19/06/2017 - Anamaria Rinaldi / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
A Chevrolet acrescentou na linha 2018 do Onix a versão esportiva Effect, que traz itens visuais exclusivos no interior e no exterior cobrando R$ 54.990. Com motor 1.4 e câmbio manual de seis marchas, ela cobra R$ 3.340 a mais que a LT manual (de R$ 51.650) e R$ 1.660 a menos que a LTZ (de R$ 56.650). E vale a diferença?
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O que muda?
Visualmente, a versão Effect traz adesivos na carroceria (dianteira, laterais e traseira), spoilers frontal e traseiro, saias laterais, teto e moldura da grade frontal em preto brilhante e rodas de alumínio aro 15" com acabamento exclusivo em cinza metálico. Já o interior exibe bancos com costuras em vermelho, conta-giros com um grafismo customizado que remete aos adesivos do exterior e detalhes em vermelho nas saídas de ar e no volante, que aliás é multifuncional e tem base reta para reforçar o apelo esportivo. São poucas mudanças e que fazem uma referência bastante sutil a esportividade. Mas você não esperava um carro rebaixado também, certo?
Vamos lembrar que o Onix já teve uma opção Effect no passado, mais especificamente em 2014. Na época, porém, os adesivos eram bem mais chamativos, principalmente aquele que vinha no capô. Agora, há apenas um pequeno adesivo na grade frontal, ganhando ares de "bigodinho". Diria até que ficou discreto demais. As rodas também eram mais bonitas no passado, com um estilo mais arrojado como esperado de um "esportivo". Afinal, se O Onix Effect é esportivo só no visual, por que não ousar?
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Desempenho e consumo
O Onix Effect é vendido apenas com motor 1.4 flex e câmbio manual de seis marchas - lembrando que há configurações "normais" do Onix com motor 1.0 ou com transmissão automática. Esse propulsor entrega 106 cv de potência e 13,9 kgfm de torque com etanol ou 98 cv e 13 kgfm, respectivamente, com gasolina. Segundo a Chevrolet, a velocidade máxima é de 180 km/h, com aceleração de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos.
Sem mudanças mecânicas, também não há alteração na performance. O 1.4 8V vai bem na cidade, mas não empolga. Projeto antigo, esse motor possui números de desempenho menores do que o moderno 1.3 tricilíndrico da Fiat (109 cv e 14,2 kgfm com etanol) - que deve estar no Fiat Argo, novidade que chegará para brigar diretamente com o Onix. Ou seja, é bom a Chevrolet se mexer para não ficar para trás.
O problema desse 1.4 é que ele é insoso em baixas rotações. Para ter um desempenho levemente esportivo, você precisa trabalhar com o motor em giros maiores, acima de 4.500 rpm. O torque máximo, na verdade, é entregue apenas a partir de 4.800 rpm. Sendo assim, arrancadas e retomadas não são o forte do Onix. É preciso esticar as marchas para extrair mais desse motor.
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E por falar nas marchas, o Onix Effect tem câmbio manual, afinal, a versão se propõe a ser esportiva, certo? A transmissão tem bons engates, mas eles poderiam ser mais precisos. Isso torna a condução um pouco incômoda no dia a dia. O destaque são as duas primeiras marchas mais curtas, que garantem melhor agilidade no anda e para. Certa vez um taxista me disse que "carro bom é aquele que passa por lombadas em terceira marcha". Isso o Onix faz. Como o motor trabalha melhor em giros altos, não exige tantas reduções.
Quanto ao consumo, o Onix 1.4 manual faz, segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, 8,6 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol. Com gasolina, os números em uso urbano são de 12,5 km/l e em uso rodoviário de 14,9 km/l. Rodando uma semana com o carro com gasolina no tanque, a maior parte do tempo em congestionamentos, a média obtida no computador de bordo foi de 9 km/l.
A direção elétrica é excelente na cidade, mas poderia ganhar um pouco mais de peso em velocidades maiores. Já a suspensão é muito confortável, filtrando bem o piso sem comprometer a estabilidade. A verdade é que a dirigibilidade do Onix é digna de elogios. Claro que sendo uma versão esportiva, talvez um ajuste mais firme na Effect caísse bem também.
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Acabamento e espaço interno
Uma vez dentro do Onix Effect, há poucas mudanças em relação às versões convencionais. Os bancos têm costuras em vermelho, mesma cor presente no volante e nas saídas de ar. Discreto, como o exterior. Os plásticos são um tanto rústicos, mas agradam. Eles não chegam a ser ásperos ou apresentar rebarbas.
Falta ajuste de profundidade no volante, mas pelo menos o banco do motorista, a coluna de direção e os cintos de segurança dianteiros têm regulagem de altura. Para quem gosta de digirir com o banco mais próximo do chão, o Onix não será um boa escolha. Mesmo no ajuste mais baixo, ele ainda oferece uma posição elevada para dirigir.
Merece elogio também a central multimídia MyLink, agora com botões físicos que tornam seu uso mais fácil. Além da tela sensível ao toque, possui espelhamento de smartphones via Android Auto e Apple CarPlay. Só não traz GPS integrado. Atrás, o espaço é bom, mas três adultos ficam um pouco apertados. O porta-malas de 280 litros é suficiente para um casal, embora o bagageiro do Onix seja um pouco menor do que alguns rivais, como o Hyundai HB20, que tem capacidade para 300 litros.
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Equipamentos de série
Entre os equipamentos de série estão ar-condicionado, trio elétrico, banco do motorista e coluna de direção com regulagem de altura, volante com controles de áudio e telefonia, direção elétrica progressiva, luz de posição de LED, faróis e lanternas de neblina, computador de bordo, indicador de troca de marcha, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, sensor de estacionamento traseiro, alarme e multimídia MyLink com tela de 7" sensível ao toque, espelhamento de smartphones via Android Auto e Apple CarPlay, função streaming de áudio, USB e Bluetooth.
Ele vem ainda com o sistema OnStar no plano mais completo (Exclusive), que oferece serviços de concierge, emergência, recuperação veicular, diagnóstico avançado, navegação por setas e aplicativo que permite comandar diversas funções do veículo pelo smartphone.
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Resumo
O Onix Effect deve atrair os consumidores que querem um carro diferente, mas não tão diferente assim. Ele é discreto por fora, mas agrega equipamentos interessantes pelo preço cobrado. Com boa dirigibilidade, confortável e sem gastar demais, o Onix é uma escolha racional. Na configuração Effect, porém, pesa mais o lado emocional. Afinal, se puder arcar com um pouco mais e gastar R$ 56.790, você tem a LT 1.4 automática, que é mais confortável no dia a dia.
Se quer um esportivo e não precisa de espaço, tem à disposição o VW up! TSI, que parte de R$ 52.790 e possui motor turbo. Entre os esportivados, os preços são todos maiores. Há o Hyundai HB20 R spec (R$ 61.330), o Renault Sandero GT Line (R$ 56.200) e o Fiat Palio Sporting (R$ 56.120), este último já saiu de linha e só é encontrado em estoque.
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