20/09/2017 - Anamaria Rinaldi / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Pense em um carro gostoso de dirigir e que você se sentiria à vontade para reunir a família e viajar no final de semana. Esse seria um resumo do Nissan Kicks, que chegou ao mercado brasileiro no ano passado e logo conquistou o seu espaço, embora ainda longe do topo de vendas do segmento, ocupado por Honda HR-V e Jeep Renegade.
Mas o que falta para ele chegar lá? O primeiro passo nesse sentido foi dado com a nacionalização do Kicks e a chegada de uma nova versão de entrada - e obviamente mais barata.
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E é exatamente a novata S que o iCarros testou por uma semana nas ruas paulistas. O modelo avaliado estava equipado com o câmbio automático CVT, cobrando R$ 80.490 depois do aumento de preço praticado em setembro. A versão S é oferecida ainda com câmbio manual por R$ 71.990, enquanto a topo de linha SL chega a R$ 95.990. Mas então era a configuração S que faltava ao Kicks?
Equipamentos de série
Vamos começar avaliando o que o Kicks S traz de fábrica. Basicamente é o mínimo que se espera de um carro de mais de R$ 80 mil atualmente. Fazem parte da lista ar-condicionado, direção elétrica com assistência variável, computador de bordo, controle de tração e de estabilidade, assistente de partida em rampa, rodas de liga leve aro 16", faróis de neblina, alarme, trio elétrico, isofix e volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade.
No grande espaço no painel ocupado pela central multimídia nas demais versões, a opção de entrada traz um rádio mais simples com MP3, USB e Bluetooth. O carro das fotos está equipado também com acessórios como as barras transversais e os frisos laterais que podem ser instalados na rede de concessionárias.
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Motorização e desempenho
O motor é o mesmo em todas as configurações: 1.6 16V flex que rende 114 cv de potência e 15,5 kgfm de torque máximo tanto com etanol quanto com gasolina. Já a transmissão na versão de entrada S pode ser manual ou a automática CVT do carro avaliado.
Esse câmbio simula a troca de marchas - são seis marchas virtuais - quando mais de 50% do curso pedal do acelerador é acionado. Além disso, ela conta com o modo Sport, que retarda as trocas para manter o motor em giros maiores e assim entregar mais força. Vale destacar, porém, que não é possível fazer as trocas manuais na alavanca e também não há borboletas atrás do volante.
O resultado é um ótimo desempenho desde giros baixos, graças também ao peso reduzido de 1.129 kg. Segundo a Nissan, o Kicks tem o menor peso da categoria, o que torna o SUV muito ágil e prazeroso ao volante. Basta um pouco de pressão no pedal do acelerador para o carro sair da imobilidade e ganhar velocidade. Claro que, por ser um CVT, as respostas são mais progressivas, sem aquele tranco de jogar os ocupantes contra o encosto do banco se pisar fundo.
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Em qualquer condição, o Kicks se mostra bem acertado. De uma ladeira íngreme a uma estrada em velocidade constante, você curte estar a bordo do SUV. A suspensão também filtra bem o piso, com um ajuste mais macio para privilegiar o conforto. Isso não prejudica a estabilidade em curvas, mas permite que a carroceria incline um pouco se o motorista abusar. No geral, ele se mostrou melhor em dirigibilidade do que alguns concorrentes diretos do segmento.
A direção elétrica, item cada vez mais comum, oferece rigidez variável de acordo com a velocidade, o que ajuda especialmente ao manobrar. Contudo, ela poderia ser um pouco mais firme em algumas faixas de velocidade, como em torno de 40 km/h a 50 km/h. O isolamento acústico agradou e quase não se ouve barulho externo, exceto ao pisar fundo no acelerador, quando o giro do motor sobe.
Quanto ao consumo, os dados aferidos pelo Inmetro apontam, na cidade, 8,1 km/l com etanol e 11,4 km/l com gasolina. Já na estrada, as médias são respectivamente 9,6 km/l e 13,7 km/l. E na prática? Rodando por uma semana em trânsito urbano, com congestionamentos e o ar-condicionado ligado, o computador de bordo registrou no máximo 6 km/l com etanol. Alguns rivais tiveram médias piores na mesma situação. Ou seja, não está nada mal.
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Acabamento e espaço interno
O interior do Kicks não é nenhum luxo, mas é honesto e bem feito. Ele exibe textura no meio do painel estilo fibra de carbono, o que quebra um pouco a monotonia do preto. O quadro de instrumentos tem boa visualização, mas o botão para alterar as informações do computador de bordo fica ao lado do volante. No mais, os comandos são acessíveis e a ergonomia agrada.
Visualmente, o rádio ocupando o mesmo espaço da central multimídia não ficou tão bonito, mas oferece botões maiores, facilitando o acesso. Uma tela um pouco maior poderia diminuir essa sensação.
O espaço no banco traseiro é bom. São 2,61 m de entre-eixos (as demais medidas são 4,19 m de comprimento, 1,76 m de largura e 1,59 m de altura). Os passageiros conseguem acomodar bem as pernas, mas fica um pouco apertado para os ombros com três pessoas atrás. O porta-malas de 424 litros não é pequeno, mas é um dos menores entre os rivais - são 437 litros no HR-V, 431 litros no Creta e 437 litros no Captur, enquanto o Tracker oferece 306 litros e o Renegade, 260 litros.
Manutenção
O Kicks possui três anos de garantia e revisões com preço fixo, cobrando R$ 2.925 até os 60 mil km. As revisões programadas devem ser feitas a cada 10 mil km ou 12 meses, o que ocorrer primeiro, e custam R$ 410 e R$ 565, alternadamente. Ou seja, a primeira sai por R$ 410, a segunda por R$ 565, a terceira por R$ 410 e assim suscetivamente.
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Conclusão
O Kicks chamou a atenção de amigos e familiares, curiosos por conhecer o SUV que parece tão bonito por fora. O visual, aliás, é um dos destaques do modelo. E ao volante ele não decepciona, entregando uma ótima dirigibilidade. Mesmo se o Kicks for o único carro da família, ele deve atender sem problemas as necessidades em diferentes situações.
E agora com a nova opção de entrada S, ele traz aquilo que os consumidores mais exigentes querem - controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa e câmbio automático - por um preço mais em conta. Se eles quiserem mais, seguem à venda as versões SV e SL, que chega a incluir até uma câmera 360º.
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