12/02/2016 - Gabriel Aguiar / Fotos: iCarros / Fonte: iCarros
Lançada no Brasil em setembro de 2015, a nova geração do MINI John Cooper Works chegou aqui mais de um ano depois do modelo convencional. Mas será que valeu a espera? Se na atual “encarnação”, o hatch está mais distante que nunca do modelo original, com direito a uma inédita versão com quatro portas, o iCarros resolveu conferir se a configuração mais apimentada, de R$ 162.950, faz jus ao sobrenome que carrega. Confira!
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Se nas versões convencionais, o hatch já conquista olhares por onde passa, a versão John Cooper Works se mostra ainda mais chamativa, com rodas aro 18 escurecidas e detalhes exclusivos para a carroceria. O desenho ainda faz referência ao compacto lançado em 1959, mas, cada vez maior, o MINI se distanciou do conceito original de Sir Alec Issigonis e chega a ser irônico notar que apenas o espaço interno permanece diminuto.
Sob o capô, está um motor 2.0 turbo de quatro cilindros capaz de render 234 cv de potência, mas o principal atrativo do compacto é o bom acerto dinâmico, que se mostra neutro em curvas e extingue qualquer tendência de substerço que poderia acometer um modelo de tração dianteira. Isso prova que existe algum temperamento selvagem oculto sob a polidez que foi imposta ao atual John Cooper Works.
À primeira vista, a proposta de motor apimentado, rodas nas extremidades e dimensões contidas parecem remeter a um pequeno foguete, mas, infelizmente, esse não é o caso do atual JCW. Não que o modelo seja apático, a aceleração de 0 a 100 km/h em 6,1 segundos e a máxima de 246 km/h provam isso, mas falta o comportamento arisco típico dos hot hatches - e o ruído contido exalado pela saída dupla de escapamento é um reflexo disso. Ainda que disponha de um seletor de modos de condução, que varia as respostas do conjunto mecânico e a rigidez da suspensão, o hatch se mostra domesticado na opção mais agressiva.
O apoio lateral dos bancos segura bem o corpo nas curvas, enquanto a direção elétrica comunicativa e de respostas rápidas tem o peso ideal. O câmbio automático de seis velocidades, por sua vez, pode não corresponder às expectativas de quem espera um motor girando no limite, mesmo no modo esportivo “S”. Então, nesse caso, o melhor é apelar para as trocas manuais por meio das borboletas instaladas atrás do volante.
O lado positivo do processo de civilização do MINI JCW é a melhoria da cabine, que agora possui melhor acabamento e revestimento emborrachado nas superfícies que eram de plástico rígido nas gerações anteriores. A lista de equipamentos de série também ficou mais recheada, com direito à head-up display (visor que projeta informações numa tela na altura do campo de visão do motorista), controle de cruzeiro adaptativo, sistema de frenagem de emergência e ar-condicionado com duas zonas.
Conheça a concorrência
Vendido a R$ 162.950 no Brasil, o MINI John Cooper Works não é uma pechincha, mas reina sozinho em um nicho no qual não existem concorrentes. Ainda assim, o Golf GTI, que traz sob o capô um motor 2.0 turbo de 220 cv capaz acelerar de 0 a 100 km/h em 6,5 segundo e chegar à máxima de 244 km/h pode ser uma opção mais “racional” por R$ 114.990.
Se espaço interno realmente não for uma prioridade e, sim, a diversão ao volante, considere também o A1. Recém-atualizado, o hatch da Audi recebeu visual revisado e motor 1.8 turbo de 192 cv na versão topo de linha Ambition, vendida a R$ 124.990 - nessa configuração, o hatch acelera de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos e chega a 234 km/h de máxima.
Linha do tempo: Veja história do MINI John Cooper Works!
Projetado pelo engenheiro inglês Sir Alec Issigonis e fabricado pela BMC (British Motor Corporation), o primeiro Mini chegou ao mercado em 1959 com motor transversal e tração dianteira, uma configuração até então inédita que garantia ao compacto um ótimo aproveitamento do espaço interno e que segue como padrão na indústria até hoje.
Em 1961, foi a vez de a configuração topo de linha Cooper ser lançada, oferecendo melhor desempenho e apelo esportivo. O nome foi inspirado em John Cooper, amigo de Issigonis e dono da Cooper Car Company, que produzia bólidos para a Fórmula 1 - campeonato no qual venceu as temporadas de 1959 e de 1960.
Equipado com um motor maior e mais potente - 1.0 de 55 cv, ante o 0.8 de 34 cv do modelo original -, o Mini preparado por John Cooper ganhou também dupla carburação, transmissão retrabalhada e freios a disco na dianteira. E foi com essa versão que o compacto fez sucesso em competições, vencendo o rali de Monte Carlo em 1964, 1965 e 1967
Fase BMW
Tradicionalmente, todos os veículos da BMW eram equipados com motor longitudinal e tração traseira - o que chegou ao fim com o lançamento da minivan Série 2 Active Tourer em 2014. Sendo assim, a fabricante de origem bávara encontrou no Mini a oportunidade de atuar no segmento de compactos premium sem romper com os próprios valores.
Em 1994, a marca adquiriu a inglesa Rover, que produzia o Mini, e deu início ao processo de conversão do modelo à marca MINI, com letras maiúsculas. A produção do Mini clássico continuou até o ano 2000, mas o processo de criação de um sucessor teria inicio dois anos antes, quando um projeto feito pelo estúdio da BMW na Califórnia, nos EUA, foi escolhido para ganhar vida.
Opção JCW
A primeira opção John Cooper Works chegou ao mercado com o novo MINI lançado em 2001. Ela era, até então, oferecida apenas como um kit de modificação para a opção intermediária Cooper. Em relação ao modelo convencional, o JCW trazia cabeçote retrabalhado, filtro de ar esportivo, novo sistema de escape e central eletrônica remapeada - o que garantia um acréscimo de 11 cv, chegando a 127 cv de potência.
Já em 2002, o pacote de modificações passou a ser oferecido também para a configuração Cooper S, a mais potente em linha. Quando equipado com o pacote, o MINI recebia cabeçote retrabalhado, além de compressor de ar, suporte de velas de ignição e sistema de escape novos, bem como uma central eletrônica remapeada, o que garantiam 202 cv de potência.
Entretanto, a configuração John Cooper Works só começou a ser oferecida como versão pela fabricante em 2008, um ano após o lançamento da segunda geração da fase BMW. Desta vez, além de equipar turbo, sistema de escape e central eletrônica revisados, o hatch também ganhou diferencial dianteiro com deslizamento limitado eletronicamente, controle de tração dinâmico e freios de competição nas quatro rodas.
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