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Mini Countryman quer fazer três coisas ao mesmo tempo

Novo utilitário quer ser SUV, familiar e um autêntico Mini ao mesmo tempo. E ainda quer brigar com Mercedes e Audi

24/05/2017 - Thiago Moreno / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros

Geralmente, quando um carro quer fazer vários papéis ao mesmo tempo, acaba por sofrer a síndrome do pato: anda, nada e voa, mas não se destaca em nenhum ponto. Mas com o Countryman a Mini conseguiu ser, digamos, um “pato Premium”, pois cumpre tudo a que se propõe. A marca vai te dizer que o carro é um SAV, uma espécie de SUV light, com capacidade para levar uma família em suas atividades e tudo isso sem perder as características fortes dos pequenos hatches da marca. E consegue.

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Primeiro: o que mudou?

Na segunda geração, o Countryman cresceu e passou a utilizar uma maior quantidade de aços mais leves e de alta resistência. O SUV passar a ter 4,29 m de comprimento (20,6 cm a mais), 1,82 m de largura (3,8 cm a mais), 1,55 m de altura e 2,67 m de entre-eixos (7,5 cm a mais). O porta-malas também cresceu, passando de 350 para 450 litros. O peso é de 1.390 kg para a Cooper 1.5, 1.430 kg para a Cooper S e 1.530 kg para a Cooper S ALL4.

A mecânica também é nova e segue a linha dos Mini hatch. A Cooper tem um tricilíndrico 1.5 turbinado a gasolina capaz de entregar 136 cv de potência e 22,4 kgfm de torque. Nessa configuração, a tração é apenas dianteira e o câmbio é automático de seis velocidades. De acordo com a Mini, a aceleração de 0 a 100 km/h se dá em 9,6 segundos.

As versões Cooper S trazem o motor 2.0 turbo de quatro cilindros a gasolina entregando 192 cv de potência e 28,5 kgfm de torque. O câmbio passa a ser de oito velocidades. A tração é dianteira na Cooper S 2.0 e integral na Cooper S ALL4 2.0. A aceleração de 0 a 100 km/h, respectivamente é 7,4 segundos e 7,2 segundos.

Compare o Countryman com outros modelos

Preços e equipamentos por versão

Cooper 1.5 (R$ 144.950): volante em couro com botões multifuncionais, bancos com ajuste elétrico e memória, sensor de estacionamento traseiro, ar-condicionado automático de duas zonas, controles de tração e estabilidade, seis airbags, rodas de 17 polegadas com pneus 225/55, faróis de LED, tela central multimídia de 6,5 polegadas comandada por botão no console e bancos de material sintético.
Opcionais: teto solar panorâmico (R$ 4.000), sensor de estacionamento dianteiro (R$ 4.000), câmera de ré (R$ 3.000), faixas decorativas (R$ 500 cada)

Cooper S 2.0 (R$ 164.950): acrescenta de bancos em couro legítimo, rodas de 18 polegadas com pneus 225/50 e teto solar panorâmico.
Opcionais: revestimento em couro especial (R$ 1.400), sensor de estacionamento dianteiro (R$ 4.000), câmera de ré (R$ 3.000), faixas decorativas (R$ 500 cada)

Cooper S ALL4 2.0 (R$ 189.950): traz os itens da anterior mais volante com borboletas para troca de marchas, tela central multimídia sensível ao toque de 8,8 polegadas, HD interno de 20GB, sistema de som Hi-Fi Harman/Kardon, rodas de 19 polegadas com pneus 225/45, heads-up display, câmera de ré, suspensão adaptativa e tração nas quatro rodas.
Opcionais: faixas decorativas (R$ 500 cada) 

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As primeiras 150 unidades vendidas no Brasil terão incluso ao preço sugerido um programa especial de manutenção que cobre os custos de peças e manutenção pelo período de três anos ou 40.000 km.

Assobiando e chupando cana

iCarros avaliou a versão Cooper 1.5, de entrada e que, de acordo com a Mini, deve responder por 40% das vendas das 500 unidades que a marca pretende trazer para o Brasil ainda em 2017. Primeiro, vale ressaltar que o preço do modelo é puxado, quase R$ 150 mil, mas é difícil chamá-lo de “carro de entrada”, pois tem itens como ar-condicionado de duas zonas e bancos elétricos com memória.

Seu visual é tipicamente Mini, com capô destacada e perfil mais baixo. O interior segue o mesmo tema, com diversos comandos em comum com os demais modelos marca, incluindo os interruptores destacados, como os de avião. Não há o que comentar dos arremates, nem da escolha dos materiais escolhidos. No entanto, o maior trunfo do Countryman é seu espaço interno. Chega a causar estranheza um Mini em que o motorista fica tão distante do passageiro. Atrás, três adultos se acomodam bem. Pode-se até colocar três assentos infantis na segunda fileira. Então, a proposta familiar está bem coberta.

Apesar do pequeno motor 1.5 de três cilindros, o Countryman nunca sente falta de fôlego, nem no trânsito urbano quanto da estrada. Mesmo com o câmbio automático de apenas seis velocidades e menos força que os 2.0. Ainda assim, consegue acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos, mais rápidos que alguns carros que se dizem esportivos. Dinamicamente, uma condução típica de qualquer Mini: volante de respostas rápidas e um câmbio que não hesita em fazer reduções. Até 120 km/h, nada de rolamento excessivo de carroceria foi visto. Ter os comandos em comum com os outros modelos da marca ajuda na impressão de se estar em um Mini.

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A última, e talvez mais difícil, tarefa é ser um pequeno SUV. O teste-drive incluiu cerca de 10 km de estradas vicinais de terra batida bem acidentada por causa das chuvas. Um Mini seria duro demais, um carro de família também ficaria fora da zona de conforto. O Countryman? Respeitando uma velocidade mais condizente com a via passou tudo sem dificuldades, lembrando que o carro testado era 4x2 e com o menor motor. Não raspou embaixo, não pegou pára-choque e nem pareceu fora de controle em momento algum. Apenas em buracos mais profundos e em algumas valetas os amortecedores chegaram ao fim de curso. Já vi SUVs que tiveram mais dificuldades.

Conclusão

A previsão da Mini é modesta em vendas, mas a missão do Countryman é importante: atrair novos clientes para  marca com o seu misto de praticidade e carisma. E ainda precisa brigar com nomes de peso do segmento, como o Mercedes-Benz GLA e o Audi Q3. Talvez não supere em números, mas é notável como consegue fazer bem tudo a que se propõe. 
 

 

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