08/08/2017 - Texto: Thiago Moreno / Fotos: Thiago Moreno e Divulgação / Fonte: iCarros
O Renault Kwid chegou para ser um carro acessível, isso é fato confirmado pela própria montadora. No entanto, mesmo em sua versão mais cara, a Intense + Pack Connect de R$ 39.990, ainda é mais barata que seu rivais diretos, que ainda ficam devendo alguns equipamentos. Um Chevrolet Onix Joy, por exemplo, pode ser maior, mas custa R$ 41.690 e não tem central multimídia com tela de toque, navegação por GPS ou câmera de ré como o novo carro de entrada da Renault. Então, como ele anda?
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Ficha técnica
O motor que impulsiona o Kwid é da mesma família SCe que o Sandero, por exemplo: 1.0 flex de três cilindros com quatro válvulas por cilindro. Mas as semelhanças acabam aí, pois o cabeçote do Kwid é exclusivo, porém mais simples, aproveitando o baixo peso do modelo.
As quatro válvulas por cilindro se mantêm, mas o comando de válvulas, duplo e variável no Sandero, é duplo, mas sem variação no Kwid. O resultado é que a novidade desenvolve ainda assim 70 cv de potência com etanol e 66 cv com gasolina. Respectivamente o torque é de 9,8 kgfm e 9,4 kgfm. A única opção de câmbio é manual de cinco velocidades.
Veja a ficha técnica completa do Renault Kwid
Nas medidas, o Kwid tem 3,68 m de comprimento, 1,57 m de largura (sem contar os retrovisores), 1,47 m de altura e 2,42 m de entre-eixos. Seu porta-malas é capaz de abrigar 290 litros de bagagens. A versão de entrada Life pesa 758 kg, enquanto a Zen tem 779 kg e a Intense pesa 786 kg.
Segundo o Inmetro, o Kwid se qualifica como SUV compacto. A entidade considera elementos como ângulos de entrada e saída e medidas como o vão livre do solo. Nesses pontos, o Renault tem, respectivamente, 24º, 40º e 180 mm. A altura em relação ao solo inclusive é maior que a do Honda HR-V, que tem 177 mm.
O que ele traz de bom?
Por se tratar da versão mais completa, o Kwid Intense tem uma lista de equipamentos de série bem farta, trazendo itens como rodas de ferro de 14 polegadas com calotas, ar-condicionado, direção com assistência elétrica, limpador e desembaçador do vidro traseiro, acionamento elétrico das travas e vidros dianteiros, apoio de cabeça central traseiro, bolsas porta revistas na parte posterior dos bancos dianteiros e computador de bordo.
Veja todas as versões e preços do Kwid
Até aí nada de especial, apenas o esperado pela faixa de preço e em linha com os principais rivais. Só que na versão Intense há ainda quatro airbags (dois frontais e dois laterais, de série em todas as versões), sistema Isofix para fixação de cadeirinhas infantis, câmera de ré, chave canivete, central multimídia com tela sensível ao toque e navegação por GPS, abertura elétrica do porta-malas e faróis de neblina.
Consumo e desempenho
Os dados da Renault informam que o Kwid consegue acelerar de 0 a 100 km/h em 14,7 segundos quando abastecido com etanol e em 15,5 segundos com gasolina. O que ajuda na performance do modelo é a relação peso/potência que, em termos gerais, mostra quantos quilos cada cavalo de potência do carro tem que levar. No caso do Kwid Intense, são 788 kg para 70 cv, totalizando 11,25 kg/cv.
Compare o Kwid com os seus rivais
Outra vantagem do menor peso é o consumo. Em ciclo urbano, o Kwid consegue rodar até 10,5 km/l com etanol e 14,9 km/l com gasolina. Em uso rodoviário, respectivamente, os números são 10,8 km/l e 15,6 km/l. Os dados são do Inmetro.
Mas vale a pena?
Resposta curta: vale para quem quer um carro urbano completinho, de boas respostas e sem sacrificar tanto o espaço interno. Como cheguei nessa conclusão? O primeiro quesito é respondido pela lista de equipamentos de série. Não vou colocar em discussão o valor do Kwid completo na comparação com os rivais. Basta ver que ele traz os airbags laterais de série, algo que nenhum outro subcompacto nacional tem nem como opcional.
Outro ponto é a central multimídia com tela de toque. Alguns rivais trazem apenas rádio com conectividade via Bluetooth por um preço similar ao do Kwid Intense. O Renault não só tem a tela, como ela também conta com navegação por GPS e câmera de ré. Carros de categoria superior já estão fazendo o espelhamento de smartphones via Android Auto e Apple Car Play. Mesmo assim, o Kwid sai na frente dos rivais no quesito conectividade.
O teste foi feito nas ladeiras íngremes da região da Pompéia, Zona Oeste da capital paulista, e no trânsito travado do Centro Velho de São Paulo (SP). Nas subidas, o Kwid não conseguiu ir de segunda marcha, pedindo sempre a primeira, assim como qualquer outro modelo 1.0 novo que já tive a oportunidade de rodar pelo mesmo trajeto.
Claro que toda essa aventura cobrou o preço em consumo. Abastecido com gasolina durante o teste, a média de acordo com o computador de bordo foi de 8,5 km/l. Mas vale lembrar que a velocidade média durante todo o trajeto foi inferior a 9 km/h, enquanto o ar-condicionado permaneceu ligado durante todo o percurso.
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Mesmo assim, com um raio de esterço pequeno e uma carroceria estreita, o Kwid conseguia se esgueirar pelo trânsito caótico quase como uma moto. Só tenho dois pontos a questionar sobre o carro: o primeiro é o freio, com acionamento só lá embaixo no curso do pedal e borrachudo. O outro é o rolamento da carroceria. A Renault fez o que pôde para equilibrar um carro estreito e alto, mas o rolamento nas mudanças de direção é perceptível e encontrar um buraco no meio da curva faz com que a carroceria balance além do esperado.
Claro que o acabamento é simples. Sabendo procurar dá para achar até alguns pedaços da carroceria expostos atrás dos cintos dianteiros. Mas é preciso caçar para encontrar. O visual não inova e os materiais não vão muito além do plástico rígido (comum na categoria), mas não há falhas de montagem nem rebarbas. Se fosse para resumir em uma só palavra, seria honesto.
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