26/12/2017 - Texto e fotos: Thiago Morneo / Fonte: iCarros
Puxe na memória aquele último ranking de vendas de picapes, o quinzenal de dezembro. Como de costume, a Fiat Strada liderou, mas, como também é de costume, a Fiat Toro ficou em segundo lugar. Só que o preço inicial de uma é R$ 47.990, enquanto a outra cobra praticamente o dobro: R$ 90.990 na configuração mais em conta. O iCarros avaliou justamente essa versão mais barata da Toro, a Freedom 1.8 Flex AT6 para tentar entender o que está acontecendo.
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Equipamentos de série e opcionais
Entre os principais itens de série, a Toro mais básica tem ar-condicionado, regulagem de altura para o banco do motorista, capota marítima, monitoramento da pressão dos pneus, direção com assistência elétrica, volante com ajustes de altura e profundidade, controles eletrônicos de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, quadro de instrumentos com tela digital de 3,5 polegadas, rádio com conectividade via Bluetooth e USB, Start/Stop, rodas de aço com calotas de 16 polegadas, vidros e travas com acionamento elétrico e sensor de estacionamento traseiro.
Compare a Fiat Toro com suas rivais
No entanto, o carro das fotos estava equipado com diversos opcionais que, hoje, seriam equivalentes ao Kit Road, de R$ 9.261, acrescentando itens como espelhos elétricos, faróis de neblina, ar-condicionado digital de duas zonas, câmera de ré, central multimídia com tela de 5 polegadas e navegação por GPS, acendimento automático dos faróis, acionamento automático do limpador de para-brisa, luz de iluminação da caçamba e barra longitudinais no teto. Assim, o carro das fotos custa R$ 100.251.
Ficha técnica
Nas medidas, a picape tem 4,91 m de comprimento, 1,84 m de largura, 1,74 m de altura e 2,99 m de entre-eixos. A Fiat não divulga a capacidade em litros da caçamba da Toro, mas a picape consegue levar até 650 kg de carga. O carro em si pesa 1.619 kg.
A mecânica é composta pelo motor 1.8 16V E.Torq, capaz de entregar 139 cv de potência e 19,3 kgfm de torque com etanol e, respectivamente, 135 cv e 18,8 kgfm com gasolina. A versão de entrada é oferecida apenas com câmbio automático de seis velocidades e tração dianteira.
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O consumo registrado pelo Inmetro é de 5,8 km/l na cidade e 7,4 km/l na estrada (etanol), ou 8,3 km/l e 10,5 km/l, respectivamente, para gasolina. Apesar de os números de consumo serem elevados, não são tanto se comparado a outras picapes da categoria. Vale o destaque também para a suspensão, que tem eixo traseiro independente.
Como anda?
Como vocês leram no título, a Toro custa o dobro de uma Strada, mas as vendas ficam mais ou menos parelhas, com a mais cara chegando até a roubar a primeira colocação por alguns instantes. Então, como uma picape de valor bem mais elevado consegue vender bem? Um dos segredos é que seu preço é realmente proporcional ao que a Toro entrega a mais.
A começar pelo desenho, bem mais moderno que o da Strada. Alto, musculoso, faz a Toro parecer bem maior do que ela é (e ela já é bem grande). A frente tem uma linguagem visual comum na FCA, mas não comum em termos de visual, com três conjuntos de pares de “faróis”. Os mais altos são as luzes posição e piscas, enquanto os do meio abrigam os fachos baixo e alto. Os de baixo são os de neblina, em posição mais tradicional.
Por dentro, a melhor cabine que a Fiat oferece em sua linha hoje. Apesar de ser a versão de entrada, todos os plásticos têm boa aparência e os bancos, com couro opcional, são confortáveis. O volante, grande, oferece boa pegada e também acabou recebeu couro para um arremate mais para carro de luxo do que para uma picape intermediária.
Uma das vantagens desse acabamento todo é o conforto de rodagem. É difícil até saber se o Start/Stop está funcionando ou se o motor está ligado. São poucas as vibrações notáveis e o ruído parado é praticamente nulo, isolando o motorista e os passageiros. Outra situação de isolamento ocorre na estrada, onde, a 120 km/h, o conta-giros marca cerca de 2.500 rpm e garante o conforto com nenhum ruído de vento ou de rodagem dignos de nota.
A suspensão também está com acerto correto. Sente-se o peso da picape nas mudanças de direção, mas nada que assuste quem está ao volante. Por outro lado, filtra muito bem a buraqueira do dia a dia de uma forma muito difícil de replicar mesmo em veículos da mesma faixa de preço.
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Tem ponto negativo? Sim e ele fica embaixo do capô. Enquanto o câmbio de seis marchas faz trocas até ligeiras (para um automático convencional) e não dá trancos perceptíveis, ele tem que correr atrás do prejuízo para compensar o motor.
A avaliação da Toro das fotos consistiu de cerca de 500 km no total, sendo 400 km de estrada. Em ritmo rodoviário e com o piloto automático ativado para manter 120 km/h, o 1.8 nem sempre conseguia manter o limite de velocidade, recorrendo sempre à quinta marcha e, por vezes, à quarta.
Mesmo com comando variável de válvulas e coletor variável de admissão, fica a impressão de que a Toro de entrada poderia se beneficiar de mais fôlego. Com muito peso nas costas, o 1.8 acaba gastando bastante combustível, fazendo média de 4,5 km/l com etanol na cidade e 7,1 km/l na estrada com o mesmo derivado da cana de acordo com o computador de bordo da picape.
Conclusão
Não é difícil de entender o sucesso da Toro, mesmo com o valor elevado. É bem resolvida de visual e manda muito bem de conforto. Poderia ter mais fôlego nas versões de entrada, mas oferece opções 2.4 flex e 2.0 turbodiesel. No final do dia, porém, entrega exatamente o que você pagou por ela, sem deixar uma sensação de que é mais cara que o necessário, nem de que traz mais do que se pagou.
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