05/05/2015 - Anamaria Rinaldi / Fotos: Gabriel Aguiar / Fonte: iCarros
A chegada do Mercedes-Benz GLA ao mercado brasileiro no final do ano passado causou rebuliço: primeiramente pelo visual arrojado e, segundo, porque ele será fabricado em Iracemápolis (SP) a partir de 2016 - por enquanto, ainda vem importado da Alemanha. Para a Mercedes, o estilo moderno com um toque de esportividade do GLA deve atrair novos clientes para a marca. "Acreditamos que o GLA irá fascinar tanto quem já possui um Mercedes quanto o público mais jovem”, disse o diretor geral da empresa, Dimitris Psillakis, na época do lançamento.
Feito sobre a plataforma do hatch Classe A e do sedã CLA, o SUV é vendido atualmente em sete versões, sendo quatro denominadas 200 e outras duas 250, além da esportiva 45 AMG. Com isso, seus preços variam entre R$ 128.900 e R$ 298.900. Neste comparativo, o GLA enfrenta seu principal rival, o conterrâneo Audi Q3, que também será nacional, com produção em São José dos Pinhais (PR) a partir do primeiro semestre de 2016. São três versões à venda, que vão de R$ 141.990 e chegam a R$ 179.990.
O iCarros escolheu a configuração intermediária do GLA, chamada 200 Vision, que custa R$ 154.900 e vem de fábrica com sistema que estaciona o carro automaticamente (vagas paralelas e perpendiculares), sete airbags (inclusive de joelho para o motorista), teto solar panorâmico, ar-condicionado com duas zonas de temperatura, faróis bixenônio com LEDs, rack de teto de alumínio, controle de tração e de estabilidade, assistente de partida em rampa, rodas de liga leve aro 18 com pneus run flat (não há estepe) e rádio com Bluetooth. Não há opcionais, quem quiser algum item a mais precisa optar por uma versão acima. A pintura metálica não acrescenta nada ao valor do carro.
A configuração do Q3 avaliada pelo iCarros foi a topo de linha Ambition, mas a lista de equipamentos considerada será a da opção intermediária Ambiente, de R$ 154.990, para igualar a disputa. O Q3 Ambiente possui os mesmos itens de série do concorrente, exceto airbag de joelho, rack de teto de alumínio, pneus run flat e sistema que estaciona o carro sozinho – este último faz parte de um pacote opcional que custa R$ 12.500 e acrescenta partida por botão, câmera de ré, computador de bordo com tela colorida, som Bose e sistema com três modos de condução. Rádio com GPS integrado é outro opcional e sai por R$ 10.500. Pintura metálica ou perolizada acrescenta outros R$ 1.200 ao valor do carro. A versão das fotos (Ambition) tem também kit off-road, que inclui para-choque exclusivo, grade com frisos cromados, spoilers dianteiro e traseiro, frisos inferiores nas portas, caixas de rodas alargadas, rodas aro 19 e rack para bicicleta. Tudo por R$ 28.223.
Falando em tamanho
O Mercedes é maior, com 4,41 m de comprimento e 2,69 m de entre-eixos, contra 4,38 m e 2,60 m, respectivamente, do Audi. Mas o Q3 é 10 cm mais alto e 3 cm mais largo. Isso se reflete num espaço maior para as pernas no GLA e mais folga para a cabeça no Q3. Independentemente disso, três pessoas se acomodam bem no banco traseiro em ambos os SUVs - com um pouco mais de conforto no Audi, é verdade. Já o porta-malas do Q3 dá um show com capacidade para 460 litros, enquanto o Mercedes leva 421 litros, diferença que equivale a uma mala pequena de viagem.
No interior, a praticidade dá o tom nos dois modelos. Há banco elétrico com ajuste lombar para o motorista (e memória no caso do GLA), borboletas atrás do volante para fazer as trocas de marcha manuais, freio de estacionamento elétrico, saídas de ar para o banco traseiro, sistema isofix para cadeiras infantis (com fixação no chassi), sensores de chuva e de estacionamento (dianteiro e traseiro no GLA e só traseiro no Q3), acendimento automático dos faróis e controlador de velocidade.
Ou seja, conforto não é problema em nenhum deles. Mas colocando um ao lado do outro, o Audi parece mais acertado nesse aspecto. Sua central multimídia tem comandos mais intuitivos do que no rival – vale destacar que nenhum dos SUVs possui tela sensível ao toque. O acabamento é requintado como esperado em qualquer carro premium alemão. Porém, o desenho do interior do Q3 é mais sóbrio e chega a ser simples, enquanto o GLA tenta ganhar ares modernos com saídas de ar em formato de turbina de avião e alavanca de câmbio posicionada atrás do volante. O problema é a tela da central multimídia, que mais parece um tablet acoplado ao painel que um item integrado ao carro.
Como eles aceleram?
Falando em motorização e desempenho, o Audi leva a vantagem do propulsor maior, mas ele também pesa 130 kg a mais na configuração avaliada. Em números: o 2.0 turbo a gasolina do Q3 Ambition rende 211 cv e 30,6 kgfm de torque entre 1.800 e 4.900 rpm. Já o 1.6 turbo a gasolina do GLA desenvolve 156 cv e 25,5 kgfm entre 1.250 e 4.000 rpm. Em ambos, o câmbio é automatizado de sete marchas e dupla embreagem. Uma diferença importante é a tração: integral no Audi e dianteira do Mercedes. Com os respectivos conjuntos, o Q3 acelera de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos e atinge a velocidade máxima de 230 km/h. O GLA cumpre em 8,8 segundos e chega à velocidade limitada eletronicamente de 215 km/h.
Nesse ponto, fica difícil para o Mercedes superar o Audi. Ele oferece respostas mais lentas, embora ofereça bom torque desde rotações mais baixas – isso equivale a dizer que ele arranca (muito) bem. O problema é que ele demora mais a embalar quando comparado ao rival, o que faz diferença principalmente em estradas. O câmbio é digno de elogios nos dois modelos, com funcionamento bastante suave e progressivo.
O GLA vem de série com um sistema com três modos de condução (Eco, Sport e Manual) que atua sobre o câmbio, antecipando ou retardando as trocas de marcha. No Q3, também há três modos (Comfort, Auto e Dynamic), mas esse dispositivo faz parte de um kit opcional. Em ambos os casos, para alterar de um modo para o outro, basta pressionar um botão no painel.
Quem anda mais, acaba também bebendo mais. Por isso, o GLA ganha no consumo. Durante a avaliação do iCarros, o SUV registrou média de 6 km/l na cidade, frente aos 4,5 km/l de média do Q3. Vale destacar que apenas o Mercedes tem sistema Start/Stop, que desliga o motor em paradas rápidas, como semáforos.
O Audi também se mostrou melhor nos quesitos direção e suspensão. Os dois carros têm direção elétrica progressiva – a rigidez varia conforme a velocidade -, mas as respostas são mais diretas no Q3. Além disso, seu acerto de suspensão filtra melhor as irregularidades do piso, sem comprometer a estabilidade. O GLA, por sua vez, maltrata um pouco os ocupantes, por exemplo, ao passar por uma rua de paralelepípedos.
Escolha de Anamaria Rinaldi – O Mercedes-Benz GLA é um projeto mais moderno, com visual atraente, menor consumo e mais equipamentos de série. Mas o Audi Q3 leva o comparativo pelo conjunto todo. Ele pode não ser tão moderno quanto o rival, mas também não está defasado. Além disso, ele tem desempenho superior, conta com tração integral e visual mais robusto, bem mais próximo da proposta de um SUV – o GLA parece mais um hatch encorpado. Se precisar rodar na terra, o Q3 certamente se sairá melhor, sem perder em conforto na cidade. Sua versatilidade lhe garante a vitória.
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