16/10/2017 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Em julho, a Ford apresentou a linha 2018 do EcoSport. Apesar das tímidas mudanças visuais no exterior, o pioneiro dos SUVs compactos mudou muito embaixo do capô e no interior. Enquanto no passado o Eco parecia viver à sombra de novatos como Jeep Renegade e Honda HR-V, a transformação quis colocar o SUV da Ford de volta no time principal da categoria. E a versão que mais representa essa mudança é a Titanium 2.0, de R$ 93.990, avaliada pelo iCarros.
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O que mudou?
Na linha 2018, o EcoSport ganhou uma nova frente, com grade, faróis, para-choque e capô redesenhados. Mas mudou ainda mais por dentro, onde recebeu um novo painel, acabamento melhor e novas opções de centrais multimídia.
No caso da Titanium, mudou também o que move o SUV. Saiu o 2.0 do antigo Focus e entrou o motor do atual, com injeção direta de combustível e mais potência. O câmbio também é novo. Saiu de cena o polêmico Powershift automatizado de dupla embreagem e entrou um automático convencional de seis velocidades.
O que traz de série?
Recheado, o EcoSport Titanium tem direção com assistência elétrica, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, ar-condicionado automático, sete airbags (de série em todas as configurações), controles de tração e estabilidade, alerta de ponto cego, piloto automático, sensor de estacionamento traseiro, câmera de ré, ajuste de altura e profundidade para o banco do motorista e volante, sistema Isofix para fixação de assentos infantis, faróis de xenônio (apenas para o facho baixo), sensores de chuva e crepuscular e sistema anticapotamento.
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Também há acionamento elétrico de vidros travas e espelhos, revestimento de couro para volante e bancos, rodas de 17 polegadas, quadro de instrumentos com tela digital em TFT, central multimídia com tela sensível ao toque de 8 polegadas com conectividade via USB e Bluetooth e espelhamento de smartphones via Apple CarPlay e Android Auto, partida por botão, chave presencial, retrovisor interno eletrocrômico e teto solar com acionamento elétrico.
Na comparação com as versões topo de linha de seus principais rivais, leia-se Jeep Renegade, Honda HR-V e Hyundai Creta, o EcoSport fica devendo itens como sistema start/stop, freio de estacionamento elétrico, ar-condicionado de duas zonas e rebatimento elétrico dos retrovisores. No entanto, o modelo da Ford está em média R$ 6.000 mais em conta.
Ficha técnica
Sob o capô, aparecem a nova transmissão e o motor já utilizado na linha Focus. O propulsor é um 2.0 16V flex dotado de injeção direta de combustível, capaz de entregar 176 cv e 22,5 kgfm de torque (etanol) e 170 cv e 20,5 kgfm (gasolina). Para comparação, o motor 2.0 usado anteriormente no EcoSport 2017 entregava 140 cv com gasolina e 147 cv com etanol.
Vale ressaltar que, na versão 2018, o EcoSport ganhou grade frontal ativa, que se abre ou fecha conforme a necessidade de refrigeração do propulsor, otimizando a aerodinâmica do carro.
Compare o Ford EcoSport com os rivais
Como dito, o câmbio não é mais o Powershift, automatizado de dupla embreagem com seis velocidades. Agora a Ford está entregando o EcoSport Titanium 2.0 com uma transmissão automática convencional com conversor de torque, mas mantendo o número de relações. Quem quiser fazer trocas em modo manual conta com aletas atrás do volante para operar o câmbio de forma sequencial.
Nas medidas, o EcoSport 2018 mudou pouco. Continua com 4,26 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,69 m de altura e 2,51 m de entre-eixos. O bagageiro, no entanto, teve uma pequena diminuição, passando de 362 litros para 356 litros.
Como anda?
Outra mudança importante no EcoSport 2018 foi a dirigibilidade. Isso ocorre porque a Ford retrabalhou a carroceria e a suspensão. Os amortecedores estão com curso 17 mm maior na dianteira, buchas recalibradas, melhoria de 15% na absorção de impactos e de 6% no controle de rolagem, aumento de 5% na rigidez torcional da carroceria e eixo traseiro 15% mais rígido.
Mas o que significam tais mudanças? Resultam num EcoSport que ficou bem mais refinado ao rodar. Antes um tanto firme na hora de lidar com o nosso asfalto, agora o modelo filtra bem as ondulações, apesar de ter um entre-eixos entre os mais curtos na comparação com rivais diretos. Menção honrosa também para o isolamento acústico. Mesmo em trechos rodoviários sob chuva, pior cenário para a intrusão de ruídos, a cabine permaneceu silenciosa.
Veja a ficha técnica completa do Ford EcoSport
Apesar da melhoria no acabamento interno, ainda é possível encontrar rebarbas visíveis principalmente nos painéis de portas. Um pequeno deslize que não deveria aparecer em um carro de quase R$ 100 mil. Dito isso, o novo painel é mais que bem-vindo, com materiais macios ao toque, boa ergonomia e instrumentos grandes e de fácil visualização. O espaço para motorista e passageiro é amplo, mas é difícil visualizar o capô na hora de realizar manobras em espaços mais apertados.
A central multimídia SYNC 3 tirou o EcoSport de 2007 e o trouxe de volta para nossos tempos. Apesar de o visual destacado da tela cair no limbo “ame ou odeie”, oferece gráficos claros com operação rápida e intuitiva. Entre os modelos que testei o Android Auto em meu celular (Asus Zenfone Max 3), o sistema da Ford está entre os mais rápidos para conectar o aparelho e o que menos deu erros.
Saindo da eletrônica e indo direto para a mecânica, o novo 2.0 literalmente sobra para empurrar o SUV. Todo o trânsito urbano é contornado apenas com a ponta do pé no acelerador e, com o novo câmbio, mesmo as retomadas de marcha ficaram mais ágeis.
Na estrada, rodando a 120 km/h, o conta-giros marca pouco mais de 2.000 rpm, ajudando na impressão de silêncio do carro. Mas aí o câmbio peca pelo excesso. Em aclives, mesmo os não muito acentuados, qualquer perda de velocidade ou pressão extra no acelerador resultam em uma redução de sexta para quinta marcha, jogando o giro para lá das 3.000 rpm e aumentando o barulho na cabine. A sexta só volta quando o motorista alivia o pé. Pode até ser mais eficiente assim, mas o motor tem torque de sobra para subir esses pequenos aclives sem reduzir.
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Claro que nem tudo são flores. O espaço no banco traseiro é apenas ok e inferior ao que é visto em modelos como o Honda HR-V e o Hyundai Creta e o porta-malas está entre os menores de sua categoria, sendo maior apenas que o do Jeep Renegade.
Além disso, o potente 2.0 cobra seu preço em consumo. No uso urbano com gasolina, a média ficou em 6,8 km/l, enquanto na estrada não passou de 9,8 km/l com o mesmo combustível. A média geral após praticamente 400 km de testes (metade estrada, metade cidade, sempre com ar-condicionado ligado), foi de 8,9 km/l.
Conclusão
Se o objetivo da Ford com o EcoSport 2018 era levar seu SUV de volta “às cabeças” do segmento, conseguiu. Não só pelo acabamento e pelo motor potente da versão Titanium 2.0, mas também com muita tecnologia embarcada e elementos de segurança. Considerando ainda que SUV da Ford na versão topo de linha avaliada ainda está na porção mais baixa da tabela de preços quando comparado com rivais completos, a conta não deve ser “por que pagar R$ 94 mil?” no Eco, mas “por que pagar mais de R$ 100 mil?” nos rivais.
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