É viável ter um carro elétrico no Brasil?

Elétricos e híbridos terão isenção de imposto de importação; mas será que já dá para ter um modelo do tipo no Brasil?

27/10/2015 - Anelisa Lopes, Anamaria Rinaldi, Thiago Moreno / Fotos: Gabriel Aguiar e Thiago Moreno / Fonte: iCarros

BMW i3

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Recarga na concessionária BMW

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Painel mostra a quantas anda o carregamento

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Renault Zoe

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Interior do Zoe segue padrão da Renault

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Gráfico no painel mostra quando a bateria está em uso e quando está sendo recarregada

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Fiat 500e

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Tomada para carregar o carismático elétrico da Fiat

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Elétricos e híbridos que vêm de fora passam a ser vendidos com isenção de imposto de importação (que soma cerca de 35% no valor total do produto) e futuros elétricos e híbridos com combustão a etanol feitos por aqui poderão ser dispensados do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Mas será que já dá para ter um carro desse tipo no Brasil?

Se você levar em consideração o preço e a infra-estrutura oferecida no País, a compra de um carro elétrico no mercado brasileiro ainda é cena de um filme rodado no futuro. Oficialmente, somente a BMW oferece um totalmente elétrico, o i3, mas algumas montadoras vendem veículos com este tipo de propulsão - que funciona basicamente com bateria e não emite poluentes na atmosfera - para empresas ou usam apenas no show room. O iCarros avaliou três "espécies" para mostrar como andam os modelos 100% elétricos.

Fiat 500e

O Fiat 500e, versão elétrica do simpático compacto da marca, foi apresentado no final de 2012 no Salão de Los Angeles (EUA). Por lá o modelo custa US$ 31.800 (R$ 121.911), mas o governo norte-americano dá incentivos para a compra e o carro pode acabar saindo por até US$ 18.300 (R$ 70.156) dependendo do estado. E não são descontos de impostos, é uma política nos EUA em que os governos estaduais arcam com uma parte do custo de compra de um elétrico. Mas mesmo em terras norte-americanas, o carro é oferecido apenas na Califórnia e no Oregon. E no Brasil? Por enquanto, nem legislação específica para carros elétricos existe direito. Tanto que o 500e nem é vendido oficialmente no Brasil, portanto, não tem preço.

Confira a matéria completa do Fiat 500 elétrico

Renault Zoe

Enquanto o Brasil ainda engatinha no segmento de veículos elétricos, o Renault ZOE é comercializado na Europa desde 2012, sendo o primeiro carro 100% elétrico da marca. Ele é fabricado em Flins, na França, dividindo a linha de produção com o compacto Clio – com quem guarda algumas semelhanças visuais. O ZOE chegou ao mercado europeu com preço de popular (em torno de 13 mil euros na França graças aos incentivos fiscais), mas hoje custa a partir de 21.900 euros (R$ 95.595) em seu país de origem. A Renault já vendeu cerca de 80 veículos elétricos no Brasil para empresas e governos e está apta a atender a uma demanda maior, se houver. Mas ela não fala em preços e pode-se imaginar que um modelo como o ZOE não chegaria por menos de R$ 100 mil às lojas. E basta rodar alguns dias com um carro elétrico para entender que as dificuldades por aqui vão além do preço do carro.

Confira a matéria completa do Renault Zoe

BMW i3

O fabricante deu um tiro certeiro com o projeto, ao menos no que diz respeito à construção da imagem da marca. E não há como negar que ele atende a vários perfis: agrada desde solteiros até chefes de família pelo espaço e conforto oferecidos a bordo. Apresentado no Salão de Frankfurt de 2013, o i3 tem um tanque de 9 litros de combustível usado quando a bateria do carro atinge 20% de autonomia. O modelo pode ser carregado em um dos pontos de "abastecimento" da própria BMW, em alguns shoppings centers ou em casa, desde que a tomada seja aterrada.

O entrave para a compra, além do preço (foi lançado, na versão mais cara, em 09/2014, por R$ 235.950, mas, após uma série de isenções fiscais para elétricos e híbridos, teve o preço diminuído para R$ 169.028), está na falta de estrutura para carregamento e conhecimento da tecnologia. Durante a recarga, por exemplo, feita em uma das concessionárias, a pessoa encarregada acabou configurando erroneamente o sistema, fazendo com que o carro ficasse parado por duas horas sem ser "abastecido". Se o funcionário ainda tem dúvida a respeito do funcionamento do modelo, como popularizar a tecnologia no Brasil?

Assista à avaliação completa do BMW i3