27/11/2017 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Este não será o primeiro e provavelmente não será o último comparativo entre Equinox e Compass que você lerá. No geral, a opção da Chevrolet costuma vencer a da Jeep. A história que ainda não te contaram é que, nesse caso, ninguém vence e vou te explicar o motivo. Para referência, andamos no Chevrolet Equinox Premier (R$ 149.900) e no Jeep Compass Limited (R$ 134.990 + opcionais).
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Itens de série – Equinox
O SUV da Chevrolet é oferecido em versão única e, por acaso, é a top de linha. Assim a lista de itens de série é bem longa, então vou me ater aos itens mais interessantes e diferentes, ao invés de ficar enchendo linguiça com coisas que vocês já sabem que ele tem, como trio elétrico, por exemplo.
Vamos lá: seis airbags, ar-condicionado digital de duas zonas, bancos revestidos de couro, ajustes elétricos para o banco do motorista, câmera de ré, controle de tração e estabilidade, porta-malas com abertura elétrica por aproximação, assistente de decida, frenagem autônoma de emergência, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, alerta de ponto cego, alerta de mudança de faixa, alerta de tráfego cruzado, teto solar elétrico, chave presencial e central multimídia com GPS, Bluetooth, Android Auto e Apple CarPlay.
Itens de série - Compass
Já a versão mais cara do Jeep Compass com motor flex é mais em conta que o Equinox, mas não traz tanta coisa. Em termos de conforto e comodidade, até se equipara, mas não tem teto solar elétrico. É em equipamentos de segurança que o SUV fica para trás. Ele traz um airbag a mais, o de joelho, e também tem controles de estabilidade e tração. Mas fica devendo os assistentes autônomos como o assistente de mudança de faixa e a frenagem de emergência.
Fora isso, o Compass Limited também traz ar-condicionado de duas zonas, bancos revestidos de couro com ajuste elétrico para o motorista, câmera de ré, controle de tração e estabilidade, sensor de estacionamento traseiro (mas não o dianteiro), alerta de ponto cego, troca de marcha no volante (que o Equinox não tem), chave presencial e central multimídia com GPS, Bluetooth, Android Auto e Apple CarPlay.
Mas aí o barato começa a sair mais caro. O Compass tem um pacote que inclui todos os assistentes extras de segurança presentes no Equinox, é o Pacote High Tech, que também troca as rodas de 18 polegadas por outras de 19 polegadas - como no Chevrolet. Só que ele custa R$ 10.550, elevando o preço do Compass Limited das fotos para R$ 145.540. Valor próximo ao Equinox, mas ainda devendo o teto solar.
Para deixar o Compass mais ou menos igual ao Equinox, levando em consideração todos os opcionais do Jeep, seria preciso gastar R$ 152.640. Ou seja, mais que a opção da Chevrolet.
Números, números, números
Enquanto ambos trazem motores 2.0, o Equinox é turbinado e roda apenas com gasolina, enquanto o Compass é flex e aspirado. O câmbio automático do Chevrolet tem nove marchas, enquanto a tração é integral. Já o Jeep tem seis marchas e tração apenas dianteira. Veja os números:
Chevrolet Equinox
Motor – 2.0 turbo, 16 válvulas, quatro cilindros, turbo, gasolina
Câmbio – automático, nove marchas
Potência (gasolina): 262 cv
Torque (gasolina): 37 kgfm
Consumo urbano (gasolina): 8,4 km/l
Confira a ficha técnica completa
Jeep Compass
Motor – 2.0, 16 válvulas, quatro cilindros, flex
Câmbio – automático, seis marchas
Potência (etanol/gasolina): 166 cv / 159 cv
Torque (etanol/gasolina): 20,5 kgfm / 19,9 kgfm
Consumo urbano (etanol/gasolina): 5,5 km/l / 8,1 km/l
Confira a ficha técnica completa
Nas medidas, o Equinox tem larga vantagem sobre o rival, sendo maior em todas as dimensões mensuráveis. Inclusive em peso, o que não é exatamente bom. O Compass completo pesa quase 150 kg a menos que o rival.
Chevrolet Equinox
Comprimento – 4,65 m
Altura – 1,66 m
Largura – 1,84 m
Entre-eixos – 2,72 m
Porta-malas – 468 litros
Peso – 1693 kg
Jeep Compass
Comprimento – 4,41 m
Altura – 1,64 m
Largura – 1,82 m
Entre-eixos – 2,63 m
Porta-malas – 410 litros
Peso – 1547 kg
Em ambos, a primeira impressão não foi a que ficou
Quando botei os pés pela primeira vez no Equinox, achei o acabamento bom e gostei de o SUV vir recheado de equipamentos de segurança ativa. Também creditei ao 2.0 turbo um consumo bom. Mas a vida é uma caixinha de surpresas, não é mesmo?
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O desempenho do Equinox é acima da média. É como se os quase 1.700 kg do carro nem estivessem lá. Esse é o poder dos 262 cv e 37 kgfm. O câmbio de nove velocidades propicia acelerações ligeiras e opera de forma suave. A 120 km/h, o conta-giros marca míseros 2.100 rpm. Bom para o consumo, não?
Nem tanto. Após alguns dias de trânsito pesado e com ar-condicionado sempre ligado, a média de consumo urbano ficou em 7,5 km/l. Além disso, a agilidade das acelerações não continua em baixas velocidades, pois o Equinox esterça pouco e exige mais trabalho na hora de manobrar. Quanto ao acabamento, achei que ele era bom apenas até entrar no Compass.
O primeiro motivo é que a cabine do Equinox usa cores acinzentadas, que não transparecem “luxo”, assim como a presença de plásticos nos painéis de porta. Já o Jeep é todo preto por dentro, com abundância de couro nos acabamentos.
Mas o Chevrolet dá o troco em espaço interno. Atrás, cabem três adultos facilmente, ajudados pelo assoalho plano. Perto do Equinox, o Compass pareceu mais um Renegade em espaço interno. Dito isso, o Compassa ainda leva adultos no banco traseiro sem muita dificuldade.
Enquanto ambos possuem abertura elétrica para o porta-malas, o do Chevrolet pode ser aberto sem as mãos, basta passar o pé por baixo do para-choque. Há até uma regulagem no botão de abertura interna da tampa que limita o quanto a peça abre. Ideal para garagens com teto baixo.
Já o Jeep tem uma abordagem mais convencional, só abre acionado por botões, sendo que o de fechamento fica dentro do bagageiro, não na tampa. Então, ao acioná-lo, o Compass apita, espera alguns segundos e aí sim desce a tampa. O Equinox faz isso de maneira mais rápida.
Já para o Compass, esperava que o 2.0 aspirado fosse sofrer mais para empurrar o SUV. Não sofreu. E o câmbio de seis marchas pareceu mais acertado para o motor que o de nove do Equinox. Ele responde com mais precisão ao quanto o motorista dá de acelerador, em resumo. O resultado veio em consumo, pois na mesma situação de uso urbano, o computador de bordo acusou 8,3 km/l de consumo médio.
Além disso, o motorista pode simplesmente apertar as borboletas atrás do volante para fazer trocas de marcha manuais, enquanto o Equinox exige que a alavanca esteja na posição “L” e o acionamento manual é feito por botões nem tão fáceis de operar assim.
A 120 km/h, o Jeep marca pouco mais de 2.500 rpm. Bom, mas não tão bom quanto o Chevrolet, que ainda tem um nível de ruído interno menor. O Compass passa um barulho de vento bem na janela do motorista em velocidades mais altas.
No entanto, esperava que o Jeep, sendo o jipe que é, vencesse com facilidade os buracos brasileiros. A suspensão aguentou bem, o que não foi tão bem assim foi a saia inferior do para-choque dianteiro, que raspou com relativa facilidade em lombadas e valetas.
Em dirigibilidade, não há vencedor claro. São carros para conforto, não devoradores de curvas. Mas ambos conseguem transmitir o mesmo (e bom) nível de confiança para os motoristas nas mudanças de direção.
Veja o que os donos de Jeep compass têm a dizer
Algo mais prático que me incomodou em ambos foi o gráfico dos sensores de estacionamento. Nos dois, ele é mostrado na tela central do painel de instrumentos. Então ele é facilmente obstruído pelo próprio volante nos momentos em que você mais precisa ficar atento nas manobras. Me peguei algumas vezes tentando ler o gráfico e tendo que ficar olhando de um lado para outro para conseguir enxergar a tela.
Mas, sabe aqueles equipamentos bacanas de segurança do Equinox? Eles trazem alertas sonoros e vibram o assento do motorista. Legal, dá aquele susto no piloto para se tocar que algo está errado. O que não é tão legal é que ele vibra nas manobras também, para indicar a proximidade de obstáculos, ou um carro passando, ou um pedestre passando perto do carro. Enfim, vocês entenderam a ideia. Depois de um tempo fica incômodo.
Conclusão
Como disse lá no começo, o resultado desse comparativo será diferente. Afinal, onde está escrito que comparativo precisa terminar com um vitorioso e um perdedor? Apesar do desempenho melhor, espaço interno maior e mais itens de série, o Equinox dá trabalho nas manobras e o consumo não foi lá essas coisas no trânsito. O acabamento poderia ser melhor. Não que seja ruim, longe disso, mas se deixou superar por um rival mais barato.
O Jeep também tem seus contratempos, como o espaço inferior, menos itens de série e uma mecânica nem tão de ponta assim. Mas, como dito, o acabamento é difícil de achar defeito, o conforto é superior e o consumo é melhor.
Então, se você quer desempenho e espaço, o Equinox é o seu número. Se prefere conforto e comodidade, o Compass Limited pode acabar chegando à sua garagem. Em ambos os casos, você estará levando um belo carro.
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