17/04/2017 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Além das pequenas alterações visuais e da tão aguardada inclusão do controle de estabilidade, o Toyota Corolla guardou mais uma novidade na linha 2018: o retorno na versão “esportivada” XRS. Porém, como fica aquele maldoso mito de que Corolla é carro para “um público mais experiente”? E mais: como fica o Corolla cobrando R$ 108.990 (nem é a versão completa)?
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Primeiro, o que ele tem?
O Corolla XRS é baseado na versão XEi, intermediária, com o acréscimo de alguns itens exclusivos, como saias nos para-choques e nas laterais, spoiler traseiro e uma peça que imita um difusor na traseira. As rodas têm acabamento exclusivo, assim como a cor da cabine.
De série, essa versão traz direção elétrica, ar-condicionado automático, computador de bordo com seis funções, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, vidros, travas e retrovisores com acionamento elétrico, volante multifuncional, rodas de 17 polegadas, chave presencial, espelho retrovisor interno eletrocrômico, piloto automático, faróis de neblina, acendimento automático dos faróis, painel de instrumentos com tela TFT colorida de 4,2” e sistema multimídia Toyota Play com tela LCD de 7” sensível ao toque e áudio compatível com DVD player, CD-R/RW, MP3, WMA e AAC e rádio AM/FM, sistema de navegação GPS, TV digital, câmera de ré e conectividade via Bluetooth.
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O motor é o mesmo 2.0 16V flex de alumínio das configurações atuais. Desenvolve 154 cv de potência e 20,7 kgfm de torque com etanol. Respectivamente, com gasolina, os números são 143 cv e 19,4 kgfm. A única opção de câmbio é o automático CVT.
Nas medidas, o sedã agora tem 4,62 m de comprimento, 1,8 m de largura, 1,48 m de altura e 2,70 m de entre-eixos. O porta-malas acomoda até 470 litros de bagagens. Na configuração XRS, o Corolla pesa 1.345 kg, 5 kg a mais que a versão topo de linha Altis.
Público maduro ≠ público velho
“Vovorolla”. Você já escutou esse apelido maldoso quando o tema é o sedã da Toyota. Primeiro, é preciso diferenciar público maduro de público velho. Maduro é um público que não está mais na compra do primeiro carro e não vai aceitar qualquer coisa, como acabamento ruim, motores insuficientes ou quaisquer defeitos mais graves. Isso não tem idade, vai da experiência.
E é exatamente isso que o Corolla entrega. Acabamento bem feito, um motor competente e uma transmissão automática eficiente. Mesmo pesado, consegui fazer 6,5 km/l com etanol rodando apenas no trânsito e com ar-condicionado sempre ligado. Na estrada, mantendo entre 110 km/h e 120 km/h, a média subiu para 9,5 km/l. Mérito do câmbio CVT e do motor 2.0 da Toyota.
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Falando em estrada, é na rodovia que o conforto do Corolla se mostra mais presente. Nada de ruído de vento, nem de motor, muito menos vibrações. Na cidade, o sedã obedece ao motorista como se fizesse uso de telepatia. As respostas dos comandos são exatamente as que o motorista espera. Nada de direção rápida ou lenta demais, ou acelerador que precisa estar afundado contra o assoalho para fazer o carro sair da imobilidade.
Tanto em visual (externo ou interno) quanto na experiência atrás do volante, só consegui um adjetivo que agregasse todas as qualidades do carro: sereno. Mesmo no pior dos engarrafamentos ou na mais longa das viagens eu nunca saí cansado ou nervoso do Corolla. Parece até que ele te acalma. Até porque te empolgar ele não vai nunca.
Sim, toda a “serenidade” é muito boa, mas apenas até certo ponto. Se o sedã vai ser seu único carro, ele tem que te envolver também, empolgar de alguma maneira, causar qualquer reação que seja. O Corolla é muito simples por dentro, sedado até. Linhas muito retas e tudo logicamente posicionado no painel. Parece um espaço de trabalho mais do que um carro.
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O Corolla vai te levar do ponto A ao B com o mínimo de dificuldade e o máximo de conforto, mas dificilmente você vai dar aquela última olhada para trás quando sair dele. E tudo isso é muito bom, nem todo mundo é obrigado a ser apaixonado por carro e saber de tudo. Alguns só querem um bom meio de transporte.
Porém, no Brasil, é comum os compradores confundirem “visual arrojado” com “carro mais caro”. Então a polarização entre o ousado Civic e o pacato Corolla é grande. Isso vem de duas décadas atrás, pois, mesmo nos anos 1990, um tinha linhas mais agressivas e o outro era mais simples. A Toyota sabe disso e (bem) aos poucos está dando uma nova cara ao seu sedã.
O último facelift para linha 2018 é prova disso. Faróis mais afilados, lanternas com lentes transparentes e até mesmo o retorno do XRS. É tudo uma resposta ao novo Civic, que já está mais para um cupê em miniatura do Accord do que para um sedã médio. Mas a Toyota dá pequenos passos porque sabe que há uma parcela fiel de seu público que não liga tanto assim para arrojo visual. Então, se alguém perguntar se a marca precisa de um “esportivado”, a resposta sempre será sim. Renovar e mudar é algo necessário não só para evoluir como também para sobreviver em tempos de mercado em queda.
Quer uma prova de que o público do Corolla está se renovando? Mostrei o Corolla para meu avô, no alto de seus 73 anos. “E aí vô, o que você achou?”, perguntei. “Não gostei, muito grande, muito chamativo”. Quando eu falei o preço ele só riu. É difícil esse pessoal mais das antigas querer gastar muito em algo que, nas palavras do meu avô, “ainda é só um carro”. Ele também não gostou do fato de ser automático, aparentemente herdei isso.
Quer dizer...
Um dia vamos olhar para trás e ver o Corolla XRS como a transição do Corolla pacato para algo mais ousado, ou seja lá o que acontecer no futuro do sedã. Mas é certo que o XRS é um carro necessário. Pode ser caro, pode ter menos equipamentos que os concorrentes, mas quando o assunto é te transportar da melhor maneira possível, o sedã da Toyota cumpre a tarefa como poucos. O esportivado XRS é um sinal de que a marca está de olho no que o mercado quer. Se você tem dúvida sobre o resultado dessa estratégia, uma olhada nos números de vendas entre os sedãs médios vai te dar uma resposta.
Se você achou que o esforço do XRS é pouco, o Civic está aí para você; se achou que exagerou nos aerofólios e apetrechos esportivos, o Corolla XEi traz os mesmos equipamentos sem o tratamento visual (e é mais barato). Sinceramente, acho que o XRS é um necessário meio termo.
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