10/04/2015 - Anelisa Lopes e Anamaria Rinaldi / Fotos: Gabriel Aguiar, Anelisa Lopes e divulgação / Fonte: iCarros
O iCarros reuniu três carros familiares, mas com uma pegada diferente: um esportivo, um "micro-ônibus" de luxo e um SUV com dotes fora de estrada. Afinal, quem disse que para ser familiar é preciso ter cara e performance de tiozão?
Papai piloto acionando o turbo: Audi RS4 Avant
Peruas oferecem muito espaço interno e um enorme bagageiro. Cabe o carrinho do bebê, as malas e todas as traquitanas necessárias. Mas a Audi RS4 Avant não é como qualquer perua. É arisca. É invocada. É feita para quem gosta de acelerar. O visual externo já entrega esta aptidão, com baixa altura em relação ao solo (são apenas 14 cm de vão livre), entradas de ar pronunciadas na dianteira, pneus de perfil baixo (265/30 R20) e duas grandes saídas de escapamento.
A RS4 Avant é vendida no Brasil em configuração única de acabamento por R$ 466.990. Extremamente completo de fábrica, o modelo não possui opcionais. Entre os itens de série estão ar-condicionado digital, bancos dianteiros elétricos com memória para o motorista, sensor de chuva, acendimento automático dos faróis, airbags laterais e de cortina, controle de estabilidade, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, sistema com quatro modos de condução, assistente de freio de estacionamento (mantém o carro com o freio acionado sem precisar deixar o pé pressionando o pedal) e sistema de som de alta performance da Bang & Olufsen.
A RS4 mede 4,71 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,41 m de altura e 2,81 m de entre-eixos. Três pessoas vão bem no banco traseiro, embora quem fique no assento do meio sofra um pouco com o túnel central elevado. E há isofix (sistema de fixação no chassi) para prender as cadeirinhas infantis. O porta-malas leva 490 litros e, para aumentar a praticidade, a tampa possui abertura e fechamento elétrico. E não se esqueça de que a perua vem com GPS integrado ao rádio e teto solar elétrico panorâmico, o que pode ajudar a divertir as crianças observando as nuvens no céu.
Cuidado ao pisar fundo no acelerador. Seus filhos podem enfiar o sorvete no meio da testa. A perua justifica o nome RS com o motor 4.2 V8 capaz de render incríveis 450 cv de potência e 43,8 kgfm de torque. Ao girar a chave – ou apertar o botão de partida – você é recebido com um lindo ronco V8. Com tração integral e transmissão automatizada de sete marchas e dupla embreagem, a RS4 Avant acelera de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos – é o tempo de servir um copo de água. Mas ela também é ávida por gasolina. Durante a avaliação, a média de consumo em uso urbano ficou em 3,4 km/l e rodoviário foi de 7,8 km/l. Há borboletas para fazer trocas de marcha e quatro modos de condução, que alteram comportamento do motor, câmbio, suspensão e direção. A suspensão firme aliada aos pneus com perfil baixo deixam o carro "grudado" no chão, com ótima estabilidade, mas reduzem o conforto em pisos irregulares - não imagine passar em uma rua de paralelepípedos enquanto seus filhos tomam suco.
É difícil não se apaixonar pela RS 4 Avant. Ela é espaçosa, confortável para todos os ocupantes, consegue levar toda a bagagem e ainda dá para se divertir com um ótimo desempenho. Só não é fácil pagar os quase R$ 500 mil que ela custa. E, principalmente, se controlar ao volante quando estiver com uma cadeirinha de bebê no banco de trás.
Sinta-se em casa e espalhe os brinquedos: MB GL 350 Bluetec Sport
Ao procurar algumas informações sobre o GL350 Sport no site da Mercedes-Benz, surgiu a dúvida: elas estariam na área de automóveis ou na de caminhões? Pois, apesar de o fabricante classificar o veículo como SUV, ele tem predicados para ser confundido como micro-ônibus. Brincadeiras à parte, o grandalhão da marca alemã oferece sete lugares, distribuídos em pouco mais de 3 metros de entre-eixos (sim, entre-eixos, pois o comprimento tem nada menos que 5,10 metros).
Para proporcionar um passeio pra lá de familiar com o SUV da Mercedes, o papai ou a mamãe desembolsam R$ 379.900 pela versão mais em conta, chamada de 350 Bluetec Sport. O nome faz referência ao motor a diesel que o equipa, de 3,0 litros V6. A potência de 258 cv não chega a assustar por se tratar de um V6, mas o torque do diesel não poderia ser diferente para empurrar este monstro de mais de 2,5 toneladas: 63,2 kgfm a suaves 1.600 rotações. Para quem achar que o ronco é manso demais, há ainda as versões 500 (4.7 V8) e 63 AMG (5.5 V8), mas estas são cobradas em dólar.
Não há como ir de passageiro no GL (em qualquer um dos bancos) e não dormir. Aliado à estabilidade proporcionada pela imensa carroceria, há a suspensão adaptativa a ar, a tração integral e, claro, o conforto do estofamento revestido de couro. Mesmo para acessar a terceira fileira, não é necessário esforço. Todo o rebatimento dos bancos é feito eletricamente. Até mesmo o motorista pode ficar com sono se ligar o piloto automático na estrada e se deixar levar pela leveza da direção elétrica e pelo silencioso motor a diesel (que conta com modo econômico de condução, que liga e desliga automaticamente).
Apesar da ascendência alemã, o GL é feito no Alabama (EUA), território dominado por SUVs gigantes. A mania de grandeza também está no porta-malas, que pode levar entre 680 l e 2.300 litros de acordo com a configuração dos bancos. E a comodidade não sai da cabeça: os dois encostos dos bancos dianteiros possuem tela de DVD com fone e controle remoto.
O grande trunfo do GL acaba sendo seu calcanhar de Aquiles no trânsito. O porte do carro não permite circular em vias estreitas, muito menos manobrar com pressa. Se a ideia é buscar o filho na escola, vale lembrar que ele não ocupa fila dupla, mas tripla, e que seu pequeno terá de "escalar" o carro para conseguir subir - é necessário usar a soleira lateral para entrar no carro.
Apesar da vocação para carregar pessoas da maneira mais confirtável possível, o habitat do GL é a estrada. É lá que o espaço interno e o alto nível de conforto fazem bem não só ao passageiro, mas como também ao motorista, que não precisa se preocupar em esbarrar no carro ao lado.
Brincando na terra sem se sujar: Land Rover Discovery Sport HSE Luxury
O mais recente lançamento da Land Rover no Brasil, o Discovery Sport tem jeitão de Evoque, mas o fabricante deixa bem clara a distinção entre os dois modelos com a enorme inscrição Discovery tanto na parte da frente do carro como na de trás. Se por fora, ele até pode causar confusão, por dentro, é bem nítida a diferença: o Discovery continua sendo um carro familiar, mesmo fugindo do aspecto quadrado característico da linha com esse visual mais esportivo.
O Discovery Sport, que será feito no Brasil a partir do ano que vem (a marca já adiantou que manterá o mesmo preço quando começar a produção nacional), possui três versões de acabamento, sendo a mais top chamada de HSE Luxury, avaliada pelo iCarros. O modelo custa R$ 232 mil e vem carregado de todos os dotes fora de estrada à la Land Rover mais mimos de luxo e conforto para o resto da família, como o enorme teto solar panorâmico.
O modelo, que deverá subsituir o Freelander e ser o carro de maior volume da marca no País tem, em todas as configurações, o mesmo motor 4 cilindros de 2,0 litros e 240 cv a gasolina. A potência pode até animar o motorista, mas na primeira ultrapassegm na estrada, o torque de 34,6 kgfm se mostrou tímido para empurrar os quase 1.850 quilos do carro - a manobra foi feita usando as reduções da caixa de nove marchas e também por meio de kick down (pressão em todo o curso do pedal para provocar redução automática de velocidade). A opção sport do câmbio anima um pouco mais, mas não chega a transformar o SUV num superesportivo.
Falando em pé no acelerador e peso, o Discovery peca pelo alto consumo. Com o tanque cheio, o computador de bordo declarou uma autonomia de pouco mais de 350 litros. Dividindo pelos 70 litros disponíveis no tanque, o consumo ficou abaixo dos 6 km/l. Mesmo a condução no modo ECO não aliviou a gastança...Não que consumo seja uma das principais preocupações do dono do Discovery, mas esqueça longas viagens em família sem paradas regulares ao posto. Em tempo: a Land Rover deverá lançar uma versão turbodiesel ainda neste ano para o SUV.
Como não poderia ser diferente de outros Land Rover, o SUV faz todo o "trabalho sujo" com o Terrain Response, sistema de gerenciamento que adequa as configurações do veículo de acordo com o terreno a ser trafegado, que vai de lama a cascalho. Se a ideia é descer uma pirambeira com a sogra, também não há motivo para pânico: há um sistema que segura o veículo automaticamente sem a necessidade de pisar no pedal do freio. Se for para enfrentar a terra, não há preocupação em se sujar. Tudo é feito eletronicamente, por meio destes comandos no painel. Para quem gosta de brincar sem se sujar, é diversão na certa.
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