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Renegade x Tracker: quem vence na faixa dos R$ 75 mil?

Na briga dos SUV's compactos, o Chevrolet tem a vantagem do câmbio automático, enquanto o Jeep esbanja estilo off-road

04/03/2016 - Anamaria Rinaldi / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Fabricado em Goiana (PE), o Jeep Renegade está caminhando para se tornar um grande sucesso no País. Suas vendas começaram mais progressivas, sem o estouro inicial provocado pelo Honda HR-V, mas com altas consecutivas, até que o Renegade passou o rival e atualmente ocupa a quinta posição entre os carros mais vendidos no País – e a primeira entre os SUV’s - segundo dados da Fenabrave (associação de revendedores).

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Neste comparativo, o iCarros avaliou o líder na versão intermediária Sport 1.8 flex com câmbio manual de cinco marchas, que sai por R$ 74.990. Ele encara o veterano Chevrolet Tracker, que está em quarto lugar no ranking de vendas no segmento. Importado do México, o Tracker ganhou uma versão básica recentemente, a LT, oferecida atualmente por R$ 77.790 – custava R$ 76.990 no lançamento em dezembro do ano passado.

Começando pelo visual, o Renegade ganha pontos pelo desenho mais moderno e pelo apelo fora de estrada. Mesmo com tração dianteira, o carro encara muito bem estradas de terra e até buracos e valetas na cidade em função da sua altura em relação ao solo – a altura mínima do solo é de 17,7 cm frente aos 1,31 cm do Tracker. Já o Chevrolet é mais urbano desde o seu estilo, com linhas mais arredondadas. Ele também é menor que o rival, com 1 cm a menos no comprimento e 2 cm a menos na largura, na altura e no entre-eixos. O Chevrolet mede 4,24 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,64 m de altura e 2,55 m de entre-eixos, enquanto o Jeep tem 4,23 m, 1,79 m, 1,66 m e 2,57 m, respectivamente.

Desempenho

Ambos os SUV’s têm tração dianteira e motor 1.8 16V flex, mas as semelhanças acabam por aí. O Tracker desenvolve 140 cv e 17,8 kgfm com gasolina e 144 cv e 18,9 kgfm com etanol a 3800 rpm. É o mesmo conjunto mecânico da versão topo de linha LTZ, com comando de válvulas variável na admissão e no escape e câmbio automático de seis marchas com opção de trocas manuais por um botão na lateral da alavanca – segundo a fabricante, essa transmissão se adapta ao estilo de condução do motorista.

Já o Renegade rende 130 cv e 18,6 kgfm com gasolina e 132 cv e 19,1 kgfm com etanol a 3.750 rpm. A versão Sport é a segunda e última no catálogo oferecida com câmbio manual de cinco marchas. Até aqui parece empate, com o Chevrolet entregando mais potência e o Jeep com mais torque. Contudo, os dados de desempenho revelam o que é possível sentir ao volante: o Renegade tem respostas superiores. Ele vai de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos com etanol, enquanto o concorrente cumpre a mesma aceleração em 11,5 segundos – vale destacar que a diferença de peso é de apenas 3kg a mais no Jeep.

O câmbio automático do Chevrolet é muito bom, com funcionamento suave, gerando trancos somente em reduções bruscas de velocidade ao pisar fundo no pedal do acelerador. O problema aqui é o botão para fazer as trocas manuais: pequeno, ele dificulta o acesso, tornando mais fácil deixar a transmissão trabalhar sozinha, especialmente em uma ultrapassagem que exige agilidade. O câmbio manual do Renegade permite uma condução mais “esperta”, com trocas mais rápidas. Além disso, os engates são suaves, mas o trilho da alavanca poderia ser mais preciso. Se você puder pagar R$ 7.000 a mais, pode levar o Renegade Sport flex com transmissão automática de seis marchas, mas saiba que esse conjunto limita as respostas do carro, deixando-o mais manso, por assim dizer.

A suspensão também garante vantagem para o Jeep, que possui suspensões independentes em ambos os eixos, enquanto no Tracker é semi-independente com eixo de torção na traseiro. Na prática, isso significa que o Renegade filtra melhor as imperfeições do piso. No Tracker, o ajuste mais macio favorece o conforto na cidade, mas permite que a carroceria incline demais em curvas, prejudicando a estabilidade e a sensação de segurança a bordo.

Quanto ao consumo, os dois modelos ficaram bem próximos durante a avaliação do iCarros, com médias de 6 km/l na cidade com etanol. Segundo os dados do Inmetro, o Renegade faz 6,7 km/l em uso urbano e 7,4 km/l em uso rodoviário com etanol no tanque. A Chevrolet, por outro lado, não participa do programa de etiquetagem do Inmetro.

Equipamentos e interior

Quanto à lista de equipamentos, ambos vêm com ar-condicionado, direção assistida (hidráulica no Tracker e elétrica no Renegade), trio elétrico (nas quatro portas), alarme, computador de bordo, banco do motorista com ajuste de altura, faróis de neblina, sistema isofix para cadeiras infantis, rodas de liga leve aro 16 (pneus 215/55 no Chevrolet e 215/65 no Jeep) e sistema de som. No Tracker, porém, o rádio é bem simples, enquanto no Renegade ele conta com Bluetooth, entrada USB e comandos no volante.

O Tracker traz mais rack de teto, único item de fábrica do Chevrolet e inexistente na versão avaliada do rival. Já o Jeep acrescenta de série controle anticapotamento, controle de tração e de estabilidade, controlador de velocidade, freio de estacionamento elétrico por botão, assistente de partida em rampa, volante com ajustes de altura e profundidade, luzes diurnas e sensor de estacionamento traseiro.

Por dentro, o acabamento do Renegade agrada mais, com um estilo mais moderno e detalhes que enchem os olhos, como o logotipo da marca no console central e nos alto-falantes e o desenho de lama no velocímetro. A posição de dirigir é elevada em ambos os modelos, mas o Chevrolet permite encontrar uma posição mais confortável para guiar. Além disso, ele conta com dois porta-objetos fechados, um acima do porta-luvas e um no topo do painel. O Jeep, contudo, possui os comandos em posição mais acessível – no Tracker o rádio inclinado deixa os botões longe do motorista e não há comandos no volante. Pena que em nenhuma das versões avaliadas possui tela sensível ao toque.

O espaço no banco traseiro não deixa ninguém em aperto em nenhum dos SUV’s, mas os 2 cm a mais no entre-eixos do Jeep parece dar um pouco mais de amplitude na cabine. Atrapalha no Chevrolet o túnel central ser mais elevado. O porta-malas do Tracker leva 306 litros, chegando a 735 litros com o banco traseiro rebatido, enquanto o Renegade acomoda 260 litros e chega a 1.300 litros com o banco rebatido. E quanto às revisões? Até os 60 mil quilômetros, a Chevrolet cobra R$ 5.292, enquanto a Jeep cobra R$ 3.628.

Escolha de Anamaria Rinaldi – No geral, o Renegade é um carro mais acertado e tem a vantagem de ser um projeto mais moderno. Não que o Tracker não valha a compra, mas ele cobra caro por uma versão bem menos equipada, que se privilegia principalmente da transmissão automática na faixa de preço abaixo dos R$ 80 mil – o Renegade ultrapassa esse valor com câmbio automático. Entre os dois modelos avaliados nesse comparativo, eu escolho o Jeep pelo custo-benefício. Mas se você quiser um carro automático, considere o Tracker.

 

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