27/04/2017 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Vamos começar com o principal problema do Toyota Etios hatch XLS automático: ele custa R$ 61.590. Mais caro que um Chevrolet Onix LTZ automático topo de linha (R$ 61.550) e nem é o mais completo da linha Etios. Mas o carro de entrada da Toyota no Brasil sempre teve bons predicados mecânicos. Vai ser o suficiente?
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Na versão XLS automática, o Etios traz acionamento elétrico de vidros, travas e espelhos, direção elétrica, ar-condicionado, bancos com revestimento padrão couro, rodas de liga leve de 15 polegadas, piloto automático, tela multimídia sensível ao toque com conectividade via Bluetooth e USB e espelhos com repetidores de seta.
Nas medidas, tem 3,8 m de comprimento, 1,7 m de largura, 1,5 m de altura e 2,46 m de entre-eixos com porta-malas de 270 litros. O modelo pesa 965 kg no total nessa configuração XLS automática.
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O motor 1.5 entrega 107 cv e 14,4 kgfm com etanol e 102 cv e 14,0 kgfm com gasolina. A única opção de transmissão é automática de quatro velocidades. Não há borboletas atrás do volante nem um modo manual para operar o câmbio sequencialmente.
Tá difícil te defender, Etios
Eu sempre defendi ferrenhamente o Etios, mesmo quando chamavam o carro de feio e mesmo quando comparavam seu antigo painel com uma balança analógica. O que eu via no Toyota era um carro simples e bem feito, gostoso de dirigir e sem frescuras. Mas até então tinha dirigido apenas as versões X 1.3 e XS 1.5, tanto manuais quanto automáticas.
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Mas subindo para a XLS ou, pior ainda, para a Platinum, o bicho pega. Pega porque a faixa de preço é a mesma de seus principais rivais, que têm um visual mais acertado, acabamento superior (ao menos nas versões top) e uma central multimídia mais moderna. No Onix, por exemplo, você pode espelhar seu smartphone via Android Auto ou Apple Car Play já nas versões de entrada.
Aí aquele abuso de plástico na cabine começa a pesar mais, assim como o visual simples. O espaço interno é melhor que o do VW Gol, mas inferior ao do Renault Sandero, por exemplo. Então nada de extraordinário nesse aspecto, mas quatro adultos andam com conforto e há cintos de três pontos para todos os ocupantes.
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Estão vendo a ironia? A Toyota deixa o plástico correr solto no carro e ao mesmo tempo se preocupa com a segurança de todos os ocupantes. Em seus principais rivais, o cinto do passageiro do meio no banco de trás é apenas abdominal. Qual é a sua prioridade?
Aí voltamos ao mesmo problema de sempre com o Etios. Se você só olhar pra ele não vai querer comprar. Depois que você dirige, a opinião muda.
A direção exige, sim, várias voltas para manobrar o carro, mas é leve e ganha peso de forma natural conforme a velocidade aumenta. O acréscimo de esforço é tão fluído que é difícil perceber com o carro andando.
A suspensão filtra todos os buracos muito bem. Como São Paulo (SP) permite uma experiência das mais próximas e profundas com a mais completa variedade de buracos e valetas, percebi que você pode jogar as rodas de 15 polegadas na buraqueira sem muito medo de perdê-las, ou os pneus. Se você começar a andar de forma, digamos, mais empolgada, percebe que há um leve toque de firmeza. Se a direção fosse mais rápida, poderíamos até acrescentar “esportivo” como adjetivo ao comportamento do carro.
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O motor merece capítulo à parte. É elástico, não reclama de andar a 1.000 rpm, da mesma maneira que ainda mantém o fôlego após as 4.000 rpm. Silencioso, não trepida e na maior parte do tempo nem mostra que está ali. O câmbio, nem tanto.
A caixa de quatro velocidades foi herdada do antigo Corolla e pesadamente (diz a Toyota) revisada para o Etios. A marca correu para o certo. Se o câmbio não deu trabalho com um 2.0 de um sedã médio, dificilmente vai quebrar com um hatch de entrada 1.5. Claro, poderia ter mais marchas. E a ironia volta. A Toyota optou por ter um câmbio conceitualmente atrasado em nome da durabilidade, mas sabe quando você vai perceber isso? Uma vez ou outra, quando ver que o carro está segurando a segunda ou terceira marchas com a rotação acima de 2.000 rpm. Mas é preciso espiar o tacômetro para perceber.
Ou seja...
Continuo defensor do Etios. Vou colocar boa montagem, mecânica acertada e durabilidade acima de outros aspectos. Mas, se fosse meu dinheiro, ficaria com a X 1.3 ou XS 1.5 por já trazerem o mínimo requerido nesse segmento (famigerado vidro, trava, ar e direção) sem cobrar a mais por isso e eu não tenho a menor inclinação para o luxo, não no segmento dos compactos. Se você tem, ninguém vai achar estranho se optar pelo Onix ou pelo Sandero.
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