e busca com carro com bom desempenho. A suspensão é esportiva nessa versão, oferecendo um acerto mais firme para favorecer a estabilidade. O lado bom é que isso não prejudicou tanto o conforto na cidade, embora exija passar com cautela por valetas, por exemplo.
Vida a bordo
Por dentro, o Punto oferece bom acabamento, com materiais agradáveis ao toque. O destaque fica por conta do painel combinando com a cor da carroceria, o que dá um ar mais jovem ao modelo. A posição de dirigir é boa e os comandos ficam todos à mão, com a vantagem da nova central multimídia com tela sensível ao toque e GPS que foi incorporada na linha 2016 do hatch.
O espaço no banco traseiro não está mal, com 2,51 m de entre-eixos, mas o túnel central mais elevado dificulta que três adultos se acomodam bem atrás. O porta-malas é pequeno e oferece capacidade levemente menor do que a média do segmento, com 275 litros.
Escolha de Anamaria Rinaldi – O Sandero RS sai na frente por ser R$ 10 mil mais em conta, vir mais equipado de série, ser flex, ter mais espaço interno e porta-malas com 45 litros a mais e oferecer dirigibilidade superior (ele possui direção elétrica, câmbio de relações curtas e suspensão mais baixa). Já o Punto leva vantagem no consumo menor e no acabamento interno. Embora pese 102 kg a mais e tenha motor menor (1.4 frente ao 2.0 do Renault), o "downsizing" fez bem ao Fiat, que também empolga mais ao volante graças ao turbo e aos números um pouco maiores de torque e potência. Mas já que estamos falando de esportivos, o desempate fica no quesito desempenho. Com respostas similares entre os dois modelos e aceleração de 0-100 km/h praticamente igual, o Sandero RS vence esse comparativo por entregar um conjunto mais completo.
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