23/02/2017 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Trail é uma classificação para motocicletas com capacidade off-road relevante e a Honda XRE 300 é uma das interpretações mais clássicas desse conceito, trazendo suspensões de longo curso e rodas raiadas com diâmetros diferentes na dianteira e na traseira com pneus de uso misto. Avaliada na série especial Adventure, que custa R$ 16.890, a moto mostra que toda essa preparação para a terra a torna uma boa opção para essa “aventura” que é andar de moto nos grandes centros.
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Ficha técnica e equipamentos
Na linha 2017, a XRE 300 não recebeu atualizações mecânicas. Permanece o motor monocilíndrico com arrefecimento a ar e radiador de óleo com 291,6 cm³ de capacidade. Flex, é capaz de entregar 25,6 cv de potência e 2,8 kgfm de torque com etanol e 25,4 cv e 2,7 kgfm com gasolina. O câmbio tem cinco velocidades e a transmissão final é feita por corrente.
Na ciclística, tem garfo telescópico na dianteira com 245 mm de curso na dianteira e balança monoamortecida na traseira com 225 mm de curso. A roda dianteira é raiada de 21 polegadas calçadas por pneu de uso misto medida 90/90. Na traseira, a roda raiada tem 18 polegadas e pneu também de uso misto de medida 120/80.
Entre os principais itens de série destacam-se a partida elétrica, lampejador de farol alto, painel de instrumentos totalmente digital, freios a disco na dianteira e traseira e farol com lâmpada de 55W (baixo) e de 60W (alto). O computador de bordo traz dois odômetros parciais, consumo médio (A e B), consumo instantâneo, relógio e odômetro total.
A série especial Adventure testada cobra exatos R$ 700 reais pelo kit exclusivo de adesivos. De acordo com a Honda, o visual e grafismos foram inspirados pela XRE conceito que foi apresentada no Salão Duas Rodas de 2015. A unidade avaliada foi entregue de maneira antecipada ao iCarros e estava sem os adesivos exclusivos para as rodas. As unidades que chegarão às lojas terão o equipamento.
Nas medidas, a trail tem 2,17 m de comprimento, 838 mm de largura, 1,18 m de altura e o vão livre em relação ao solo é de 256 mm. O assento do piloto está a 860 mm do chão. Seu tanque de combustível tem capacidade para carregar até 13,8 litros (contando a reserva) e o bagageiro que vem de série pode aguentar até 7 kg. A moto, sem o ABS da versão mais cara, pesa 146 kg.
Feita para a terra, ótima no asfalto
Só de olhar para a XRE 300 ela já te transmite um olhar de quem preferia estar fazendo trilha. Essa é a força das linhas da moto, com o grande vão livre, as rodas assimétricas, banco alto e guidão largo. Com os adesivos da série Adventure ficam ressaltadas tais características. Tão ressaltadas que a moto faz sucesso nas ruas, atraindo olhares até mesmo de donos de outras XRE.
Apesar de a altura do banco não ajudar os pilotos de menor estatura e a moto parecer um tanto pesada para o porte num primeiro contato, andando a história é diferente. O guidão mais largo e a postura mais ereta que a moto oferece favorecem as manobras em baixas velocidades e deixa a XRE ágil no trânsito urbano. Como o guidão também é elevado fica mais fácil lidar com os corredores entre os carros, uma vez que a maioria dos espelhos passa por baixo das manoplas. Tal posição mais natural, com a coluna reta e os braços mais baixos, também traz conforto para viagens.
Os amortecedores de longo curso, apesar de favorecerem um “mergulho” mais acentuado em freadas fortes, fazem milagres com a péssima manutenção do nosso asfalto. Não houve buraco ou valeta que fez qualquer um deles chegar ao fim de curso, mesmo com garupa.
O motor entrega um desempenho esperado para sua capacidade. As acelerações são fortes, assim como as retomadas, mas abaixo das 3.000 rpm a vibração é perceptível e moto perde um pouco do ímpeto chegando perto do limite de rotações. A 120 km/h, o conta-giros marca algo próximo das 7.500 rpm, o que não é tão confortável para longos trajetos e mostra que a moto tem potencial para receber uma sexta marcha. O resultado é que, num trajeto de 250 km, sendo 80 km de estrada, a média de consumo aferida pelo computador de bordo foi de 23,4 km/l quando abastecida com 100% de etanol.
Os pneus de uso misto não comprometem a convivência no asfalto em termos de aderência, mas, acima de 50 km/h é possível ouvi-los nitidamente por conta do desenho dos cravos. Outro item que não é tão confortável são as pedaleiras para o piloto, pequenas, ficando difícil achar uma posição boa de encaixe para os pés. As manoplas também têm um desenho que acabam cansando as mãos após muito tempo de uso. Os cabos do acelerador (de acionamento e retorno), por exemplo, passam na frente do painel e, dependendo do ângulo de esterço do guidão, podem tampar tanto o velocímetro quanto o marcador de combustível. Num trajeto mais longo em velocidades mais elevadas, o radiador de óleo acaba por canalizar ar quente para a perna do piloto.
Conclusão
Mesmo com o preço jogando contra, a Honda XRE 300 é uma boa pedida para quem está indo para sua segunda moto, saindo de modelos como a própria NXR 160 Bros ou XRE 190, tendo que ir trabalhar todos os dias e que tenha alguma capacidade para pegar a estrada. Tem espaço para melhorar em alguns aspectos, mas ainda tem um conjunto competente e a versão Adventure traz um refresco bem-vindo ao visual.
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