06/09/2016 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Até agosto, antes de o novo Honda Civic chegar às lojas, o seu principal rival, o Toyota Corolla, vendia quatro vezes mais. Porém, a décima geração do sedã da Honda chegou com tudo e agora é a vez de o Toyota ficar na defensiva. Confira como fica a briga entre o Corolla Altis (R$ 106.080) e o Civic EXL (R$ 105.900).
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Ficha técnica e equipamentos de série
Começando pelo tradicional modelo da Toyota, em sua versão mais completa, o motor oferecido é 2.0 16V flex de 154 cv de potência e 20,3 kgfm de torque com etanol. O câmbio tem relações continuamente variáveis (CVT) com opção de simulação virtual de sete marchas, que podem ser trocadas por meio de borboletas atrás do volante ou na alavanca. O consumo declarado com o combustível vegetal é 7,8 km/l na cidade e de 9,2 km/l na estrada. O Honda também traz um 2.0 acoplado a um câmbio CVT que também simula sete marchas com trocas por borboletas ou alavanca. Desenvolve 155 cv e 19,5 kgfm com etanol. Seu consumo declarado para esse combustível é de 7,2 km/l na cidade e 8,9 km/l na estrada.
Nas medidas, o Corolla tem 4,62 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,47 m de altura e 2,7 m de entre-eixos. Seu bagageiro comporta 470 litros de malas. No Civic, os números são, respectivamente: 4,64 m, 2,07 m, 1,43 m e 2,7 m, com 519 litros de porta-malas.
Na versão Altis, o Corolla traz direção elétrica, ar-condicionado automático de uma zona, trio elétrico, rebatimento elétrico dos espelhos, retrovisor interno eletrocrômico, chave presencial com partida por botão, sete airbags, bancos de couro com regulagem elétrica para o motorista, sensor crepuscular, central multimídia com tela de 6,1 polegadas, conectividade via Bluetooth e USB, navegação por GPS e câmera de ré. Mesmo não sendo o mais completo da linha, o Civic EXL traz direção elétrica, trio elétrico, rebatimento elétrico dos espelhos, seis airbags, bancos de couro, sensor crepuscular, central multimídia com tela de 7 polegadas com bluetooth e USB, navegação por GPS e câmera de ré. O Civic leva vantagem sobre o rival pelo ar-condicionado automático de duas zonas, freio de mão eletrônico, assistente de partida em rampa e controle de tração, mas a regulagem dos bancos é manual, o retrovisor interno não é eletrocrômico e a chave é canivete convencional.
Corolla e Civic, de novo
Mesmo nas gerações anteriores, Corolla e Civic sempre se diferenciaram entre si por um trazer um apelo racional (Toyota) enquanto o outro era emocional (Honda). O tema continua, mas o nível subiu, e muito. Com a atual geração, o Corolla atingiu a liderança entre os sedãs médios deixando todos os concorrente para trás contando com um visual mais moderno e a confiabilidade creditada à marca. Só que no campo visual, o Civic agora tem a vantagem. Durante a avaliação, pessoas descendo dos carros para tirar fotos do Honda era algo comum. Todos viravam a cabeça e faziam perguntas. O Corolla já virou lugar comum há muito tempo e, mais de uma vez, foi o carro avaliado, branco, foi confundido com um táxi na capital paulistana.
Mais baixo e largo, o Civic repagina o apelo emocional com um visual esportivo e radical perto do restante da linha Honda. Já o Corolla passa longe de ser chamado de feio, mas suas linhas já são conhecidas apesar de ainda atuais. Por dentro, essa temática se repete. Enquanto os dois rivais levam cinco adultos sem problemas e até com sobras de espaço para pernas e cabeças, o desenho e a qualidade da cabine diferem muito. Enquanto o Civic recebe os ocupantes com linhas fortes e materiais macios ao toque até nas portas, o Corolla tem um painel reto, pouco inspirado, e abusa do plástico rígido na cabine.
No mundo real, o computador de bordo do novo Civic acusou um consumo de 6,7 km/l rodando com etanol na cidade sempre com ar-condicionado ligado e trânsito pesado. Já o Corolla atingiu facilmente 7,5 km/l na mesma situação, quase batendo seu consumo oficial numa situação longe do ideal. Com trânsito mais livre, a média do Toyota chega a 9 km/l na cidade sem muito esforço.
Com um pouco mais de torque, o Corolla arranca na frente do Civic. A vantagem está na rotação em que os carros partem da imobilidade. Numa saída de farol, por exemplo, o Toyota chega a cerca de 2.500 rpm e sai com ímpeto. O Honda mal chega aos 2.000 rpm e sai com mais tranquilidade.
Na dinâmica de condução, larga vantagem para o Civic, pois, com suspensão traseira independente e buchas hidráulicas nos amortecedores dianteiros, além de uma largura maior, o carro rola pouca nas mudanças de direção, quase como um esportivo, ainda filtrando bem as imperfeições do solo. Contribui a direção elétrica da Honda, que é leve nas manobras e muito rápida nas respostas. São pouco mais de duas voltas no volante de batente a bantente. O Corolla tem eixo traseiro com barra de torção. Enquanto manda bem no conforto e passa longe de ser inseguro, seu acerto não empolga tanto nas curvas. A direção é elétrica é mais leve que uma equivalente hidráulica, mas é mais pesada e exige mais voltas para esterçar que o rival.
O isolamento acústico em ambos os rivais é exemplar. Feche os vidros e o mundo lá fora some. Só que mesmo trabalhando com rotações mais altas é preciso se esforçar para ouvir o motor e o câmbio do Corolla. Pise mais fundo no Civic e, passando dos 3.000 rpm, você ouve o propulsor com nitidez.
A impressão ao andar nos dois carros é que o Corolla não quer te impressionar e traz um tom de comodidade na condução, familiar, exigindo pouco esforço para se acostumar com o sedã. O Civic entra com os dois pés na porta chamando a atenção dos olhos e demais sentidos.
Escolha de Thiago Moreno – Mais barato e com visual chamativo, o novo Civic traz – literalmente – uma nova experiência para o pacato mundo dos sedãs médios. Devo confessar que ao andar no Honda, tive a impressão que sua vitória sobre o Corolla seria de goleada, mas não foi. O Toyota ainda é páreo duro, principalmente num mercado em que ser discreto e confiável vende. O Civic ganha e vira mesa, mas não foi por muita vantagem, já que, ao menos na versão EXL, equivalente em preço ao Corolla top, fica devendo alguns equipamentos.
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