23/12/2016 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros
Um sedã médio com tela multimídia, teto solar, rodas de 17 polegadas, ar-condicionado de duas zonas, controle de tração e seis airbags de série hoje custa quanto? Mais de R$ 100 mil não é mesmo? Não, não é. Ali, escondido na oitava colocação do segmento, com 250 unidades vendidas em novembro, está o Citroën C4 Lounge que, trazendo tudo isso que você leu acima e mais alguns mimos, custa R$ 95.990 na versão Exclusive THP. Loucura? Pode ser que não.
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Como se compara com a concorrência?
Se formos comparar o C4 Lounge com rivais diretos em paridade de equipamentos, é preciso colocar o motor turbo, central multimídia e teto solar. Então estaríamos olhando para a seara de Honda Civic Touring, que custa R$ 124.900, ou o novo Chevrolet Cruze LTZ com um pacote extra de opcionais que o faz passar de R$ 105 mil. Então, só em preço, o Citroën já tem alguma vantagem.
Se equipararmos o preço, virão o Civic EX e o Toyota Corolla XEi, ambos com motores aspirados e sem toda a lista de equipamentos do C4. Em potência, o motor THP da Citroën empata com o do Civic turbo, gera mais força que o Cruze turbo e perde apenas para o Volkswagen Jetta 2.0 TSI, que é o único a ultrapassar a barreira dos 200 cv.
Preço e ficha técnica - Honda Civic
Preço e ficha técnica - Toyota Corolla
Preço e ficha técnica – Chevrolet Cruze
Preço e ficha técnica – Volkswagen Jetta
Você tem medo de quê?
Manutenção cara – Mito: De acordo com o IMV (Índice de Manutenção Veicular) do CESVI, a nota em termos de manutenção é 31 pontos para o sedã da Citroën. Pode parecer muito perto dos compactos de entrada que têm notas na casa dos 20 pontos, mas o Hyundai Elantra tem 32 pontos, o Ford Focus Fastback tem 33 pontos e o VW Jetta já chega em 37 pontos. A marca ainda oferece três anos de garantia para o C4 Lounge.
Depreciação – Verdade: Por mais predicados que o sedã tenha é o mercado quem dita seu valor de revenda. Assim, um C4 Lounge Exclusive THP 2014 é avaliado pela Tabela FIPE em R$ 54.239, enquanto o Cruze LTZ 2014 da geração anterior tem média de R$ 56.584; o Honda Civic EXR antigo ainda vale R$ 61.814 e o Toyora Corolla é o campeão nesse quesito, pois o seu valor de tabela na versão Altis 2014 é de R$ 64.259. E no Selo Maior Valor de Revenda de 2016, da Agência AutoInforme, o C4 Lounge ficou entre os cinco piores colocados com depreciação de 20,1% em 12 meses. Mas vale lembrar que, mesmo valendo menos após dois anos de uso, o Citroën compensa na compra pelo 0km com o preço inicial mais baixo.
Confira quanto o seu carro vale na Tabela FIPE
Ficha técnica e equipamentos de série
Na linha 2017, o Citroën C4 Lounge passou a ser equipado apenas com o motor 1.6 16V THP, que é turbo, flex e tem injeção direta de combustível sendo capaz de entregar 173 cv de potência e 24,5 kgfm de torque com etanol. Na gasolina, a potência é de 166 cv e o torque se mantém o mesmo. O câmbio pode ser manual na versão de entrada Origine, mas na Exclusive avaliada a única opção de transmissão é automática de seis velocidades.
Os números de consumo declarados pela Citroën dão conta de que o modelo faz, com etanol, 7,1 km/l na cidade e 9 km/l na estada. Com gasolina, respectivamente, são 10,5 km/l e 13,2 km/l.
Nas medidas, o sedã tem 4,62 m de comprimento, 1,78 m de largura, 1,50 m de altura e 2,71 m de entre-eixos. O porta-malas acomoda até 450 litros de bagagens. Em sua versão mais completa, portanto, mais pesada, o C4 Lounge tem 1.487 kg.
Nessa configuração mais completa, o sedã tem uma extensa lista de série, como direção eletro-hidráulica, ar-condicionado automático com duas zonas e saída para o banco traseiro, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), controle de tração, teto solar elétrico, chave presencial, bancos com revestimento de couro, tela central multimídia de toque com sete polegadas e possibilidade de espelhamento de smartphones via Apple CarPlay e Mirror Link (não é Android Auto), câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré, controle de cruzeiro, acendimento automático dos faróis, retrovisor interno eletrocrômico, rebatimento elétrico dos espelhos externos e rodas de liga leve de 17 polegadas.
No papel tudo bonito. E andando?
Mesmo com a extensa lista de equipamentos de série, alguns itens acabam fazendo falta, como ajuste elétrico para os bancos. No C4 Lounge mais completo são todos manuais. Também não há sensor de estacionamento dianteiro, item que se populariza na categoria. Outra interrogação fica para a central multimídia com tela de toque. Por que há conectividade com Apple CarPlay, mas donos de aparelhos Android precisam usar o Mirror Link, que não é a melhor plataforma de espelhamento para esse tipo de celular?
O painel de instrumentos também poderia ser menos confuso, já que mostra apenas alguns elementos nas telas digitais enquanto outros aparecem na tela central. O volante também poderia ser menor, uma vez que, dependendo da posição do motorista no banco, pode tampar a porção superior do velocímetro. Para quem for utilizar o modo manual do câmbio, terá que usar a alavanca mesmo, pois não existem borboletas atrás do volante.
Com as reclamações fora do caminho, basta dizer que o C4 Lounge ainda não sentiu a idade em seu visual. O carro foi lançado em 2013, já como modelo 2014, e não sofreu grandes alterações visuais desde então. Poderia já ter mudando? Sim, mas não dá pra chamar as linhas do sedã de feias, longe disso. O carro tem boas proporções e, apesar do uso de vincos, fica suave aos olhos em todos os ângulos.
Forma sobre função então? Não. Um dos maiores atributos internos do sedã da Citroën é exatamente a forma confortável com a qual acomoda cinco adultos, com espaço de sobra para os passageiros do banco de trás. No passageiro frontal, o porta-luvas é recuado e forma um recorte que libera mais espaço para quem vai sentado ali. O isolamento acústico da cabine também merece elogios.
Em termos dinâmicos, o C4 Lounge tem um rolamento de carroceria perceptível, mas é o preço a se pagar pelo rodar macio do sedã. Mesmo em acelerações fortes, uma vez que o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos de acordo com a Citroën, o câmbio não dá trancos nem hesita para fazer trocas. No modo Eco, que prioriza a eficiência, o câmbio faz retomadas a partir de 1.000 rpm e o motor responde bem. Outro item de conforto do câmbio é o fato de que, em paradas, a caixa desacopla o conversor de torque do motor, como se engatasse o neutro, reduzindo o consumo e as vibrações na cabine.
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