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Avaliação: Peugeot 208 Allure 1.2 e 208 GT 2017

Novo motor 1.2 prova que consumo é mesmo seu ponto forte, enquanto o esportivo GT apela para a emoção

28/07/2016 - Anamaria Rinaldi e Anelisa Lopes / Fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Cada vez mais o brasileiro está de olho nos dados de consumo na hora de comprar um carro. E com outros atributos já presentes nos modelos anteriores, o Peugeot 208 2017 marca mais um gol focando na economia. Pelos números do Inmetro do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), o 208 é o carro flex mais econômico do País. Considerando o consumo energético total, ele perde apenas para o híbrido Toyota Prius, embora supere o Ford Fusion Hybrid e o Lexus CT 200h.

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Segundo o Inmetro, o hatch faz 10,9 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada com etanol. Com gasolina, os valores ficam em 15,1 km/l e 16,9 km/l, respectivamente. São os melhores números entre todos os veículos comercializados no Brasil. O 208 perde apenas – e ainda assim só para os híbridos - com gasolina na cidade. Mas e na vida real? O iCarros testou o 208 1.2 Allure, de R$ 56.290, e mostra como foram os resultados no dia a dia.

Bebe pouco mesmo!

Primeiro: vamos deixar claro que todos os dados deste teste foram feitos com 100% de gasolina no tanque, conforme foi cedido o carro pela fabricante para essa avaliação. Rodando pela cidade de São Paulo à noite, com pouco trânsito, o hatch fez a máxima de 10,8 km/l. Nos horários de pico, com congestionamento pesado e o ar-condicionado ligado, o consumo abaixou para 7,5 km/l. Nada mal, não é mesmo? Então se prepare: na estrada, conseguimos a média de 20,6 km/l.

Não dá pra discutir que, com um consumo misto cidade/estrada de 15 km/l, o Peugeot 208 ficou bem econômico. Mas isso prejudica o desempenho? Não, nem um pouco. O carro é “esperto” e responde bem em arrancadas e retomadas de velocidade. Mas a dica é trocar as marchas perto das 3.000 rpm. Isso porque o torque máximo de 13 kgfm (etanol) está disponível a 2.750 rpm. Já a potência é de 84 cv com gasolina e 90 cv com etanol.

O problema desse motor 1.2 PureTech flex é que o fato de ser três cilindros é muito mais perceptível do que em outros tricilíndricos como Hyundai HB20 e VW up!. Infelizmente, há uma vibração constante que fica mais evidente em baixos giros, ou seja, em primeira e segunda marchas. Além do ruído, a trepição pode ser sentida no volante e no barulho vindo de algumas peças do acabamento interno. É incômodo a ponto de eu não recomendar o carro? Jamais. Até porque a dirigibilidade do 208 é digna de muitos elogios.

O câmbio manual de cinco marchas tem curso curto e engates precisos, criando até mesmo um toque de esportividade na condução. E para ajudar no consumo, ele conta com indicador de trocas no painel. Já a direção elétrica tem assistência variável, ou seja, sua rigidez varia conforme a velocidade, oferecendo o peso na medida certa na estrada ou na garagem para manobrar. Com seus 3,97 m de comprimento, é moleza estacionar o 208 em qualquer vaga. A suspensão também trabalha muito bem, filtrando as imperfeições do piso e garantindo ótima estabilidade em curvas. Mesmo com a vibração do motor, o bom isolamento acústico faz o hatch da Peugeot ser silencioso dentro da cabine, rodando a cerca de 3.000 rpm com o carro a 120 km/h.

Qualidades do interior continuam

Um dos charmes do 208 é o quadro de instrumentos elevado e o volante de tamanho reduzido. E isso se manteve na linha 2017. O acabamento interno é muito bom, com boa escolha de materiais, e detalhes com textura cinza no painel e nas portas que dão um toque de refinamento à cabine. A ergonomia também é ponto forte, com todos os comandos à mão, especialmente a tela da central multimídia. Com 2,54 m de entre-eixos, o espaço no banco traseiro não está mal, mas o túnel central elevado prejudica um pouco o conforto de quem vai no meio. O porta-malas está na média do segmento, com capacidade para 285 litros.

O 208 1.2 Allure cobra R$ 56.290 e vem de série com luzes diurnas de LED, faróis de neblina, rodas de liga leve aro 15”, teto solar panorâmico, quatro airbags (frontais e laterais), encostos de cabeça e cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes, sensor de estacionamento traseiro, controlador de velocidade, computador de bordo, chave tipo canivete, alarme, pneus com baixa resistência ao rolamento, central multimídia com tela de 7”, Bluetooth, comandos no volante, função streaming de áudio, USB e Link MyPeugeot, ar-condicionado com duas zonas de temperatura, trio elétrico (nas quatro portas), volante com regulagem de altura e profundidade e porta-luvas refrigerado. Bem recheado, o novo 208 é uma boa opção de compra em sua faixa de preço.

                                                                                                                      (Anamaria Rinaldi)

E o que faz do GT ser um 208 especial? 

A versão GT do Peugeot 208 é uma daquelas pequenas surpresas pela qual não se espera. Pena que cobre caro por isso: entre R$ 79.790 e R$ 81.380 dependendo da cor. A configuração esportiva do hatch seduz pelos acessórios, mas, vai além da aparência e confirma a tradição da marca francesa em velocidade num rápido passeio. Além da combinação de cor, texturas, materiais e soluções na medida certa, ao volante, é preciso se acostumar com o comportamento mais apimentado do motor para tratá-lo como um esportivo de verdade. 

Fazem parte da experiência visual externa grade do motor com aplique na cor vermelha, ponteira dupla do escape e rodas de liga leve de 17 polegadas com acabamento diamantado (efeito brilhante e espelhado). Na parte de dentro, moldura no mesmo tom para os mostradores, costura diferenciada, base reta da direção, pedais de alumínio e cobertura emborrachada com um grafismo moderno no painel. De série, o modelo traz sensor dianteiro, traseiro e câmera de ré, ar automático digital duas zonas, GPS, central multimídia bluetooth, entrada USB, tela sensível ao toque, piloto automático, sensor luz e chuva, controle de estabilidade e teto solar panorâmico. 

Meu primeiro contato com o 208 GT foi sair de segunda numa ladeira, o que já me fez deixar de lado o estereótipo de visual invocado, mas com comportamento pacato. O 1.6 turbo flex gera entre 166 cv e 173 cv de potência e com 24,5 kgfm a poucos 1.400 rpm, é preciso controlar a força no pedal do acelerador, porque a resposta é imediata. No dia a dia, é preciso moderação para controlar a turbina. Com a pista livre, o 208 mostra quando e como se sente em casa. São 222 km/h anunciados de velocidade máxima e 7,6 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Na dianteira e traseira, os freios são a disco para garantir uma experiência segura. O câmbio, manual de seis marchas, tem engate preciso e é ideal para casar com o turbo, enquanto a direção elétrica se mostrou leve demais, mas nada que comprometa a sensação de segurança. 

                                                                                                                            (Anelisa Lopes)

 

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