21/03/2018 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
A Honda apresentou a linha 2018 do City há pouco tempo. Enquanto a renovação visual e o acréscimo de mais equipamentos foram bem-vindos, algumas faltas foram sentidos, sendo a principal ausência a do controle de tração, equipamento que vem de série em todas as versões do Fit 2018, carro com o qual o sedã compartilha a mecânica. Fora essa questão, o City 2018 ficou mais completo e se aproximou do irmão maior Civic, principalmente em preço quando levamos em consideração a versão EXL testada, que custa R$ 83.400.
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O que mudou?
O City recebeu novos para-choques que trazem linhas mais horizontais, além de grade frontal que destaca mais o logotipo da Honda, avançando sobre os novos faróis com luzes diurnas de LED - de série em todas as versões. Na traseira, as lanternas receberam novas lentes, sendo que as dos piscas agora são translúcidas.
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Especificamente para versão EXL, topo de linha, houve alterações também na lista de equipamentos. Agora, a configuração traz rebatimento elétrico dos espelhos retrovisores e novas rodas de liga leve de 16 polegadas. A principal novidade é a inclusão da central multimídia com capacidade para espelhar a tela de smartphones via Android Auto e Apple Car Play.
Além dos itens citados, o City EXL já trazia ar-condicionado automático e digital, bancos com revestimento sintético. Ajuste de altura para o banco do motorista, volante com ajuste de altura e profundidade, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), acionamento elétrico de travas espelhos e vidros (sendo todos com função um toque), apoio de braço central dianteiro, piloto automático e câmera de ré.
Ficha técnica
A parte mecânica do City não mudou, assim como ocorreu com o Fit. O sedã continua trazendo o motor 1.5 16V flex que rende 115 cv de potência com gasolina e 116 cv com etanol, com torque de 15,3 kgfm a 4.800 rpm. Nessa versão mais completa, a única opção de transmissão é automática de relações continuamente variáveis (CVT), com possibilidade de simulação de trocas manuais com sete velocidades (posições pré-definidas do CVT) por meio de aletas atrás do volante.
Veja a ficha técnica completa do Honda City
Nas medidas, o sedã tem 4,45 m de comprimento, 1,69 m de largura, 1,48 m de altura e traz 2,60 m de entre-eixos. O peso declarado para esta versão é de 1.137 kg e o porta-malas tem capacidade para abrigar até 536 litros de bagagem.
Como anda?
Visual e equipamentos, foi isso que mudou no City. Seu comportamento permanece com os mesmos predicados de sempre. Entrega acelerações sem esforço, um bom nível de isolamento acústico e um acerto de suspensão que vai agradar em cheio os que buscam conforto.
Isso sem contar o bom espaço no banco traseiro e o porta-malas de grandes proporções. No que toca aos olhos, a frente ficou agradável e as lâmpadas de LED dão um “rosto” mais tecnológico ao carro. Na traseira, as lanternas com seção transparente nos piscas deixaram o sedã mais moderno.
No entanto, a versão EXL já está perigosamente perto em preço do Civic e chegando aos R$ 85 mil. Nesse preço, um VW Virtus Highline entrega até o painel de instrumentos digital opcional, além de bloqueio de diferencial e controle de estabilidade. O City tem mais airbags que o modelo da VW (seis contra quatro), mas fica devendo o restante.
O acabamento está em par com o oferecido em modelos de porte e preço similares, não que isso signifique alto luxo. Mesmo na versão topo de linha, a cabine é um mar de plástico. Tem boas texturas e a Honda ainda é referência em qualidade de montagem, mas ainda há o domínio no plástico no interior do City.
A central multimídia, uma das exclusividades da versão EXL, tem bons gráficos e responde rápido aos comandos. O pareamento via Android Auto também foi rápido e sem dificuldades. O City avaliado vem de série com câmera de ré, com imagem projetada na central, mas não traz sensores de estacionamento nem na dianteira nem na traseira.
Até agora, parece que o cenário está meio difícil para o sedã da Honda, com menos equipamentos e preço equivalente ao de rivais equipados até com opcionais caros. E está mesmo, principalmente em termos de segurança, ficar devendo itens essenciais como controle de tração ou estabilidade na versão mais cara é difícil de justificar, ainda mais quando o Fit, que tem o mesmo conjunto mecânico, os traz de série. Para ficar entre as “japonesas”, recentemente a Toyota lançou o Etios 2019, que traz ambos mais o assistente de partida em rampa em praticamente todas as versões.
Compare o Honda City com seus rivais
Por mais que eu não conseguisse deixar para trás a falta de um acabamento mais esmerado e itens de segurança deixados de lado, os modelos da Honda, incluindo os de entrada, possuem uma maldição: facilidade de uso. Você pode analisar o que for do City no papel, mas basta dar uma volta no quarteirão com o sedã para ele te conquistar.
Costumo citar meu avô nesses casos. No alto de seus setenta e tantos anos, ele ficaria cabreiro de dirigir esses carros mais modernos, com tantas etapas, e chaves que não precisam ir no contato, telas que comandam tudo e infinitos submenus para ligar uma lâmpada. O City, apesar de ser moderno e ter diversos equipamentos inimagináveis quando meu avô comprou o primeiro Fusca da família, é fácil de entender e fácil de conviver. Tão fácil que eu não teria receio de entregar as chaves desse Honda 2018 para qualquer pessoa habilitada.
O carro acelera de acordo com pressão no acelerador, vira proporcionalmente ao esterço no volante e todos os comandos estão onde você imaginaria estarem, podendo até alcançá-los de olhos fechados. Além disso, é silencioso e até econômico, fazendo 8,3 km/l com etanol em uso urbano. É uma tranquilidade só para guiar.
Conclusão
Não Honda, ainda não superei o fato de haver controle de tração no Fit e não no City. Mas no fringir dos ovos, tenho que dar o braço a torcer. Vocês sabem fazer um sedã fácil e relaxante para guiar. Para muitos de nós, é tudo o que precisamos: pouca dor de cabeça para dirigir. É caro? Sim, mas poucos veículos desse porte e preço consegue entregar a sensação de solidez e qualidade de construção atrás do volante como o City 2018.
Preciso apenas retificar uma afirmação: eu tenho receio sim de deixar meu avô dirigir o City. Receio de que ele goste. Na minha família, ao menos, o número de modelos Honda, entre Fit e HR-V, subiu de um em 2015 para cinco em 2018, contando, primos, primas, tias e demais. Vejo facilmente outros familiares querendo engordar esses números.
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