09/10/2015 - Anamaria Rinaldi / Foto: Gabriel Aguiar / Fonte: iCarros
A Honda é uma marca tão apreciada por seus clientes que não é raro encontrá-los em dúvida entre carros da própria fabricante na hora de trocar seu usado por um modelo novo. Prova disso é que, recentemente, o iCarros fez um vídeo com proprietários de Honda interessados em migrar para o HR-V. Então, colocamos Fit e City lado a lado para revelar qual deles é a melhor escolha na faixa entre R$ 65 mil e R$ 70 mil.
Leia mais:
Veja a opinião de donos do Fit no iCarros
Veja a opinião de donos do City no iCarros
Honda Fit EX: hatch ou monovolume?
O iCarros avaliou a versão intermediária EX do Fit, que custa R$ 67.900. O modelo, contudo, tem opções com preços entre R$ 52.700 e R$ 70.900. Ele chegou à linha 2016 em meados deste ano com mais equipamentos de série desde a versão básica. Na EX, foram adicionados painel com computador de bordo, retrovisores externos com luzes de seta, volante revestido de couro com comandos de áudio e do controlador de velocidade e detalhes internos na cor prata. Além desses itens, a versão oferece de fábrica ar-condicionado, câmera de ré, trio elétrico, faróis de neblina, rádio com USB e Bluetooth, volante com ajustes de altura e profundidade, rodas de liga leve aro 16, controlador de velocidade e alarme.
O Fit Ex possui motor 1.5 16V flex que rende, com etanol, 116 cv de potência e 15,3 kgfm de torque a 4.800 rpm. Essa versão está disponível somente com câmbio automático do tipo CVT (continuamente variável), que oferece respostas progressivas e suaves. Isso significa dizer que não adianta esperar uma arrancada de cena de cinema. Ao pisar fundo no acelerador, o carro vai ganhando velocidade progressivamente, mas também sem muita demora. No geral, ele anda muito bem, sem trancos, hesitações ou sustos em ultrapassagens.
Veja a ficha técnica das versões do Fit no iCarros
O que peca no modelo é o consumo, uma reclamação recorrente na geração anterior. Enquanto os dados do Inmetro apontam 8,3 km/l em uso urbano com etanol, rodando sempre com trânsito pesado, a média registrada durante a avaliação do iCarros não ultrapassou os 5 km/l. Vale destacar que o CVT do Fit não simula marchas, não sendo possível realizar trocas manuais nem na alavanca. Há apenas as opções “L” (aumenta o torque em baixas rotações e pode ser usado, por exemplo, em subidas íngremes) e “S” (faz o motor trabalhar em giros maiores, como numa função esportiva). Se você se lembra, o Fit já teve uma caixa CVT no passado, que foi substituída pela automática de cinco velocidades na segunda geração do modelo. Para a linha 2015, ele retomou o CVT, mas com um câmbio mais moderno.
O resto do conjunto mecânico também é bom. As suspensões são confortáveis, ainda que sejam um pouco duras, o que pode ser notado ao passar por pisos irregulares. Mas é o preço a se pagar pela boa estabilidade em curvas do modelo. A direção elétrica é precisa em todas as situações, oferecendo rigidez que varia conforme a velocidade do carro. O que poderia ser aprimorado é o isolamento acústico, embora essa já tenha sido uma preocupação da Honda na nova geração, lançada no final de 2014.
Acabamento e espaço interno
A versatilidade do Fit já é bastante conhecida e seu espaço interno não fica devendo nada aos rivais. Três adultos se acomodam bem atrás, ainda mais com o assoalho quase plano. Ele parece pequeno por fora, mas é muito espaçoso por dentro – são 3,9 m de comprimento e 2,5 m de entre-eixos. O porta-malas leva 363 litros, mas essa capacidade pode chegar a 1.045 litros com os bancos traseiros rebatidos. Merece destaque também o fato de todos os ocupantes contarem com cintos de três pontos e encosto de cabeça. Mas há melhorias que poderiam ser feitas.
O acabamento, por exemplo, é bem simples para um carro de mais de R$ 65 mil. Quando você se senta no banco do motorista e olha ao redor, tem a impressão de estar na versão básica ao notar o desenho do rádio e dos comandos no painel. Fica faltando ainda GPS e acendimento automático dos faróis de série por esse preço.
Honda City EX: compacto com espaço de médio
Para este comparativo, também foi avaliada a versão intermediária do City, a EX, de R$ 69 mil. Ainda vendido na linha 2015, o sedã possui opções entre R$ 55.300 e R$ 72.700. Tal qual o Fit, o City EX vem com faróis de neblina, câmera de ré, retrovisores externos com luzes de seta, rodas de liga leve aro 16, rádio com USB e Bluetooth, volante com ajustes de altura e profundidade e comandos de áudio, trio elétrico, controlador de velocidade, computador de bordo e alarme. Porém, ele conta com ar-condicionado digital com tela sensível ao toque - inexistente no "irmão".
City e Fit são fabricados em Sumaré (SP) e adotam a mesma plataforma. Mas as semelhanças não acabam por aí. O motor também é o mesmo: 1.5 16V flex de 116 cv e 15,3 kgfm com etanol a 4.800 rpm. O câmbio? Também CVT. Só que no caso do sedã ele oferece trocas manuais nas borboletas atrás do volante, simulando sete marchas.
Veja a ficha técnica das versões do City no iCarros
Com tanto em comum, é de se esperar que a dirigibilidade também seja parecida. E é, embora haja sim uma pequena diferença em função do tipo de carroceria. Os três volumes do sedã ajudam a deixar o City mais “na mão”. Mas é isso. As respostas ao pedal do acelerador são muito similares, ressaltando que ambos pesam os mesmos 1.520 kg. Ou seja, o City oferece o mesmo desempenho progressivo, sem trancos ou sustos. Basta pisar fundo que os giros vão subindo gradativamente e o carro vai ganhando velocidade. E uma vez embalado, o City vai muito bem na estrada. A diferença está na possibilidade de fazer as trocas de marcha manualmente, por exemplo, em uma ultrapassagem.
De acordo com o Inmetro, o City faz 8,5 km/l na cidade com etanol. Rodando sempre com trânsito pesado, porém, o computador de bordo do sedã não ultrapassou a média de 4,5 km/l com o mesmo combustível no tanque. Ele bebeu mais até que o Fit. Quanto à suspensão, a carroceria mais comprida permitiu um ajuste mais macio no sedã, que não incomoda tanto quanto o monovolume em terrenos irregulares, como em ruas de paralelepípedo. Mudam os acertos, por exemplo, de molas e amortecedores. Com isso, o City trata melhor seus ocupantes independente do piso. A direção elétrica progressiva oferece precisão em qualquer velocidade e facilita na hora de manobrar.
Acabamento e espaço interno
Apesar de ser maior que o Fit, com 4,4 m de comprimento, o sedã oferece entre-eixos muito similar: são 2,6 m – lembrando que o monovolume tem 2,5 m. O resultado é que três pessoas viajam atrás com praticamente o mesmo espaço que no irmão menor. E o City também oferece cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os ocupantes. A diferença, claro, aparece no porta-malas, que tem capacidade para 536 litros, sendo 485 litros acima da tampa do assoalho e 51 litros de espaço útil abaixo desta, conforme explica a fabricante. Por dentro, o acabamento do City é simples, mas o ar-condicionado com tela sensível ao toque dá ao sedã ares de requinte inexistentes no Fit. No mais, ambos são equivalentes.
Escolha de Anamaria Rinaldi – O custo-benefício em ambos é regular, já que eles não vêm completos para sua faixa de preço, mas oferecem bom desempenho e a confiabilidade da mecânica Honda. Com mesma motorização, câmbio, dirigibilidade semelhante e espaço interno equivalente, o City é superior ao “irmão” pelo porta-malas com 173 litros a mais de capacidade, pelo ar-condicionado digital (inexistente no Fit) e pelas borboletas atrás do volante. E só. Se você tem os R$ 1.100 sobrando, vai ficar feliz com a aquisição do City, levando por esse preço alguns itens extras e mais espaço para as malas da família. Mas se você não faz questão disso, o Fit atende às expectativas com a mesma bravura. A manutenção nos dois modelos sai pelo mesmo valor de R$ 4.027,44 até os 60 mil km - lembrando que as duas primeiras revisões têm mão de obra gratuita em ambos. Contudo, no duelo entre os dois, o Fit tem características muito similares cobrando menos, o que faz com que ele vença esse comparativo.
Acompanhe as novidades do mundo automotivo pelo iCarros no:
Facebook (facebook.com/iCarros)
Instagram (instagram.com/icarros_oficial)
YouTube (youtube.com/icarros)
Veja o resultado na hora e compare os preços e benefícios sem sair de casa.
cotar seguro