21/12/2015 - Texto e fotos: Gabriel Aguiar / Fonte: iCarros
Apenas R$ 155 separam Ford Ka 1.5 SEL (R$ 51.690) do Hyundai HB20 Comfort Style 1.6 (R$ 51.845), mas, além da equivalência de preços e de equipamentos de série, ambos competem no acirrado segmento de hatches compactos. Sendo assim, o que cada um oferece para levar a melhor e conquistar a garagem dos compradores?
Ford Ka
Um dos principais atributos do Ka é o espaço interno, mas também pesa a favor o desenho alinhado aos mais recentes lançamentos globais da fabricante. A cabine também toma como inspiração as linhas já utilizadas por modelos como EcoSport e New Fiesta, ainda que alguns detalhes do acabamento interno deixa a desejar - na unidade avaliada, o diminuto revestimento de tecido das portas já havia começado a se soltar.
O habitáculo é amplo, com teto alto e grande área envidraçada. E ainda que o hatch não tenha o maior entre-eixos da categoria (2,49 m), também há bastante espaço para as pernas para todos os ocupantes - com o assento ajustado para um motorista de 1,78 m, sobrou mais de um palmo de distância entre os joelhos e o encosto do banco dianteiro. Isso se deve ao posicionamento mais elevado do assento na segunda fileira e ao recúo existente na parte de trás dos bancos dianteiros.
Para não concorrer com o irmão mais caro New Fiesta, a Ford incorporou ao Ka alguns detalhes menos requintados, como é o caso do painel de instrumentos de desenho simplificado. Outro ponto negativo diz respeito ao central de conectividade Sync, que tem comandos pouco intuitivos por teclas, enquanto outros modelos da mesma categoria já se valem de equipamentos com telas sensíveis ao toque.
Ao volante, o Ka se mostra bem acertado dinamicamente, com um sistema de direção elétrica bem comunicativo e direto, que apesar de leve em manobras, se mostra bastante precisa e isenta de flutuação em velocidades de cruzeiro. A suspensão também se destaca por conseguir aliar a firmeza necessária para não deixar a carroceria rolar em curvas sem comprometer o conforto interno, graças à boa capacidade de absorção de impactos.
Outro ponto positivo da versão topo de linha avaliadas é a presença do controle eletrônico de estabilidade, que tem influência direta no bom comportamento dinâmico do hatch, e do assistente de partida em rampas, que facilita a vida do condutor, principalmente em cidades como São Paulo (SP), que tem diversas ladeiras bastante íngremes.
O motor flex 1.5 de até 110 cv de potência e 14,9 kgfm de torque também tem bom rendimento e está associado a um câmbio manual de cinco velocidades de engates curtos e precisos. De acordo com a Ford, quando abastecido com o etanol o Ka topo de linha garante médias de consumo de até 7,9 km/l na cidade e de até 9,5 km/l na estrada. Este propulsor satisfaz em agilidade, como nas saídas de semáforo, por exemplo, e também nas retomadas de velocidade.
Hyundai HB20
Recém-atualizado, o visual do HB20 ganhou grade do motor remodelada, além de lanternas com nova disposição de luzes e para-choques dianteiro e traseiro redesenhados. Apesar de sutis, as modificações foram importantes para o hatch lançado em 2012 no Brasil e o alinharam a outros modelos, como o SUV ix35 e o hatch médio i30.
Dos modelos maiores também vieram as linhas da cabine, o que colabora para a impressão geral de qualidade e para a sensação de que o HB20 pertence a uma categoria superior. O quadro de instrumentos completo tem boa visualização e iluminação azul, cor adotada como padrão para os demais comandos internos do carro. O sistema de som posicionado no topo do painel tem fácil visualização e conta com conexões auxiliar, Bluetooth e USB - mas a interação com celulares se limita a chamadas e a reprodução de música.
Com ampla área revestida de tecido nas portas, o habitáculo do HB20 também traz materiais bem encaixados e isentos de rebarbas, além de comandos com acionamentos precisos, o que denota qualidade construtiva. Entretanto, pesa contra o modelo o ajuste de altura do banco do motorista, regulável apenas em inclinação do assento. O entre-eixos mede 2,50 m, mas o espaço interno é limitado, pois com o assento ajustado para um motorista de 1,78 m, distância entre os joelhos e o encosto do banco dianteiro era de apenas quatro dedos.
Ao volante, o HB20 tem um conjunto mais comprometido com o conforto, com uma suspensão macia capaz de absorver buracos da via, mas que não impede a rolagem da carroceira em algumas curvas - comprometendo a estabilidade. O sistema de direção hidráulica também garante precisão à condução, mas o ajuste leve não tem progressividade, o que acaba permitindo flutuações a velocidades mais elevadas.
As modificações promovidas no hatch para a linha 2016 também afetaram o conjunto mecânico das versões 1.6, que agora aposentaram o tanquinho de partida a frio e ganharam uma transmissão manual de seis velocidades - a sexta marcha atua como um overdrive, que reduz as rotações do motor e o consumo em altas velocidades. Sob o capô está um propulsor flex 1.6 16v de 128 cv, que garante bastante agilidade ao modelo e disposição ao hatch da Hyundai. Segundo a fabricante, com esta motorização o modelo garante média de consumo de 8,1 km/l na cidade e de 9,9 km/l na estrada.
Escolha se Gabriel Aguiar - Apesar de ter 1 cm a menos no entre-eixos (2,49 m) e ser 4 cm mais curto (3,88 m) que o rival, o Ka garante uma maior sensação de espaço e amplitude na cabine, além de oferecer itens como controle de estabilidade e assistente de partida em rampas, ambos equipamentos indisponíveis no HB20.
Entretanto, o modelo da Hyundai garante uma melhor desenvoltura do conjunto mecânico, graças ao motor mais forte e à transmissão de seis marchas. Ainda que a rodagem seja menos firme que no Ford, o desenho da carroceria e da cabine garantem ao hatch da fabricante de origem sulcoreana um aspecto de veículo de categoria superior. Sendo assim, o Hyundai HB20 leva a melhor.
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