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Avaliação: Honda XRE 190 ABS

Veja como a nova trail da marca se comportou no teste e acompanhe o consumo e o preço da motocicleta

11/07/2016 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

Quando a Honda apresentou a XRE 190 no começo de maio de 2016, pegou o mercado de surpresa. Ninguém esperava uma trail que preenchesse a lacuna entre a Bros 160 ESDD e a XRE 300. Porém, com um novo motor de 184 cm³ baseado no propulsor 160 da Honda, vários itens importantes de série e um design arrojado chegou a hora de ver no que a XRE 190 agrega ao motociclista, já que seu preço não é dos mais em conta: R$ 13.300.

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Ficha técnica e equipamentos

Por baixo das novas carenagens, a XRE 190 se baseia largamente na Bros 160, herdando quadro, rodas e suspensão. Com 127 kg, no entanto, é 7 kg mais pesada que a Bros e oferece um tanque maior, de 13,5 litros contra 12 litros da moto na qual se baseia. A XRE 190 mede 2,1 m de comprimento, 1,2 m de altura e 0,8 m de largura. O assento do piloto se encontra a 836 mm do solo.

O propulsor 190 é flex e desenvolve 16,4 cv de potência e 1,66 kgfm de torque com etanol. Com gasolina, os números são 15,3 cv e 1,65 kgfm, respectivamente. Para comparar, com etanol, a Bros 160 entrega 14,7 cv e 1,6 kgfm. O câmbio é de cinco velocidades com transmissão final feita por corrente. A suspensão é monoamortecida na traseira e traz garfos telescópicos na dianteira.

A lista de itens de série é longa para uma moto de menos de 200 cm³. A XRE 190 traz partida elétrica, painel digital com conta-giros, computador de bordo e marcador de combustível, freio a disco na dianteira e na traseira com ABS apenas na frente e alças para o garupa integradas ao suporte para bauleto com capacidade para aguentar até 7 kg. As rodas são de aro 19 na dianteira com pneu 90/90 e aro 17 com pneu 110/90 na traseira, mesmas medidas da Bros.

Consumo e desempenho

iCarros rodou cerca de 400 km com a Honda XRE 190 num circuito 50% urbano e 50% estrada abastecida sempre com 100% de etanol. A pior média foi no uso rodoviário, quando o consumo apontado pelo computador de bordo da moto era de 28,8 km/l. O melhor foi de 34,5 km/l, usando a moto apenas em ambientes urbanos por vias expressas em velocidades constantes. A média global foi de 29,7 km/l.

Se você esperar um desempenho de XRE 300, vai se decepcionar. Nesse ponto, a 190 é bem mais similar à Bros. A diferença de cilindrada resultou em força extra? Sim e é bem perceptível nas acelerações e retomadas. Mas, o motor está calibrado para entregar respostas ágeis e lisas em rotações baixas em médias. Passando das 8.000 rpm, fica ruidoso e perde um pouco do fôlego. Ideal para uso urbano mesmo. Na estrada, a moto consegue manter 120 km/h com apenas o piloto a bordo, mas já beirando o limite de rotações. A velocidade de cruzeiro ideal da XRE 190 fica entre 100 km/h e 110 km/h.

A única questão é o comportamento do sistema flex. Com temperaturas mais baixas, há apenas uma luz no painel indicando a necessidade de gasolina no tanque. Não existe pré-aquecimento ou tanque auxiliar. Num dia bem frio, a primeira partida demora e o motor acaba dando algumas engasgadas até atingir uma mínima tempertura ideal de uso.

Comportamento no uso

Um dos grandes diferenciais da XRE 190 para a Bros 160 é uso do sistema de freios ABS na dianteira. Apesar de não ter sido acionado, acaba adicionando confiança nas frenagens com a certeza de que a roda não ira travar. Mas ainda é preciso ter cuidado com a roda traseira que não tem a ABS e trava com certa facilidade.

Na cidade é onde a XRE 190 brilha. Acelera rapidamente, é silenciosa e os amortecedores de curso longo fazem da buraqueira do dia a dia uma tarefa simples e cômoda para as costas do piloto. Com um grande ângulo de esterço e um peso relativamente baixo, manobras em baixas velocidades são simples e é possível passar entre os carros sem transtornos.  Apesar do apelo trail, a moto tem pedaleiras emborrachadas que acrescentam conforto para o piloto e o garupa. O banco, largo e com espuma mais firme, complementam a sensação.

Vale a pena? - A lacuna entre a Bros 160 e a XRE 300 não era tão grande, mas a resposta não vem por esse caminho. Ela está na maestria da Honda em unir a simplicidade e robustez da primeira com o visual e porte da segunda num pacote bem recheado de equipamentos. Vale lembrar que a Bros 160 ESDD mais completa custa R$ 11.257, então um investimento de mais de R$ 2.000 extras vai compensar para quem busca uma aventureira urbana cheia de estilo e mais completa.

 

 

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