S10 flex automática: consumo justifica o preço menor?

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Chevrolet S10 oferece pela primeira vez o motor flex com câmbio automático

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Unidade das fotos custa R$ 129.990

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Tirando o tamanho, a S10 flex anda como se fosse carro de passeio

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Na versão LTZ há acabamento de couro ajuste elétrico para o banco do motorista

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Padrão de acabamento não fica muito atrás de sedãs e SUVs médios

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Tela multimídia tem 8 polegadas na versão LTZ

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Câmbio automático de seis marchas prioriza a eficência

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Prova? Aí está o consumo da unidade avaliada

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Ar-condicionado automático é de série na versão LTZ

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Espaço para os passageiros a S10 tem de sobra

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Motor 2.5 flex tem injeção direta de combustível e até 206 cv com etanol

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Pela primeira vez na história, a Chevrolet juntou três palavras: S10, flex e automática. Pode parecer pouco, mas, até então, apenas a arquirrival Toyota Hilux trazia essa opção. Uma das vantagens é não ter que pagar R$ 152.450 numa S10 LTZ automática 4x4, que tem esse valor em função da motorização a diesel. Você agora pode ter a mesma S10, na mesma versão LTZ, também automática e ainda trazendo tração 4x4 por R$ 129.990, como a unidade testada pelo iCarros. No entanto, se o consumo for ruim ou o motor flex não der conta do recado, toda essa vantagem de preço pode ir por água abaixo.

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Embaixo do capô

O motor é o mesmo das demais versões flex já oferecidas, já com injeção direta de combustível desde 2014: um 2.5 flex de quatro cilindros que entrega 206 cv de potência e 27,3 kgfm de torque máxima com etanol ou 197 cv e 26,3 kgfm, respectivamente, com gasolina. Até então, os modelos flex tinham apenas a opção da transmissão manual de seis marchas, mas passam agora a oferecer também câmbio automático de seis velocidades.

A Chevrolet diz que, para instalar a transmissão automática em conjunto com o motor flex, fez alterações em coxins de motor e transmissão e amortecedores. Como o motor diesel era mais pesado, foi necessário retrabalhar a suspensão e as fixações.

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Em termos de consumo, a Chevrolet declara que a S10 flex automática, mesmo a 4x4, faz 5,3 km/l na cidade e 6,4 km/l na estrada com etanol e 7,9 km/l em uso urbano e 9,4 km/l em uso rodoviário com gasolina. Considerando o tamanho da picape e suas capacidades, é um número respeitável. Mas uma coisa é número no papel e outra é a realidade. Mais abaixo você vai ler o quanto de consumo eu consegui na picape.

Medidas

A S10 cabine dupla tem 5,34 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,82 m de altura e 3,09 de entre-eixos. Mesmo o motor flex sendo mais leve, a picape ainda tem um peso em ordem de marcha de 1.933 kg.

O que ela traz de bom?

Lá se vão algumas décadas desde que as picapes, principalmente as médias, eram apenas instrumentos de trabalho. Hoje, se não tiver ao menos ar-condicionado e direção assistida, o público torce o nariz. E a existência de uma S10 flex automática é prova disso: foi uma exigência do mercado que, sem opção, ficava com a Hilux nessa configuração. Agora a Chevrolet não quer mais que isso aconteça.

Confira a ficha técnica da Chevrolet S10

De série, a S10 LTZ 4x4 tem direção elétrica progressiva, ar-condicionado automático, trio elétrico, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, faróis de neblina, desembaçador do vidro traseiro, roda de liga leve aro 18 polegadas, capota marítima, piloto automático, ajuste de altura para o volante, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, sensores crepuscular e de chuva, alerta de saída de faixa, alerta de colisão frontal, rack de teto, bancos revestidos de couro, volante multifuncional, espelho interno eletrocrômico, câmera de ré, sensor de estacionamento dianteiro, partida por controle remoto, rebatimento elétrico de espelhos, luzes diurnas de LED, central multimídia com tela de oito polegadas, espelhamento do celular via Andoid Auto e Apple CarPlay, Bluetooth, USB e GPS, sistema OnStar e banco do motorista com ajustes elétricos.

Muito? É basicamente o mesmo nível de equipamentos de um Cruze LTZ, faltou apenas o teto solar. Falando nisso...

É tipo andar num Cruze 4x4

Um resumo sobre andar numa Chevrolet S10 LTZ flex automática 4x4: achei mais negócio que alguns SUVs médios. Pensem assim, o valor é o mesmo, a lista de equipamentos pode ser até mais farta e ainda se tem uma caçamba para ajudar aquele seu parente ou amigo de mudança.

“Mas e o conforto?”. Essa é uma boa pergunta. Apesar de toda a evolução, a picape ainda usa eixo rígido na traseira apoiado por feixes de mola, como há décadas. Mas, rodando no dia a dia, a única diferença real para um SUV são alguns solavancos a mais em superfícies irregulares com caçamba vazia.

O isolamento acústico já está no nível de qualquer sedã ou SUV também de porte médio e o tamanho extra da picape é “driblado” pelo conjunto de sensores de estacionamento. Consegui até colocar a S10 em vagas apertadas de prédio sem muita dificuldade. Porém, ainda exige um pouco de cautela. Quem nunca andou de picape maior precisa se acostumar com o tamanho da S10, que ocupa bem mais espaço no trânsito e na garagem. A direção elétrica faz milagres para a picape. Mesmo em manobras é possível esterçar o volante com o veículo parado sem grandes esforços.

Contando ainda que o motor flex não tem o “tec, tec, tec” característico do diesel e que o acabamento da versão LTZ conta com couro e um visual bacana, fechando os olhos lembra mesmo o Cruze, ainda mais se considerarmos que a S10 também conta com alerta de colisão frontal e o assistente de mudança de faixa, como no sedã mais completo. A central multimídia com espelhamento de celular (eu utilizei o Android Auto) é cômoda, agregando funções de mapa, aplicativo de música e ainda pode responder mensagens usando os comandos de voz.

Defeitos? Poucos. Os pequenos solavancos vão te incomodar mais se você usar muitas vias de paralelepípedos, por exemplo, com a caçamba vazia; com um pouco de carga fica tranquilo. E, talvez, quem sabe, em uma ou outra situação onde o motor é mais exigido você pode sentir falta do fôlego desde as baixas rotações do diesel. No trânsito do dia a dia, o silêncio extra compensa.

Vale um destaque só para o câmbio automático em si. A programação dele prioriza a eficiência e é difícil ver o tacômetro marcando mais que 1.500 rpm. Com pouca aceleração e pista reta, essa é a faixa em que a transmissão faz a troca de marcha. Em retomadas é preciso dar bastante acelerador para causar uma redução de marchas, se não, o câmbio vai preferir manter a marcha aproveitando os 26,3 kgfm de torque que a gasolina oferece.

E chegamos à grande pergunta: e o consumo? A unidade avaliada estava abastecida com 100% de gasolina. Então, se não senti falta de força na S10 flex com gasolina, com etanol a tendência é entregar mais performance.

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Rodamos no total 225,5 km com a picape no trânsito pesado de São Paulo, sempre com ar-condicionado ligado e incluindo uma mudança em três viagens com a caçamba cheia. O computador de bordo marcou média de 7,3 km/l. Lembre-se de que se trata de uma picape automática de quase duas toneladas com motor 2.5 flex. O número obtido não é apenas bom, mas também próximo ao declarado pela marca.

É o suficiente para aposentar as S10 a diesel? Não, em algumas aplicações o torque extra justifica o valor maior. Mas se alguém me falar que está na dúvida entre um sedã ou SUV médio e a S10 flex, eu não vou estranhar.

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