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718 Boxster moderniza a tradição da Porsche

Pequeno, ágil e divertido, conversível é prazeroso de guiar sem fazer muito barulho e trazendo mais tecnologia à marca

26/01/2017 - Texto e fotos: Thiago Moreno / Fonte: iCarros

O Porsche Boxster nasceu como uma alternativa “acessível” (aspas porque o carro nunca foi barato) para quem queria um esportivo da marca sem ter que desembolsar a mais para tirar um tradicional 911 da concessionária. Conversível de motor central, configuração rara hoje em dia, o modelo brasileiro chegou à linha 2017 trocando os motores aspirados e giradores de seis cilindros por pequenas unidades de quatro cilindros turbinadas. Estragou o brinquedo? Não, apenas mudou de nome pra ficar mais moderno. O iCarros avaliou o 718 Boxster 2.0 “de entrada”, que custa R$ 368 mil.

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Coisa rápida, literalmente – Ficha técnica e equipamentos

Antes de saber o que eu achei do carro é bom conhecer o que estava em minhas mãos. Em sua forma menos cara, o 718 Boxster tem um motor 2.0 turbo a gasolina capaz de entregar 300 cv de potência e 38,7 kgfm de torque. Por mais que a Porsche diga que os interessados podem ordenar virtualmente qualquer carro da marca vindo da Alemanha, vai ser difícil achar por aqui um 718 com câmbio manual como na Europa. A unidade avaliada estava com transmissão automatizada de dupla embreagem e sete velocidades.

Pesando 1.385 kg, o novo propulsor faz com que o conversível acelere de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos com velocidade máxima de 275 km/h. Mesmo assim, o consumo declarado é de 9 km/l na cidade e 12 km/l na estrada. Nada mal para um esportivo.

O 718 Boxster é baixo, largo e longo. São 4,37 m de comprimento, 1,80 m de largura e apenas 1,28 m de altura. O entre-eixos mais alongado, de 2,47 m, garante uma estabilidade maior em altas velocidades. Mesmo feito para  andar rápido, o 718 ainda tem alguns toques de praticalidade, como os porta-malas. Separadamente, são pequenos. Porém, somando o frontal e o que vai atrás do motor, há 275 litros disponíveis, sendo 150 litros no primeiro e 125 litros no segundo.

Os itens de série são vários. Ficando nos principais, temos direção elétrica com assistência progressiva, ar-condicionado automático de duas zonas, bancos de couro com regulagens elétricas, retrovisor interno eletrocrômico, faróis bixenônio com luzes diurnas de LED, sensor de chuva, rebatimento elétrico dos espelhos, sensor de estacionamento traseiro, central multimídia com tela central e conectividade via Bluetooth e USB e navegação por GPS.

Modernizador de tradições

Quando anunciaram que tanto o 911 quanto o 718 teriam apenas motores turbinados à disposição, muitos entusiastas chiaram. Mas o mesmo aconteceu quando a Porsche lançou o Cayenne e o SUV hoje é um dos modelos mais vendidos da marca. Então apenas o tempo irá dizer se a decisão foi acertada. A precisão germânica das escolhas da Porsche, no entanto, não dá margem para questionamento.

Por dentro, o 718 Boxster concilia bem elementos clássicos dos esportivos da marca com toques modernos. No painel, a chave continua sendo acionada no lado esquerdo, mas tem o formato de um carro e é presencial. Entre os instrumentos, o conta-giros continua em posição central, afinal, não seria um Porsche se não fosse dessa maneira. À direita um display digital faz as vezes de computador de bordo e até de tela de navegação.

O teto é de lona, pois um rígido seria pesado demais para o bem da dirigibilidade, mas o acionamento é totalmente elétrico. Mesmo a trava de segurança principal não exige manuseio.

O volante é um caso à parte. A modernidade exige que diversos botões estejam por ali para evitar que o motorista tire as mãos da direção enquanto opera outras funções. Mas, quem for das antigas, deve lembrar que volante é para esterçar o carro. Quanto menos distrações na peça, mais focada é a condução. A Porsche lembrou disso e há um volante sem botão algum disponível, exatamente o equipado no carro das fotos. Toda a parte de controle de computador de bordo é feita por uma alavanca extra abaixo do acionamento do limpador do para-brisa.

O maior toque de modernidade é o ronco. Foi-se o zunido agudo dos altos giros nos antigos seis cilindros. Entrou um barulho mais grave e silencioso do turbo. Em lenta, faz até lembrar um Subaru, que utiliza a mesma configuração de quatro cilindros contrapostos. Seria legal ter algo mais encorpado? Sim. Você conseguiria dirigir um carro roncando alto todos os dias? Provavelmente não. Vamos deixar essa questão ao gosto do comprador.

O 718 Boxster é ótimo, nossas ruas que são horríveis

Para quem nunca guiou um esportivo puro, que não foi tocado pelas mazelas de conforto e comodidade que o trânsito atual exige, fica a dica: aproveite qualquer oportunidade para fazê-lo. O 718 Boxster não foi feito para levar muitos passageiros, nem para ser confortável. Ele foi feito para ser rápido. Rápido em linha reta, rápido em curvas, rápido no estacionamento do mercado, enfim, seu objetivo é bem claro.

É esse foco que diverte tanto ao volante. Sob qualquer aspecto de avaliação de condução, é difícil apontar falhas no comportamento do carro. A direção é rápida, as mudanças de direção são feitas sem esforço e, mesmo com o motor menos potente, qualquer carro que acelera de 0 a 100 km/h em menos de 5 segundos merece respeito. O câmbio de dupla embreagem também merece destaque. O tempo de troca de marchas é um dos mais rápidos vivenciados por este repórter.

Quando em modo manual, os comandos das borboletas são obedecidos imediatamente. Falando no modo manual, opte por usá-lo com cautela. Se você acelerar e esquecer de fazer a passagem para cima achando que a central eletrônica fará a mudança sozinha, não se assuste quando o motor ficar batendo freneticamente no limitador de giro. Para o câmbio, modo manual é manual mesmo, se o motorista se esquecer de trocar de marcha o problema é dele, não do carro.

Mesmo o isolamento acústico, que poderia ser um ponto fraco na condução de um conversível com teto de lona, mostrou-se agradável, seja com a capota aberta ou fechada. Na primeira situação é possível guiar a velocidades superiores a 80 km/h com um mínimo de vento, pois a aerodinâmica do para-brisas e do defletor de ar da cabine funcionam bem. Na segunda, o nível de ruído interno mais parece o de um carro convencional, inclusive já guiei modelos mais em conta e com teto completo que tinham menos capacidade de filtrar os barulhos externos que a capota simples de lona da Porsche.

Andar no 718 Boxster é entender o seu propósito: divertir. Seja nas Autobahnen sem limites de velocidade alemãs, estradas vicinais cheias de curvas ou só pra ir até a padaria e voltar. Tudo lindo e maravilhoso, até o asfalto brasileiro entrar em ação e sacolejar as firmes suspensões do esportivo e deixar o motorista receoso de fazer alguma bolha nos pneus ou raspar os para-choques que custaram horas de trabalho de alguns engenheiros aerodinâmicos alemães. Se pararmos para pensar, essa firmeza chega até a ser positiva. Afinal, o único “defeito” do 718 Boxster não está no carro, mas nas ruas brasileiras.

 

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