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Bom em tudo, o que falta ao Toyota Corolla Altis 2018?

Versão topo de linha do sedã médio tem conjunto mecânico eficiente e é confortável, mas por que vende menos?

31/08/2017 - Anamaria Rinaldi / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Opção topo de linha do Toyota Corolla, o Altis não é sucesso de vendas como as demais versões. Ele representa apenas 6,5% do mix de vendas do sedã médio. O motivo pode estar em seu preço elevado de R$ 116.990. O Honda Civic Touring cobra mais, é verdade, com preço sugerido de R$ 124.900, mas a EXL sai por R$ 105.900. E por pouco menos dá para levar ainda um Audi A3 Sedan na versão de entrada Attraction por R$ 115.190. Mas então o Corolla Altis vale o que cobra?

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O sedã foi reestilizado em março deste ano, ganhando um estilo bem menos sóbrio do que o anterior. Grade frontal e faróis estão mais finos, enquanto na traseira as lanternas passaram a trazer luzes de LED. Mas a principal mudança não é visual. Foi a adição do tão aclamado controle de tração e de estabilidade. 

Motorização e desempenho

Na opção topo de linha, o Corolla possui motor 2.0 16V flex que rende 154 cv de potência e 20,7 kgfm de torque com etanol ou 143 cv e 19,4 kgfm com gasolina. O câmbio é automático CVT, que simula sete marchas no modo manual acionado pela alavanca ou por borboletas atrás do volante.

Confira todas as versões e preços do Corolla

No quesito desempenho, o Corolla faz jus à fama de carro de "tiozão". Ele anda bem, tem um bom motor com um câmbio eficiente, é progressivo nas respostas em função do CVT e oferece um ótimo conforto a bordo. Tudo é muito bom, mas nada empolga. Se quiser fazer uma ultrapassagem, por exemplo, ao pisar fundo ele vai ganhar velocidade aos poucos - e elevar bastante os giros e o ruído dentro da cabine - para entregar o que o motorista deseja. 

É por isso que o melhor jeito de curtir o Corolla é ir "de boa", sem arrancadas bruscas nem adotando uma direção perigosa. Talvez seja esse mesmo o motivo de o sedã agradar tanto o público mais velho, que prioriza o conforto e quer um carro prático e versátil para o dia a dia. Sem fortes emoções. 

O consumo, por outro lado, não é digno de elogios. Durante a avaliação do iCarros, rodando praticamente o tempo todo em congestionamentos, o sedã registrou média de 5,2 km/l com etanol no computador de bordo. Pelo Inmetro, os dados são de 7,2 km/l na cidade e 8,8 km/l na estrada com etanol ou 10,6 km/l e 12,6 km/l, respectivamente, com gasolina. 

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Não há sistema Start/Stop no Corolla, mas ele oferece um indicador Eco no quadro de instrumentos que auxilia o condutor, apontando quando este está dirigindo da forma mais econômica. Para quem quer o oposto, existe o modo Sport, acionado por um botão no console central, retardando as trocas. Eu não recomendaria usá-lo, porém. Na verdade, em um carro contido como o Corolla, o modo Sport não parece fazer muito sentido. Ele raramente será usado, talvez apenas em uma ultrapassagem ou em uma situação em que o motorista precise de mais força. 

No mais, a dirigibilidade é muito boa, com direção elétrica precisa e suspensão com um acerto focado no conforto. Você quase não sente qualquer imperfeição no piso. A estabilidade não é exemplar em função do ajuste mais macio, mas não prejudica a segurança em curvas. E aí entra a novidade: lembre-se que agora o Corolla tem controle de estabiliade de série. 

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Acabamento e espaço interno

É um sedã médio com 4,62 m de comprimento, 1,8 m de largura e 2,70 m de entre-eixos. Ou seja, há bastante espaço no banco traseiro para cabeça e pernas de três ocupantes adultos. O modelo tem ainda cintos de segurança de três pontos e encostos de cabeça para todos. 

Contudo, considerando que se trata de um carro familiar, falta sistema isofix para fixar cadeirinhas infantis e saídas de ar-condicionado para o banco traseiro - lembrando que nessa versão o ar tem duas zonas de temperatura. O porta-malas acomoda 470 litros de bagagens, o que é pouco perto de alguns rivais - o Civic tem 525 litros, o Jetta tem 510 litros e o Sentra tem 503 litros

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Já o acabamento é bom, sem falhas e com materiais bastante agradáveis. Há couro na parte de cima do painel e nas portas. Aliás, o interior bege do carro que aparece nas fotos é o padrão na configuração topo Altis. Dependendo da versão, porém, ele pode ser cinza ou preto. E lá continua o relógio digital no painel. 

No interior, o desenho da cabine poderia melhorar, ganhando ares mais modernos, o volante poderia ter o diâmetro um pouco reduzido para ficar mais harmonioso com a cabine e o câmbio poderia receber alavanca sem o trilho recortado - presente no Corolla há anos. Não vamos falar do relógio, já que muitos defendem a sua utilidade. Mas bem que ele poderia passar para o quadro de instrumentos. Ficou faltando ainda central multimídia com espelhamento de smartphones, algo comum já em carros de categorias inferiores. 

Equipamentos de série

O Corolla Altis não inova na lista de itens, mas vem com o mínimo de que se espera de um carro de mais de R$ 110 mil. Estão inclusos direção elétrica, ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, sensor de chuva, banco do motorista com regulagem elétrica, espelhos retrovisores externos com rebatimento elétrico, sete airbags (frontais, laterais, de cortina e de joelho para o motorista), controle de tração e de estabilidade, rodas diamantadas aro 17”, computador de bordo, volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade, bancos revestidos de couro, chave presencial com partida por botão, retrovisor interno eletrocrômico, piloto automático, faróis de neblina, acendimento automático dos faróis e central multimídia com tela de 7” sensível ao toque, DVD Player, CD, GPS, TV digital, câmera de ré e Bluetooth.

Pós-venda

As seis primeiras revisões do Corolla saem por R$ 3.248, sendo que as três primeiras cobram respectivamente R$ 269,89, R$ 624 e R$ 432. Já a garantia é de três anos. Os custos de manutenção não são muito diferentes do que cobra a Chevrolet pelo Cruze, somando R$ 3.236 também até os 60 mil km.

Compare o Corolla com os rivais

Resumo

No geral, o Corolla tem seu público fiel. Não é à toa que ele vendeu mais que o dobro do principal rival em 2017. Enquanto o sedã da Toyota soma 35.437 unidades vendidas de janeiro a julho, o Honda Civic teve 16.353 unidades emplacadas. É muito Corolla circulando pelas ruas brasileiras e há motivo para isso. Como apontado antes, ele é bom em tudo, só não empolga em nada. 

Já a versão Altis enfrenta dificuldade para encontrar seu espaço. O preço elevado de R$ 116.990 a coloca na mira diretamente de modelos alemães, além dos concorrentes Honda Civic, VW Jetta e Chevrolet Cruze. E sem equipamentos que a destaquem das versões de entrada dos alemães, se torna difícil ver um Corolla Altis nas ruas. 

 

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